Caros amigos,
Uma das coisas que mais gosto na vida é ler. Quando jovem minha mãe (ela era uma leitora voraz, lia de tudo que via pela frente e foi minha grande incentivadora na arte da leitura) e eu costumávamos dizer brincando que se um dia fôssemos parar numa ilha deserta, se tivéssemos uma pilha de livros, nossa estadia seria agradável, sem grandes preocupações - enfim, estaríamos salvas. Éramos sócias do Círculo do Livro (nem sei se essa instituição ainda existe) e líamos de um a dois livros por mês. Assim, li muito nesse período: quase tudo de Agatha Christie ("A dama do crime", como era chamada), Sidney Sheldon, J.M.Simmel (praticamente todos os livros dele, escrevia sobre os judeus na época da guerra, histórias fictícias e romanceadas) - nunca gostei muito de literatura brasileira, talvez porque gostasse de conhecer outras culturas - nos livros de autores brasileiros a realidade estava muito presente e eu não visualizava a fantasia, nem exercitava a imaginação.
Recentemente li uma frase num livro, de George R.R. Martin, o escritor da famosa saga "Game of Thrones": "Um leitor vive mil vidas antes de morrer, o homem que nunca lê vive apenas uma". Achei essa ideia genial e incrivelmente verdadeira. Só quem gosta de ler poderá concordar com isso na íntegra.
Há uma frase que se popularizou no decorrer dos tempos que não se sabe quem a proferiu; alguns dizem que foi Tomás de Aquino: "Timeo hominem unius libri" - (em latim) "Temo o homem de um livro só." Na minha opinião, o homem que leu um livro só deve ser temido por sua imaturidade intelectual/emocional.
Infelizmente, atualmente a leitura não é uma prática usual. Aqueles que não têm esse hábito não imaginam o que perdem, não apenas em termos de imaginação, mas também em exercício mental para o cérebro, em evolução como indivíduos, até em autoconhecimento.
Uma prática muito boa que pode incentivar crianças a lerem quando se tornarem adultas é a leitura feita por um adulto à noite ao deitarem. Com o tempo, a própria criança pode escolher que tipo de livro quer ouvir: histórias de piratas, fadas, bruxas, príncipes e princesas, as mil e uma noites, enfim, existem inúmeros tipos de livros.
Por falar em tipos de livros, atualmente leio muitos tipos de livros variados - também hoje em dia, tenho o costume de ler seis livros ao mesmo tempo - um capítulo, ou uma ou duas páginas de cada um por dia. Assim, nesses dias estou lendo de manhã, um livro dito de autoajuda sobre virtudes, a biografia de Charles Darwin (estou adorando este - gosto muito de biografias), o segundo volume das Obras Completas C.G.Jung); durante o dia, um livro sobre empatia (leio enquanto me exercito na bicicleta ergométrica - uso-a três vezes por semana); à noite um livro em inglês (para não "perder", praticar o idioma) - a biografia de C.S.Lewis (o criador das "Crônicas de Nárnia") e um romance qualquer tipo Danielle Steel para relaxar e dormir bem.
Vocês podem pensar: "ela não faz nada o dia inteiro - só fica lendo". "Ledo engano", digo eu - cuido da casa, trabalho na minha área, vejo algumas séries na Netflix - o dia é razoavelmente bem preenchido e sempre sobra tempo para fazer o que gosto - LER.
Quem tem o hábito de ler sempre, possui uma velocidade maior para ler, tem uma melhor concentração e entende mais profundamente o que lê. Por isso, dá para ler muita coisa num mesmo dia e realizar as tarefas do dia-a-dia. A pessoa preguiçosa, que não gosta de ler, ou que usa o argumento da falta de tempo, não tem as qualidades da concentração, da compreensão do que lê e da velocidade de leitura; deve-se levar em conta também que há dias que estamos mais atentos e a leitura é bem aproveitada e há outros dias que nossa concentração não é tão boa e lemos menos, e é claro, há dias que temos mais atividades a realizar e o tempo realmente falta - cada um exerça seu autoconhecimento para apreender essas características individuais.
Na vida de todas as pessoas há que se ter tempo para se fazer o que se gosta - do contrário, não há motivação para fazer o que se precisa fazer. Todo o mundo tem direitos e deveres nos seu cotidiano e, ao meu ver, eles deveriam ser equilibrados - se tenho só deveres o mau humor toma conta de mim e me torno uma pessoa chata e, ao contrário, se tenho só direitos, se faço só o que gosto, não aprendo nada de novo, não cresço e a vida fica muito difícil e entediante - é o que penso. Como você pensa?
Para terminar o texto de hoje, enumerarei alguns dos livros que ficaram na memória e aos quais li mais de uma vez.
A trilogia de Noah Gordon: "O Físico", "Xamã" e "As Escolhas da Dra. Cole". A saga da família Cole - médicos (adoro livro de médicos), o primeiro livro começa na Inglaterra do século XIII, o segundo se passa no século XVIII nos Estados Unidos no meio dos índios e o terceiro, nos dias atuais, bem não tão atuais - década de 80. Li essa trilogia três vezes.
"As Brumas de Avalon" de Marion Bradley, deixam o atual "Games of Thrones" e "Harry Potter" para trás. São quatro volumes, mas tenho todos num volume só - já li também três vezes.
Hoje, ainda não li muitos clássicos, mas estou buscando lê-los porque acredito que aprendemos muito com eles.
O melhor livro que li, esse só li uma vez e foi o suficiente, pois foi muito marcante; lembro-me de tudo, dos nomes dos personagens, de tudo o que eles passaram no enredo, da mensagem extremamente importante para qualquer época da humanidade - "Os Miseráveis" de Victor Hugo. Na minha opinião, o melhor livro já escrito - inclusive já teve 4 ou 5 versões para o cinema, se não me engano - e, obviamente, assisti a todas.
Bem, livros sempre me trouxeram e continuam trazendo reflexões.
E vocês? Têm lido alguma coisa? Gostariam de compartilhar o que leram? Têm algumas sugestões?
Até a semana que vem!
Admiro pessoas como vc, que consegue ler em qualquer lugar, fazendo outras coisas. Eu necessito de silêncio para que minha leitura seja produtiva. Minha leitura sempre foi focada em livros técnicos, engenharia, informática, mecânica, poucos romances. Parabéns, talvez um dia eu consiga fazer como vc, nem que seja na próxima encarnação rsrsrs.
ResponderExcluirBem já que estamos praticamente trancafiados vc pode começar a ler um romance para relaxar. Que tal?
ExcluirQuantas coincidências, Sônia. Também fui sócia do Círculo do Livro... também li Agatha Christie, Sidney Sheldon, J.M.Simmel, As Brumas de Avalon... também nunca gostei de Literatura Brasileira (lia as indicações acadêmicas. Tentei ler Jorge Amado, mas a profusão de palavrões não permitiu). Mas li toda a coleção de José de Alencar da biblioteca da prefeitura de minha cidade natal. Lia para minha filha enquanto a aguardava e depois de nascida. E ela ama ler. Devo ter herdado o gosto pela leitura de meus pais, pois via ambos lerem desde que eu era muito pequena. Sou descendente de poloneses e cantava hinos religiosos com eles. Mas tenho um gosto que considero meu, muito peculiar: amo sentir o cheiro de biblioteca, o cheiro do acervo. Faço questão de ser a primeira a entrar para sentir o cheiro, antes que ele se misture com outros cheiros. Tive este privilégio por 22 anos no colégio onde trabalhei.
ResponderExcluirCom vc lembrei que tbm li José de Alencar no ginásio e gostei muito. Quando tive caxumba li O Guarani. Boas lembranças. Nossa mocidade foi muito parecida mesmo em alguns pontos.
Excluir