sábado, 28 de setembro de 2024

"MARINA"

Caros leitores,

O livro de setembro de nosso Clube de Leitura foi "Marina" do espanhol Carlos Ruiz Zafón.


Desta vez é o livro de um autor contemporâneo - foi escrito em 1999 - é o livro favorito do autor e é considerado um livro juvenil - de minha parte até concordo, pois em nossa discussão, cada um de nós foi levado a relembrar passagens da adolescência.

O Google me informou que o autor faleceu em 2020 de câncer aos 55 anos. Embora trabalhasse como roteirista em Los Angeles, nunca quis adaptar seus livros para o cinema - ele afirmou numa ocasião: "Para mim, estes livros são uma homenagem à literatura, à palavra escrita.  Portanto, transformá-los para o cinema ou televisão, são uma traição."

O autor se expressa muito bem com suas palavras e embora tenhamos lido traduzido, o idioma espanhol, assim como o português, tem uma raiz latina e,  com certeza a fluidez de sua linguagem é realmente a mesma em ambos os idiomas.

A história é extraordinária e inimaginável - somos levados a lugares misteriosos - do internato onde o personagem principal Óscar mora até uma casa onde Marina e seu pai residem - ambos, Óscar e Marina acabam se aventurando pelas ruas de Barcelona (me deu vontade de conhecer essa cidade) onde vão até o cemitério do bairro de Sarriá e também adentram um casarão com aspecto de abandono onde lá eles têm suas primeiras surpresas.  Quem quiser saber o que havia lá, sugiro ler o livro.  Ele é muito agradável de ler e embora possua algumas ideias estranhas é fácil gostar de sua leitura.

Dentro da história do casal protagonista há outra história com começo, meio e fim.

Como é de praxe num livro para jovens este contém suspense, mistério, terror, drama, aventura, memórias e um pouco de romance.

Na capa do livro há uma frase do personagem Óscar que é um chamativo para a leitura e que, felizmente não nos decepciona ao final - na minha opinião, é um chamativo que é real - diferentemente de propagandas de certos produtos que acabam sendo uma decepção ao adquiri-los. 

Cá está a frase: "Todos temos um segredo trancado a sete chaves no sótão da alma.  Este é o meu."

Bora ler o livro? Eu gostei e recomendo.

Boa semana!



 

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

ANIVERSÁRIO DO BLOG

 Caros amigos,

Hoje, 17 de setembro o blog Refletindo completa 4 anos de existência. Nesse tempo foram 205 textos sobre filmes, livros, fatos do cotidiano, política, economia, psicologia e espiritualidade.  Nesse período novos leitores surgiram e outros mais antigos desistiram de lê-lo - talvez não gostassem do estilo da escrita, ou até por não concordarem com o tema ou até de algumas ideias ali expostas, resolveram pular fora do barco.

Não há o que me queixar - tenho leitores assíduos que leem tudo o que escrevo mesmo que não concordem com alguns pontos de vista.

Eu, cá escrevo porque gosto - muitas vezes tenho vontade de me livrar de palavras presas na garganta e então espalho-as no papel - este aceita tudo.

Não é muito fácil escrever um texto por semana (creio ter falhado apenas uma vez...) - como hoje, por exemplo - minha agenda me avisou que o blog completava 4 anos e nem sei se irei postá--lo hoje - provavelmente não - o tempo está escasso.

Na semana passada fiquei muito doente - nem sei se era gripe ou não (faz uns 30 anos que me lembre de ter ficado de cama por gripe).  Desta vez não fiquei na cama - continuei fazendo tudo o que tinha de fazer, mas à noite piorei muito - deve ter sido por ter me recusado a adoecer e descansar. Acho que tive uma congestão de ideias - apesar de trabalhar bastante com o corpo físico, a mente também fica encoberta por pensamentos estranhos, as vezes sombrios e outras vezes leves e engraçados.

Ultimamente tenho dificuldade de permanecer no presente - o passado parece tão amigável e o futuro parece tão incerto.

Bem, o texto de hoje está mais para um desabafo - quem sabe algum leitor encontre eco em algumas dessas palavras e até possa se colocar a refletir nelas, n'é?...

Algumas vezes pensei em desistir de dar continuidade a esse blog, mas ainda tenho a ilusão de que ele possa estar ajudando alguém a refletir... Eu, de minha parte, gosto de ler e encontrar nas entrelinhas do que leio motivos para reflexão do meu dia-a-dia. Então, por enquanto o blog Refletindo terá continuidade.

Boa semana, pessoal!



 

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

CARÊNCIA

Olá leitores,

Para melhor compreendermos o tema de hoje, começarei fazendo comparações da vida com o carro.  Cada um de nós recebe a vida para que a administremos com o objetivo de nos tornarmos pessoas melhores, - um carro pode ser dirigido por qualquer pessoa, mas nossa vida deve ser dirigida por nós  mesmos, entretanto quando somos carentes, entregamos o volante de nossa vida para outras pessoas.  Mas será que a pessoa a quem confiamos o volante de nossa vida seguirá na direção certa para abraçar nosso objetivo? Como fica nossa individualidade? Ela nos guiará através do caminho de nossas necessidades e interesses?  Nesse percurso podem ocorrer desvios, atalhos, podem ocorrer acidentes, não  é?

Por que será que o carente faz isso?

Em minha opinião, para essa resposta existem alguns fatores.  Comecemos talvez, pelo mais simples: a preguiça, a comodidade - parece uma coisa simples mesmo, mas não é.  A preguiça não é causa, é efeito - efeito da falta de responsabilidade para arcar com os percalços da própria vida.  Entretanto, essa falta de responsabilidade pode também denotar receio e esse pode transparecer uma falta de confiança em si próprio.

O carente não confia no próprio comando de sua vida - acha-se inepto e incapaz de conduzi-la com destreza na direção certa e em segurança.

Quando entregamos nossa vida aos outros, transferimos a eles nossa responsabilidade e assim, se algo dá errado termos a quem culpar e o pior, quando estes saem do trajeto e se distanciam da rota, reclamamos e nos fazemos de vítima - é a tal da vitimização.

Uma coisa é certa: ninguém poderá guiar nossas experiências por toda a vida.  Em algum momento ela nos será devolvida.  Então não seria melhor assumirmos logo o "volante" de nossa vida? Quando a dirigimos vamos amadurecendo a cada passo e então podemos, com o tempo, escolher quem queremos como companhia dessa jornada e com quem podemos compartilhar nossa responsabilidade.

Essas características da carência não têm como causas apenas as retratadas acima, as quais foram: falta de autoconfiança, preguiça/comodidade/zona de conforto, irresponsabilidade, sensação de incapacidade, insegurança, vitimização.

Outra causa que me vêm à mente é o medo de amadurecer - a maioria das pessoas hoje infelizmente crê que amadurecer, evoluir é um processo extremamente sofrível, duro, então inconscientemente (até às vezes, conscientemente mesmo) adiam esse processo.

Hoje é comum os filhos ficarem morando com os pais por muito tempo, alguns nem trabalham, se trabalham não ganham o suficiente para se sustentarem.  Infelizmente também a política de governo atrai muitas pessoas para o trabalho público onde se tem trabalho, uma função medíocre (nem todas são medíocres) por causa dessa facilidade e assim, não raras vezes, o indivíduo freia sua jornada evolutiva.

Quando você delega a sua vida à outra pessoa, você é levado a realizar atividades as quais não fazem parte do seu roteiro de vida.  Por outro lado, existem também pessoas que nos incentivam a realizar determinada função e com o tempo, acabamos descobrindo nosso talento.

Porém, o ideal é sempre buscarmos dentro de nós mesmos as atividades das quais gostamos, das quais temos prazer em realizar.  Então, como saber de que gostamos quais atividades desejamos realizar ou até nos fazermos a seguinte indagação:  "o que queremos ser quando crescermos?" - para investigar nossos "dons" existem algumas práticas que podem ajudar.

Uma ideia é a meditação - não propriamente a meditação milenar chinesa ou hindu, mas pode-se colocar uma música suave, fechar os olhos, sentar-se confortavelmente e prestar atenção aos pensamentos que vem à mente - a ideia aqui também é refletir sobre o tipo de coisas que se gosta de fazer.

Outra prática é a leitura - qualquer tipo de livro pode auxiliar a conhecer o mundo.  Aqui se pode recorrer a romances, biografias, livros de história, ficção.  Se já temos em mente o que queremos fazer, então podemos também ler livros técnicos da área em questão.

Uma terceira prática que me vem à mente é participar de um grupo de pessoas para estudar/conhecer determinando assunto, realizar trabalhos voluntários - estar com pessoas ajuda a nos conhecermos, percebermos nossas fraquezas e nossas virtudes, nossos pontos altos e com isso, fica mais fácil assumirmos o volante de nossas vidas.

Ao prosseguirmos em nossa jornada, tendo as rédeas de nossa vida em nossas mãos perceberemos que ninguém poderá guiar nossas expectativas pela vida inteira.  Ao caminhar com nossos próprios pés, "depois de um tempo, quando mais maduros e conscientes de nosso roteiro, podemos escolher quem queremos por perto, com quem podemos compartilhar alguma responsabilidade, guardando sempre a certeza de que ninguém poderá guiar nossas expectativas pela vida inteira.  Esse é o caminho mais sensato para que haja a bem-aventurança de nos sentirmos fartos, repletos das alegrias que advirão de nossa postura de amor e responsabilidade com o caminho que é só nosso."

Boa semana!








 

domingo, 8 de setembro de 2024

"CAVALEIRO DAS AMÉRICAS"

Olá amigos,

"Cavaleiro das Américas" é um documentário sobre Filipe Mazzeti Leite que realizou a façanha de ir à cavalo de Calgary no Canadá até Barretos, em São Paulo, Brasil.

Esse documentário, que praticamente já rodou o mundo, está disponibilizado na plataforma da BP - Brasil Paralelo.

O relato, os momentos vividos por ele nesse percurso que levou 2 anos e 3 meses é comovente, emocionante e extraordinário.

Ao assistir à sua entrevista pós-documentário realizada por um dos criadores da Brasil Paralelo, Felipe Valerim, ficamos sabendo que ele mesmo filmou a saga - não havia equipe de filmagem como costuma ter em documentários.  Ele explicou que filmou com uma câmera com dois cartões, aos quais, um ficava com ele como back-up e outro enviava por Fedex para uma produtora realizar a edição.  Sua aventura começa em 2012 e, nessa época, não haviam tantas facilidades em produzir vídeos em celulares com temos atualmente.

Filipe percorreu 12 países em 3 viagens.  A primeira durou 2 anos e 3 meses e foi do Canadá para o Brasil, como mencionei.  A segunda foi de Barretos até Ushuaia na Argentina com percurso de 7.500 quilômetros, durante um ano e 3 meses, percorrendo 3 países.  E a última foi de Fairbanks no Alasca até Calgary no Canadá percorrendo 3.500 quilômetros.

O documentário em questão só trata da primeira viagem e uma parte da segunda viagem.

Uma de suas maiores dificuldades foi passar pelas fronteiras de alguns países, principalmente do México - lhe foi dito que podia ser morto - mas, seu anjo da guarda estava alerta e tudo correu a contento.

Duas vezes, dois de seus cavalos (ele viajou com três cavalos) sofreram acidentes, mas felizmente foram tratados em tempo hábil.  Filipe relata que, no geral, todas as pessoas foram boas com ele, algumas lhe alimentando ou dando pousada.

A chegada em Barretos foi gloriosa, num local de rodeio - fizeram até uma estátua dele e dos cavalos.

No fim do documentário há o relato de que ele enfrentou um período de depressão após a primeira viagem, onde até sua namorada terminou o relacionamento . Na entrevista ele conta que ficou até envergonhado do período de depressão - mas outras pessoas que também fizeram esse tipo de aventura também tiveram esse problema. Eu acredito que o término da aventura, do sonho realizado, do objetivo alcançado pode-se ter uma fase de vazio a qual necessita ser preenchida com outra meta, seja ela qual for.

O que o tirou desse estado foi fazer uma visita ao Hospital de Câncer Infantil de Barretos - ele mesmo achou absurdo estar deprimido e a volta dele crianças às vezes, sem braço, sem pernas, todas felizes por encontrá-lo.  E sua segunda jornada até Ushuaia também teve por finalidade angariar fundos para este hospital.  Aliás nessa nova aventura ele conheceu sua noiva Clara que está com ele até hoje - ele moram no Canadá e, pelo que entendi ele hoje tem 34 anos. Ele é jornalista formado no Canadá e hoje escreve para o Toronto Star.

Bem, o ideal é assistir o documentário quem puder.  Procurei a entrevista no YouTube, mas não localizei; o filme só mesmo no canal da Brasil Paralelo, mas talvez esteja em outro canal de streaming; eu não procurei.

Boa semana!










 

 

VISITA A SÃO PAULO

Caros leitores, Este ano, em nossa ida para Sampa para visitar amigos que lá deixamos, visitamos 15 pessoas.  O ano passado ficamos 6 dias e...