segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

"ANO VELHO"

 Caros leitores/amigos,

Ano novo, vida nova? Não. Ano novo, vida que segue!

Todo começo de ano é comum termos proposições, lista de desejos, hábitos a deixar para trás ou a adquirir. Entretanto o ano que passou foi atípico  no que concerne à "pandemia" e, do dia 31 de dezembro de 2020 para o dia 01.01.2021 nada mudou.  Mas, há esperança, otimismo no ar - por conta da vacina, muitos esperam que a vida volte ao "normal".

O texto de hoje não tem a intenção de ser um "estraga-prazeres" e dizer que ainda há algumas incertezas pairando sobre nossas cabeças. Não. A ideia de hoje é quase como um retrocesso para avaliarmos o que ficou desse ano de 2020 - o que aprendemos sobre o mundo, as pessoas, o que percebemos de nossas atitudes no decorrer desse ano que, em muitos momentos parecia não passar - em muitos dias pareciam que os minutos do relógio andavam em câmara lenta e em outros dias quando nos dávamos conta já era segunda feira novamente.

E então? Como enfrentamos esse desafio mundial que nos foi proposto?

Assim, reflitamos sobre as diferentes emoções que fomos extravasando no decorrer do ano passado e do que fizemos delas. 

Muitas nações trouxeram à baila dirigentes assustados porque se depararam com o desconhecido - a grande maioria deles, salvacionistas, atropelaram liberdades com a intenção de conter a catástrofe que se aproximava. Todavia, o objetivo final não era alcançado.

Outras nações, por terem em sua população pessoas mais instruídas, altruístas, com boa base educacional e boa vontade, buscaram outras alternativas mais coerentes e então produziram resultados mais positivos.

Cada pessoa do planeta foi afetada, sem exceção, mas de diferentes maneiras.  Mas, creio que uma sensação, um pensamento, uma emoção foi a mesma em todas pessoas - ficamos diante da dicotomia vida e morte.  Muitos talvez nem tinham parado para pensar que o fim da vida era a morte, porém a situação vivida em 2020 nos levou cara a cara com aquela figura de vestes pretas com o alfanje na mão.

As crenças sobre a morte e a vida fizeram toda a diferença neste ano.

Se acredito que não há nada depois da morte, posso me desesperar e imaginar que tenho pouco tempo a viver e a vida é boa e não quero partir agora; também, ao invés de me desesperar, posso tranquilamente realizar tudo o que desejo até o dia em que ela chegar e ir para esse "nada" com leveza e sensação de ter aproveitado o máximo da vida.

Se creio que há um inferno e um paraíso, ao fazer meu balanço de bons ou maus atos, e perceber que minha coluna dos maus atos é maior, posso ter tentado, nesse ano que passou, aumentar a coluna dos bons atos para ver se consigo entrar no céu/paraíso depois do passamento.

Se creio que cada um de nós que falece vai fazer parte do todo, do Universo, posso viver minha vida um pouco mais tranquila, realizando tudo o que estiver ao meu alcance que me faz sentir bem.

Se creio que há uma outra dimensão, um mundo espiritual, onde haja uma justiça universal, que acata todos os indivíduos e os ajuda a compreender o mecanismo entre vida e morte, explicando que Deus é o princípio de tudo e que cada um de nós possui em si uma parte desse princípio, com certeza, minha maneira de encarar essa situação será mais harmônica.

Todas essas ideias sobre as diferentes crenças se mesclam e cada um de nós se deparou com esses pensamentos e eles trouxeram à tona comportamentos que nós desconhecíamos sobre nós mesmos.

A pandemia embora tenha mostrado a todos, nossa finitude, trouxe também alguns dados positivos.

Todos tiveram a oportunidade de se autoconhecerem, mas nem todos a abraçaram.

Muitos, com receio inconsciente de se aprofundarem em si mesmos, preferiram ficar em intermináveis encontros virtuais da hora que acordavam até a hora de se recolherem para a noite de sono - quando conseguiam, pois a insônia fez parte do dia-a-dia da maioria.  A insegurança do dia de amanhã, o medo de perder alguma pessoa querida para o vírus, a entrega ao excesso de comida, como para preencher o suposto vazio interior, as horas infindáveis na frente dos noticiários da TV, do celular, do computador para tentar entender o que estava acontecendo com o mundo.

Mas também existiram aqueles que resolveram olhar para dentro e buscar uma resposta.  Carl Gustav Jung, criador da Psicologia Analítica, tem uma frase que sempre me lembro: "Quem olha para fora sonha.  Quem olha para dentro desperta." Esses (eu me incluo num desses) que olharam para dentro também não tiveram dias fáceis.

Quando olhamos para dentro e despertamos, nem sempre vemos tudo aquilo que nos agrada.  Aqueles de nós que somos razoavelmente adequados aos fatos do cotidiano, vamos pouco a pouco, buscando entrar em acordo com nossas tendências não tão boas, para realizar as transformações necessárias.  Entretanto, essas transformações só podem ser checadas, percebidas no contato com os outros, assim como todos os nossos comportamentos.  Por exemplo, o egoísmo e o altruísmo só podem ser percebidos num contexto social - se moro sozinha numa caverna, numa floresta, jamais saberei se sou egoísta ou altruísta. Assim, só vou checar minhas transformações  quando estiver novamente vivendo no meio dos outros, em minhas atividades presenciais.

Então, nesse ano que está iniciando, acredito que o primeiro item da lista de propostas deveria ser o que vou realizar para me sentir melhor, que tipo de pessoa gostaria de ser este ano que pudesse se olhar no espelho e ficasse muito satisfeita com o que visse.

Para aqueles que ainda não fizeram o exercício de autoconhecimento, ainda dá tempo - comecem agora e colham os bons frutos dessa interiorização.

Como foi o seu ano de 2020? Compartilhe conosco o seu melhor aprendizado neste ano que passou.

Desejo a todos um 2021 repleto de oportunidades para aprendizado, principalmente para aqueles que não o conseguiram em 2020.

Até a semana que vem!



 



8 comentários:

  1. Bela reflexão.
    Gostei muito da sua versão blogueira.

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    1. Agradeço o comentário. Pena que vc não se identificou. Te desejo um bom ano.

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  2. Bom dia Sônia!
    Feliz 2021 para você também, em muito amor, saúde e paz!
    Agradável a sua conversa :)
    Abraços!!
    Lucia (da "Livraria Mundo Espírita)

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    1. Grata pelo seu comentário. Que neste ano a esperança e a fé façam parte de nossas vidas .

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  3. A busca pelo autoconhecimento é fundamental, nos deparamos com os nossos fantasmas, que não quer dizer que está tudo resolvido, mas temos de enfrenta-los. Não basta apenas identificá-lo mas trabalha-los, que é bastante difícil. A mudança de ano representa término de um ciclo e início de outro. Iníciamos ciclos a cada minuto de nossas vidas e deveremos estar atentos e aproveitar para nos tornamos um pouco melhores.

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    1. Agradeço Marcos. Suas idéias sempre me fazem repensar a vida. Em realidade achava que este ano nada mudaria, mas com suas palavras posso repensar e acreditar num novo ciclo para todos nós. Que possamos fazer o melhor com essa nova oportunidade, esse novo ciclo.

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  4. Gosto do ditado "quando não se aprende pelo amor, aprende-se pela dor". Quando sinto minhas forças físicas ameaçadas, lembro de que é momento para reflexão, para crescimento. Gratidão!

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    1. Infelizmente nem todos reagem assim. Alguns se entregam e caem na depressão.

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