Olá leitores,
Quando falo de liberdade relativa entendo que o caminho até ela deve ter se iniciado desde o nascimento, a educação recebida no lar por pais e/ou parentes ou até por cuidadores no caso de um orfanato, passando pela instrução nos estabelecimentos de ensino e também a influência do meio social através dos meios de comunicação, grupos religiosos, associação de clubes, esportes, livros, filmes, colegas, amigos.
Como podemos constatar são muitas influências ao longo da vida e isso faz de qualquer pessoa um ser único.
Entretanto, no meio social onde se vive há que se acatar regras para boa convivência e o mais importante - buscar o crescimento como indivíduo competente não só em sua área de atuação, mas também competente nos meandros emocionais, mentais, físicos e espirituais.
O ser humano evoluiu para fazer escolhas. Perante uma informação sobre uma circunstância biológica, psicológica ou social ele deve fazer uma escolha - porém esta só será realizada condizente como que ele pensa ou sente no momento, caso seus instintos primários não tiverem sido suprimidos por um regime de governo autoritário.
"Parece, então, que o confronto entre as forças que levam a escolhas imorais e as forças que limitam as escolhas imorais é afetado não somente pelos ideais e proibições interiores mas também pelos valores dominantes e expectativas da comunidade."(Rossiter, "As causas psicológicas da loucura política", 2016).
Como foi afirmado anteriormente sobre a liberdade relativa "...as experiências da criança durante seus anos de formação determinam se ela adquirirá ou não uma compreensão adequada do certo e do errado, e se desenvolverá ou não um desejo de se comportar de acordo com a lei e com os costumes morais."
Sobre essas duas observações de Rossiter, quero ressaltar as expressões "expectativas da comunidade" e "costumes morais".
Em algumas ocasiões a comunidade espera de um indivíduo uma atitude que não condiz com aquilo que ele pensa e/ou sente. O importante nessa situação é projetar seu pensamento para frente e refletir qual tipo de atitude - o da comunidade ou dele/do indivíduo - lhe trará mais bem estar no futuro. Então com essa nova reflexão ele pode fazer sua escolha. E esta deve fazer com que ele arque com as respectivas consequências da mesma.
A outra expressão "costumes morais" é mais difícil de absorver. Para melhor elucidar observemos as diferentes culturas pelo mundo - cada uma delas tem seus costumes morais peculiares - muitos deles são comuns à raça humana como um todo, mas há alguns outros costumes que são específicos de uma dada cultura. Muitas vezes a religião de um povo está inserida de tal maneira na vida social que ela mesma dita as regras de como uma pessoa deve viver. E é isso que chamo de "liberdade relativa".
Na minha opinião as duas expressões que Rossiter usou "expectativas da comunidade" e "costumes morais" convergem para uma ideia única: a liberdade relativa, entretanto mesmo esta sendo relativa, ainda temos a liberdade de escolha, mesmo dentro de um espaço restrito.
Com relação à essas ideias de liberdade relativa e liberdade de escolha, finalizo com a transcrição de duas afirmações - uma do escritor, poeta e político italiano Dante Alighieri (1265-1321) e outra do filósofo, ensaísta e historiador escocês David Hume (1711-1776) para vossa reflexão.
"A humanidade atinge seu melhor quando é livre. Isto fica claro se compreendermos o princípio de liberdade. Precisamos perceber que o princípio básico da liberdade é a liberdade de escolher, algo que muitos têm em seus lábios, mas poucos em suas mentes." Dante Alighieri
"Por liberdade, então, podemos nos referir somente ao poder de agir ou não agir, de acordo com as determinações do livre arbítrio: ou seja, se escolhermos permanecer parados, assim podemos; se escolhermos nos mover, também podemos. Esta liberdade hipotética é permitida universalmente a qualquer um que não seja prisioneiro ou esteja acorrentado. Aqui, então, não há espaço para discussão." David Hume
Boa semana!
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