sábado, 31 de agosto de 2024

CONTROLE X RESPONSABILIDADE

 Caros leitores,

"Você está gastando uma imensa energia controlando situações e pessoas na tentativa de evitar problemas?"

Obviamente o controle é necessário para mantermos um mínimo de ordem em nossa vida, mas já imaginamos o que o excesso dele faz no nosso dia-a-dia?

Em muitas situações não só o controle é bem vindo como é extremamente necessário.  Por exemplo, os horários de nossos compromissos de trabalho, estudo, as datas de pagamento de nossas contas, a lista de compras do mercado, os dias de limpeza de nossa residência, os horários das refeições - nessas situações o controle aparece como um auxiliar de nossa disciplina - quando temos ordem e disciplina em nossa vida, a parte emocional, espiritual, psicológica torna-se mais fluida - nossos pensamento fluem mais leves e até por vezes, mais profundos.

Porém se nos tornamos obsessivos em apenas nos ater a esses compromissos materiais, sem um intervalo entre eles, nossa vida terá sido em vão - quer dizer, nos tornaremos pessoas extremamente eficientes, mas também entediantes para os outros e irritadiços, cansados, sem meta para nós mesmos.

Assim, o controle é útil em nosso cotidiano em relação às nossas coisas materiais, mas em se tratando de relacionamentos pessoais é quase sempre muito inadequado.

Na tentativa de darmos uma resposta razoável para a pergunta inicial,  recordemos realmente quanta energia gastamos controlando as pessoas no nosso dia-a-dia.

Há um tempo atrás, tive uma experiência em minha casa na ocasião da pintura externa da mesma.  A pergunta é: "preciso controlar como a pintura será feita?" Compramos as tintas das cores desejadas, contratamos um pintor e explicamos como gostaríamos que a casa fosse pintada - as cores em cada local - portas, janelas, paredes e perguntamos a ele o prazo, se ele necessitava de mais alguma coisa, tipo ferramentas, escada, lona para os dejetos da raspagem.  Terminada essa fase, o pintor ficou entregue ao seu trabalho - afinal de contas é a sua função e ele saberá realizá-la a contento - não há necessidade de controle em sua tarefa.  Ou há?

Esse exemplo é fácil de compreender, principalmente porque se trata de uma pessoa a qual não temos intimidade - é uma relação de trabalho.  Mas o que dizer de uma relação mais íntima tipo pais e filhos, cônjuges, irmãos?  Quantos de nós achamos que temos que controlar a vida de nossos familiares... Esse tipo de atitude acaba sendo a origem de nossas dores emocionais e de sentimentos depressivos.

Nós nos enganamos quando acreditamos que temos a capacidade de dirigir a vida de filhos, cônjuges, colegas, amigos e até vizinhos - supervisionar comportamentos e atitudes é algo ilusório.

Nós gostamos quando outros interferem em nossa vida, dando palpites, opinando sobre como deveríamos agir em tal situação?  Acredito que a maioria das pessoas responderia não a essa pergunta.

Nós nos intrometemos na vida dos outros para nossa própria segurança.  Explico melhor:  essa característica aparece mais na relação entre pais/mães e filhos.  Muitos genitores controlam os filhos demasiadamente porque acreditam que eles não vão conseguir realizar suas tarefas sem a ajuda deles - muitos consideram os filhos criaturas ineptas.

Entretanto essa intromissão também ocorre em outros tipos de relação.  Com amigos isso ocorre quando queremos dar "dicas" para a vida deles de como achamos que eles deveriam fazer isso ou aquilo em determinadas situações.  Entendo que só podemos expressar nossa opinião quando ela for solicitada.  Aqui cabe aquela famosa expressão "se conselho fosse bom, ninguém dava de graça."

Responsabilidade é o ideal e não controle.  Então como exercer a responsabilidade sem controle? A pessoa responsável sabe o seu papel em cada situação de sua vida e o faz com zelo e atenção e isso não quer dizer ficar fiscalizando a vida dos outros.  Cada um é responsável exclusivamente por si próprio; ninguém é "dono" de ninguém e cada pessoa só irá mudar sua maneira de ser quando ela assim o desejar - todos podem ajudar na mudança do outro, mas somente se ele assim o quiser.

Será que o domínio sobre as outras pessoas é uma expressão saudável de poder? O único poder que temos nas mãos é controlar a nós mesmos - é buscar estar do lado do bem, é cultivar virtudes, livrar-se daquilo que não nos faz bem.  Automaticamente se cuido bem de mim mesma, tenho mais habilidade de cuidar de quem está ao meu lado - cuidar aqui não é controlar o outro, é estar de prontidão caso o outro precise de mim.  Esse é o melhor e único poder que temos em nós.

Vale lembrar que aquele que manipula a outrem, também tem mais facilidade de ser manipulado - porque se preciso manipular outra pessoa é porque não estou bem, me sinto frágil, insegura e estando nessa condição interior, facilmente posso ser manipulada por outra pessoa sem perceber devido à minha sensação de fraqueza - qualquer pessoa que me "der a mão" eu aceitarei e nem perceberei se esse ato seria realizado com boas intenções.

Em realidade, todas as pessoas precisam ter suas consciências expandidas para que possam encontrar dentro de si mesmas todas as respostas para seus próprios problemas.

Uma pessoas controladora não sabe usar seus valores pessoais e sua força interior nem para si própria e muito menos para seu relacionamento com o outro.

Fazer tudo para quem você ama não é uma prova de amor, mas de domínio e medo de perder.

Boa reflexão!

P.S. Num texto de setembro de 2023, já escrevi sobre o assunto. Quem quiser ler ou reler aqui está o link: https://soniahutterer.blogspot.com/2023/09/o-controlador.html O título é "O Controlador".




 




sábado, 24 de agosto de 2024

"O RETRATO DE DORIAN GRAY"

Caros leitores,

O livro do mês de agosto de nosso clube de leitura foi do irlandês Oscar Wilde, "O retrato de Dorian Gray".

Na época de sua publicação, 1890, o livro trouxe muita polêmica não somente pela história que em suas entrelinhas pode-se notar um homossexualismo contido e um hedonismo considerado exagerado, mas também por trazer nuances da vida real do autor.

A biografia de Oscar Wilde é bastante controversa - ele praticamente iniciou o "movimento artístico do Esteticismo - a Arte pela Arte - e adotou suas características únicas no vestir e no se comportar". "Possuía uma aparência que atraía os olhares: vestia-se elegante e extravagantemente bem, com roupas e adereços que, segundo suas próprias palavras, sempre refletiam o que de mais íntimo existia dentro dele." "Na noite de estreia de sua obra-prima teatral "A importância de ser honesto" em 1895, o marquês de Queensberry, pai de Lorde Douglas com quem Wilde se relacionava, iniciou uma campanha pública contra o autor. Após uma má-sucedida tentativa de processo nos tribunais contra o Marquês, Wilde acabaria sendo condenado a dois anos de trabalhos forçados por violação da moral, cumprindo parte da pena no famoso Cárcere de Reading.  Ao ser libertado, Wilde se auto exilou em França aonde viria a falecer na completa obscuridade em 1900, cercado por poucos amigos ainda fiéis."

Todo o grupo gostou muito do livro, eu também incluída.  A maioria das pessoas conhece a história - Dorian Gray é retratado num quadro por um pintor famoso da época, depois é instigado por um Lorde amigo do pintor a ler um livro que o deixou bastante perturbado - o livro em questão, dá a ideia de que todo mundo está permitido a fazer o que quiser da vida, desde que sua vida social seja desvinculada de sua vida íntima/pessoal - então Dorian Gray se torna uma pessoa devassa.

"O Esteticismo é um dos temas mais fortes no romance, bem como a visão de uma vida dupla empreendida pelo personagem principal, Dorian Gray: apesar de ser um adepto do hedonismo, Gray mantém um certo conservadorismo externo diante da sociedade vitoriana da qual faz parte, ao mesmo tempo em que desfruta de uma terrível aproximação das sensações apresentadas por sua vida dupla, da qual não consegue se afastar."

O livro sofreu muitas alterações devido à censura vitoriana da época.  Felizmente a edição do livro que li foi a primeira sem alterações (edição bilíngue da Editoria Landmark).

Bem, na história enquanto ele possui atitudes antissociais em sua vida oculta, o quadro em questão começa a envelhecer e ter um aspecto vil, Dorian Gray continua sem envelhecer e com sua beleza intacta.

A discussão do quadro, por conta desse detalhe da imagem, voltou-se a comentar sobre o excesso de cuidados que todos têm hoje em relação à aparência.  E, novamente, um dos objetivos do Clube de Leitura foi alcançado: trazer ideias dos livros lidos para o aqui e agora.

"O Retrato de Dorian Gray" é uma obra que se pode considerar imprescindível não por seu caráter genial, digno dos mais constantes louvores, mas sim por possuir uma história que acabou por se tornar um dos cânones da literatura ocidental, sendo impossível não se degustar o tempo ganho a ler este adorável romance."

Eu recomendo - traz grandes reflexões.

Boa semana!



quinta-feira, 15 de agosto de 2024

UM DOMINGO AZUL BRILHANTE

 Caros leitores,

Domingo passado, meu marido e eu, fomos passear no Largo da Ordem.  Para quem não é de Curitiba, nesse local, aos domingos, há uma feira de artesanato bastante visitada pelos turistas.

Foi um dia muito prazeroso; no inverno o céu fica bem azul e o sol brilha com todo o seu esplendor aqui em nossa montanha - Curitiba está a apenas 1.000 metros do nível do mar.  Para mim é uma montanha - o sol queima bastante e quando não chove o clima fica bem seco.  Eu, particularmente, prefiro Curitiba com chuva.  Em São Paulo onde morava fica a 750 metros - então aqui é uma montanha.

Na feira haviam barracas novas que não conhecia desde a última vez que fomos há uns 8 anos atrás.  Os artesãos estão cada vez mais criativos e gostei de muitos objetos.

Meu marido e eu ficamos bem felizes de caminhar nesse dia de céu azul brilhante; conversamos com muitas pessoas e até assistimos uma parte de uma apresentação de danças étnicas que ocorria no Memorial de Curitiba.

Às vezes, esqueço de como gosto de morar aqui - e nesses momentos, nesses passeios que até ouso dizer, turísticos percebo o quanto sou mais feliz aqui do que em qualquer outro lugar.  Alguns textos atrás queixei-me da "destruição" do bairro onde moro - uma obra interminável que parece sufocar a  minha admiração por Curitiba.  Entretanto, adoro andar no centro da cidade - geralmente os centros de grandes metrópoles não são tão bonitos e agradáveis.  Meu consultório fica no centro e por conta de ter hoje mais atendimentos online do que presencialmente, não tenho ido muito - mas faço questão de, no mínimo, ir uma vez por semana só para caminhar pela cidade - ir nos sebos, ao banco, comprar alguma coisa na XV (a rua XV de Novembro - é um calçadão), almoçar - para mim, caminhar na Praça Osório é gratificante - o centro de Curitiba para mim é bonito.

Assim, esse passeio de domingo trouxe-me todas essas reflexões sobre como gosto de morar onde moro atualmente - gosto de minha casa de madeira, do nosso jardim, nossas árvores e seus pássaros visitantes, gosto dos amigos que aqui cativei, da cultura, dos concertos de música clássica do Teatro Guaíra, do cinema, enfim, gosto de Curitiba. 

E você, gosta da cidade onde mora?

Boa semana!

sábado, 10 de agosto de 2024

SER FORTE

 Olá leitores,

Ao enfrentarmos o mundo em nossas batalhas diárias, algumas vezes, alguns de nós poderíamos nos perguntar: "O que é ser forte?" "Em que consiste a força?" "Ser forte é o contrário de ser fraco?"

Em nossa jornada de aprendizado há momentos de difícil discernimento daquilo que é bom para nós naquele momento, daquilo que não é tão bom. Não podemos nos esquecer que todos nós temos nossos limites.  O limite ocorre porque não sabemos/conhecemos tudo.

Assim quando as coisas estiverem difíceis e percebermos que estamos carregando muitos pesos nas costas, que por vezes são desnecessários, examinemos nossos limites.

Algumas vezes, algumas pessoas mantém uma aparência de coragem e superioridade, pois não querem demonstrar fraqueza perante certas situações de suas vidas mesmo percebendo dentro delas mesmas o peso das dificuldades, das provações.  Em fazendo isso podem atrair para elas mesmas estados de desânimo, derrotismo e estresse.  Nesse quesito, percebe-se como o orgulho destrói nossa vida - se, nesses momentos, pedíssemos ajuda, poderíamos nos sentir mais leves e "de quebra" ainda daríamos oportunidade de outras pessoas nos auxiliarem.

Será que ser forte é vencer tudo e todos?  Será que ser fraco é perder batalhas? Talvez precisemos compreender melhor os conceitos de força/coragem e fraqueza/fracasso.

O dicionário Aurélio nos ensina:

Força - Saúde física, robustez, vigor; energia física, energia moral (nesse verbete existem 19 definições, mas essas são as que nos interessam).

Coragem - Bravura em face do perigo; intrepidez; ousadia; perseverança, constância, firmeza.

Fraqueza - Falta de força, de solidez ou energia; debilidade; fragilidade; propensão para ceder a sugestões, imposições ou pressões.

Fracasso - Desastre, desgraça; ruína, perda; mau êxito.

Vale lembrar que precisamos da força,  não somente da energia física, mas também da energia moral para que nosso cotidiano seja mais responsável, disciplinado e por conseguinte mais leve para nosso íntimo. Também necessitamos de coragem - a coragem definida pelo dicionário como perseverança, constância e firmeza.

No verbete fraqueza há uma definição interessante e adequada para nosso propósito aqui: "propensão para ceder a sugestões, imposições ou pressões." Quem quiser ser mais feliz, ter mais paz de espírito, ser autêntico, ser leal a si mesmo não pode ceder a sugestões, nem imposições e nem pressões - há de se refletir, raciocinar para fazer aquilo que não prejudique nem a nós ou aos outros, seguindo, portanto a regra áurea: "Faça aos outros aquilo que gostaria que seja feito para você."

Socialmente, o fracasso não é aceito, pois o meio social leva em consideração apenas a obtenção do êxito nas empreitadas do dia a dia.  Porém, o fracasso, quando visto por outro ângulo pode trazer aprendizado.  Algumas vezes quando fracassamos em alguma situação nos sentimos para baixo, derrotados num primeiro momento, mas após algum tempo, refletindo e analisando percebemos que aquela empreitada não é o nosso caminho, não faz parte realmente de nossos objetivos e, por conseguinte, talvez precisemos buscar outra tarefa.

Então, muitas vezes, vencer todas as batalhas não nos traz oportunidades de trabalharmos com nossas dificuldades.  Ser forte é olhar para dentro, perceber e analisar emoções e sentimentos - fazer ajustes neles para caminhar mais leve e sentir-se mais em paz.

Ser fraco não é perder uma batalha.  A fraqueza real é aquela que não aceita a perda da batalha, e que acredita que ao aceitá-la você estará arruinado, perdido - é colocar a ideia fixa nessa perda e assim, ter dificuldade para caminhar adiante.

Espiritualmente falando, o valor maior se encontra em darmos o melhor de nós nas situações que enfrentarmos e não fugirmos aos desafios que elas nos trazem.  Todos nós temos limites, mas ao reconhecê-los temos a possibilidade, através de uma análise sobre uma situação que parece ter constituído um fracasso, de arrebanhar recursos para continuar em busca da superação dos obstáculos.

Como foi dito anteriormente, ao compartilharmos nossa dor com outrem daremos oportunidade não somente ao outro de nos auxiliar, mas também nós podemos até ouvir outras ideias e soluções que não havíamos pensado naquele momento.  Quantas vezes ao ouvir relatos de outras pessoas, de suas dificuldades encontramos respostas para nossos problemas. Quando alguém ouve o relato de nossa dificuldade, nós desabafamos e  podemos caminhar com mais leveza depois disso.  A fraternidade é necessária em todos os lugares.

Com certeza cada um de nós deve ter alguém da família ou um amigo com o qual podemos compartilhar com humildade nossa angústia e desespero - talvez essa pessoa possa abrandar nossa tormenta interior.

Então, ser forte não significa realmente vencer todas as batalhas; ser forte é ter humildade de perceber que nem todas as batalhas devem ser vencidas e reconhecer que "o objetivo da dor é chamar a atenção para algo que precisamos rever e reciclar dentro de nós".

Boa reflexão e boa semana!


sábado, 3 de agosto de 2024

"BRILHE VOSSA LUZ!"

Caros amigos leitores,

A rotina de vida no planeta tem passado por grandes mudanças após o evento que foi chamado de pandemia. 

O texto de hoje diz respeito às decisões que, por vezes, tomamos precipitadamente e que podem causar muitos dissabores devido a essa atitude impensada.  Entretanto, em meio à epidemia, muitos de nós pudemos ter o tempo necessário para refletir no que faríamos quando ela acabasse - pelo menos para mim foi desta maneira. Assim, hoje a reflexão será voltada primordialmente para aqueles que, apesar de tudo, ainda persistem em manter reações impensadas na hora das escolhas e da decisões importantes do dia a dia.

Ermance Dufaux tem uma frase que se encaixa perfeitamente no texto de hoje que irei aproveitar: "Nos instantes de dúvida e tormenta, forma-se o quadro da noite interior.  É o momento de parada e reflexão."

Ela, ao referir-se à "noite interior" nos leva a imaginarmo-nos no escuro, sem sabermos o que fazer.

"Decisões tomadas em clima emocional alterado podem atrair o remorso e a dor." Ela nos pede que, antes de qualquer decisão, quando nossos pensamentos e emoções estiverem em desordem acendamos "a luz benfeitora da oração ou do diálogo que apazigua..."

Emoções que julgamos estarem nas trevas devem ser expostas à luz para que possamos conhecê-las, amenizá-las e por vezes, até eliminá-las. Para melhor compreensão e didática, buscarei explicitá-las separadamente.

"Nas trevas do desespero esconde-se a atitude irrefletida."

De acordo com o dicionário Aurélio, desespero pode significar aflição extrema, raiva, cólera, furor.  O verbo desesperar pode significar: a. tirar a esperança a; desanimar, desalentar; b. perder a esperança de atingir a determinado fim; deixar de esperar.

O desespero acomete, acima de tudo, as criaturas acostumadas ao utilitarismo e ao imediatismo.  "Atitude irrefletida" atende aos ditames materialistas, onde há ausência da fé em Deus, onde a crença da vida está pautada unicamente nas coisas materiais. Onde há a luz da fé, não há disposição para o desespero.

Assim, coloquemos luz em nosso caminho para podermos visualizar mais claramente nossa vida real.

"Na escuridão da irritação brota o charco da violência."

No dicionário Aurélio, irritação é exasperação, agastamento, irritabilidade, exaltação.  E o verbo irritar pode ser: a. encolerizar, exasperar, agastar, exaltar; b. excitar, espicaçar, provocar; c. impacientar, importunar.

A cólera é um dos grandes prejuízos da irritação.  Ela é o estopim da cólera.  Devemos nos vigiar para a irritação constante que por ventura acalentemos no nosso dia a dia. O ideal é aumentar nossas doses de paciência  nas adversidades, resistência na dor e fé nos momentos de incerteza.

Então para que a irritação não resvale para a violência, acendamos luz nos motivos que nos levam a irritação constante. A irritação só nos deixa  mais cansados, isolados e sabemos que "tudo passa".

"Na negrura da tristeza encontram-se os poços de amargura."

Cuidemos para que nossos momentos de tristeza não se transformem em momentos de amargura - vez ou outra a tristeza pode fazer morada temporária dentro de nós, mas lembremo-nos de buscar a luz maior. Jesus afirmou (Mateus 5:14): "Vós sois a luz do mundo". Acreditemos!

"Nos abismos do ódio aninham-se as víboras da maldade intencional."

Esse sentimento nos afasta da paz interior.  Quanto mais ódio, mais amargura, mais desalento, mais perturbação, e menos paz.

"Na cegueira da mágoa ocultam-se as fantasias da vingança."

A vingança é uma fantasia - é realmente uma ilusão, pois a pessoa que se vinga pode até sentir um alívio, certo prazer de imediato, mas em longo prazo ocorre o remorso, o arrependimento que acaba sendo mais cruel e tormentoso que a mágoa inicial.  Então, em presença de uma pessoa que nos magoou convém respirarmos fundo, refletirmos, não tirarmos conclusões precipitadas e lançarmos mão da oração e do perdão - atitudes estas que em longo prazo trarão muito mais paz de espírito que uma inútil vingança.

"Na noite da insegurança encobertam-se os impulsos sombrios da ansiedade destruidora."

Insegurança e ansiedade podem ser colocadas lado a lado com a falta de fé.

Assim, para que nossas decisões sejam melhores e façam nos sentir em paz, devemos buscar a ajuda da luz para clarear nosso caminho.

Frente às situações difíceis deve-se aguardar com paciência e atenção para que a luz se faça em nossa mente - muitas vezes é necessário aguardar o dia de amanhã, pois o quadro do problema pode ser outro.  Quando eu era pequena e tinha meus dissabores minha mãe ensinou-me a esperar o dia de amanhã e eu dormia com uma frase em minha cabeça : "uma noite de sono muda tudo".  Até hoje me lembro disso, mas nem sempre uso essa "técnica".  Em alguns minutos não se pode resolver problemas graves.

"Faça luz em seu caminho antes de qualquer decisão, se você realmente deseja a libertação."

Boa semana!




 

VISITA A SÃO PAULO

Caros leitores, Este ano, em nossa ida para Sampa para visitar amigos que lá deixamos, visitamos 15 pessoas.  O ano passado ficamos 6 dias e...