Olá leitores,
Para melhor compreendermos o tema de hoje, começarei fazendo comparações da vida com o carro. Cada um de nós recebe a vida para que a administremos com o objetivo de nos tornarmos pessoas melhores, - um carro pode ser dirigido por qualquer pessoa, mas nossa vida deve ser dirigida por nós mesmos, entretanto quando somos carentes, entregamos o volante de nossa vida para outras pessoas. Mas será que a pessoa a quem confiamos o volante de nossa vida seguirá na direção certa para abraçar nosso objetivo? Como fica nossa individualidade? Ela nos guiará através do caminho de nossas necessidades e interesses? Nesse percurso podem ocorrer desvios, atalhos, podem ocorrer acidentes, não é?
Por que será que o carente faz isso?
Em minha opinião, para essa resposta existem alguns fatores. Comecemos talvez, pelo mais simples: a preguiça, a comodidade - parece uma coisa simples mesmo, mas não é. A preguiça não é causa, é efeito - efeito da falta de responsabilidade para arcar com os percalços da própria vida. Entretanto, essa falta de responsabilidade pode também denotar receio e esse pode transparecer uma falta de confiança em si próprio.
O carente não confia no próprio comando de sua vida - acha-se inepto e incapaz de conduzi-la com destreza na direção certa e em segurança.
Quando entregamos nossa vida aos outros, transferimos a eles nossa responsabilidade e assim, se algo dá errado termos a quem culpar e o pior, quando estes saem do trajeto e se distanciam da rota, reclamamos e nos fazemos de vítima - é a tal da vitimização.
Uma coisa é certa: ninguém poderá guiar nossas experiências por toda a vida. Em algum momento ela nos será devolvida. Então não seria melhor assumirmos logo o "volante" de nossa vida? Quando a dirigimos vamos amadurecendo a cada passo e então podemos, com o tempo, escolher quem queremos como companhia dessa jornada e com quem podemos compartilhar nossa responsabilidade.
Essas características da carência não têm como causas apenas as retratadas acima, as quais foram: falta de autoconfiança, preguiça/comodidade/zona de conforto, irresponsabilidade, sensação de incapacidade, insegurança, vitimização.
Outra causa que me vêm à mente é o medo de amadurecer - a maioria das pessoas hoje infelizmente crê que amadurecer, evoluir é um processo extremamente sofrível, duro, então inconscientemente (até às vezes, conscientemente mesmo) adiam esse processo.
Hoje é comum os filhos ficarem morando com os pais por muito tempo, alguns nem trabalham, se trabalham não ganham o suficiente para se sustentarem. Infelizmente também a política de governo atrai muitas pessoas para o trabalho público onde se tem trabalho, uma função medíocre (nem todas são medíocres) por causa dessa facilidade e assim, não raras vezes, o indivíduo freia sua jornada evolutiva.
Quando você delega a sua vida à outra pessoa, você é levado a realizar atividades as quais não fazem parte do seu roteiro de vida. Por outro lado, existem também pessoas que nos incentivam a realizar determinada função e com o tempo, acabamos descobrindo nosso talento.
Porém, o ideal é sempre buscarmos dentro de nós mesmos as atividades das quais gostamos, das quais temos prazer em realizar. Então, como saber de que gostamos quais atividades desejamos realizar ou até nos fazermos a seguinte indagação: "o que queremos ser quando crescermos?" - para investigar nossos "dons" existem algumas práticas que podem ajudar.
Uma ideia é a meditação - não propriamente a meditação milenar chinesa ou hindu, mas pode-se colocar uma música suave, fechar os olhos, sentar-se confortavelmente e prestar atenção aos pensamentos que vem à mente - a ideia aqui também é refletir sobre o tipo de coisas que se gosta de fazer.
Outra prática é a leitura - qualquer tipo de livro pode auxiliar a conhecer o mundo. Aqui se pode recorrer a romances, biografias, livros de história, ficção. Se já temos em mente o que queremos fazer, então podemos também ler livros técnicos da área em questão.
Uma terceira prática que me vem à mente é participar de um grupo de pessoas para estudar/conhecer determinando assunto, realizar trabalhos voluntários - estar com pessoas ajuda a nos conhecermos, percebermos nossas fraquezas e nossas virtudes, nossos pontos altos e com isso, fica mais fácil assumirmos o volante de nossas vidas.
Ao prosseguirmos em nossa jornada, tendo as rédeas de nossa vida em nossas mãos perceberemos que ninguém poderá guiar nossas expectativas pela vida inteira. Ao caminhar com nossos próprios pés, "depois de um tempo, quando mais maduros e conscientes de nosso roteiro, podemos escolher quem queremos por perto, com quem podemos compartilhar alguma responsabilidade, guardando sempre a certeza de que ninguém poderá guiar nossas expectativas pela vida inteira. Esse é o caminho mais sensato para que haja a bem-aventurança de nos sentirmos fartos, repletos das alegrias que advirão de nossa postura de amor e responsabilidade com o caminho que é só nosso."
Boa semana!