quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

PORQUE A BELEZA IMPORTA

Caros leitores amigos,

No decorrer de minha vida, através dos anos de observação do mundo, das pessoas, das cidades, das casas, do meio ambiente, da sociedade enfim, tenho me questionado sobre o valor da beleza.  Então, como por uma sincronicidade do destino, onde sabemos que nada é por acaso, tenho me deparado com essa temática - em livros, palestras, conversas.

Como já mencionei, através da observação do meio social me deparei com a feiúra do mesmo. Há muito lixo pelas ruas (será que é só na cidade em que resido?). Bem, já viajei para outras cidades de outros países e isso, pelo menos antes da pandemia, não era marcante.  Desde o início do "Fique em casa" (meu marido e eu não aderimos) notei que o lixo nas ruas aumentou bastante, assim como a feiúra das casas, as quais também têm muito lixo em frente (restos de "poda" de árvores [coloquei "poda" entre aspas porque em realidade são árvores cortadas - isso aumentou bastante também], restos de materiais de construção, tais como areia, pedra, tijolos [a reforma da casa já acabou mas as sobras não são retiradas na maioria dos casos - e é incrível, ninguém rouba e eles, os restos, são levados pelo vento e pela chuva {quando chove, o que tem sido raro}], sacos de lixo (os moradores assim que "produzem" o lixo, o mesmo é colocado na frente de casa ou nas lixeiras [quando elas existem] imediatamente [às vezes coloca-se o lixo no sábado pela manhã e o caminhão da coleta só irá passar na segunda feira à noite - no bairro em que moro; assim são muitos saquinhos de lixo em frente às casas - isso é o que chamo de feiúra).

Outro item que tem me chamado a atenção é o vestuário - roupas inadequadas e corpos não compatíveis para certos tipos de roupa - entendo que hoje todos querem (e eles acreditam que devem) chamar a atenção à qualquer custo - me vem à mente as tais calças jeans rasgadas (antes era só no joelho; hoje é em toda sua extensão - já vi um rapaz com o rasgo na bunda onde podíamos ver sua cueca...), os shorts extremamente curtos numa cidade que nem litorânea é.  Sei que alguns de vocês poderão pensar "ela é idosa, de outra geração, pudica..." Não é caso de pudor, é apenas mau gosto e total deselegância.

Outra característica que foge totalmente aos padrões de beleza e harmonia é a música.  A cada dia é uma martelada no ouvido, onde o famoso ritmo "bate-estaca" causa até dor de estômago (os carros com som em volume altíssimo voltaram com força total - parece que para essas pessoas é como se nada tivesse mudado em seus íntimos - acho que precisam de umas três pandemias para acordarem...).

Outra dissonância que me ocorre no dia-a-dia no quesito som são os alarmes (de carro, de moto, nas casas, nas lojas e empresas) - geralmente o alarme dispara quando passa uma borboleta por perto... os ladrões nunca fazem disparar um alarme - acredito que sabem como fazer para que alarme não toque; outro detalhe - fulano vai viajar ou se ausenta por um tempo - então o tal alarme começa a tocar e não há Cristo que o desligue - a polícia não "pode" fazer nada... outra feiúra no mundo.

Esses casos de falta de beleza não creio serem prerrogativas exclusivas do Brasil - creio ser global.

Um dos livros que me chamou a atenção para esse tema foi o livro "Manual de Sobrevivência do Conservador no Século XXI" de Daniel Lopez.  Esse livro "tem por objetivo oferecer ao leitor instrumentos conceituais que lhe sirvam para compreender e contestar narrativas que a mídia pinta como verdades, principalmente as relacionadas à política em geral, à educação, à cultura e às artes como um todo." (trecho da apresentação do livro).

Não entrarei em muitos detalhes, mas Lopez me mostrou e provou com fatos a decadência da arte que vem ocorrendo após Leonardo da Vinci (século XVI), por exemplo. Na pintura, nessa época a arte buscava imitar, na maneira mais perfeita possível, a realidade.  Isso foi sendo mudado - no decorrer dos séculos, tivemos, na pintura, por exemplo, Jackson Pollock que "pintava" com um balde furado cheio de tinta onde a tela ficava no chão e os respingos de tinta transformavam-se em arte abstrata; outro integrante dessa arte foi Pablo Picasso "que começou a desconstruir as formas e a mostrar um objeto sob vários pontos de vista ao mesmo tempo."

Através da leitura do livro de Lopez comecei a observar realmente a falta de beleza em outras coisas, como já mencionei.

Jordan B. Peterson em sua oitava regra, também fala da importância da beleza para nosso cotidiano.  Desde o seu segundo livro (esse, ao qual me refiro, é o terceiro) ele ficou conhecido por encorajar as pessoas, principalmente os jovens, a limparem e arrumarem seus quartos.  Nessa regra, ele sugere que cada pessoa deve tentar transformar um cômodo de sua casa (pelo menos um) num lugar mais bonito/belo possível.

Ele explica, "transformar alguma coisa em beleza é difícil, mas é extremamente compensador.  Se você aprender a fazer alguma coisa em sua vida verdadeiramente bonita - uma única coisa - então você já estabeleceu contato com a beleza - deste ponto em diante você poderá expandir esse relacionamento para outros elementos de sua vida e do mundo.  Este é um convite para o divino." "Você considerará outras pessoas mais inteligentemente e completamente.  Você cuidará de você mesmo mais efetivamente."

Esse texto de hoje pode ter parecido a vocês bastante pessimista, deprimido, como se eu somente visse esse lado ruim da vida.  Mas não, apenas quis apontar a todos para olharem para o outro lado da vida - o da beleza.  E para que todos nós pudéssemos "construir" beleza ao nosso redor.

Peterson continua - "nós vivemos pela beleza, pela literatura, pela arte - não conseguimos viver sem alguma conexão com o divino - e a beleza é divina."

Ele vai além e eu concordo plenamente com ele:  "A beleza pode nos ajudar a apreciar a beleza de ser e nos motivar a buscar a gratidão quando, ao contrário, estivermos propícios a um ressentimento destrutivo."

Eu tive a oportunidade e o privilégio de ir à Galeria Nacional de Londres e pude observar os quadros dos grandes pintores de outros séculos - é um banho de arte para qualquer um - essa história de que alguém não vai porque não entende de arte não existe.  Basta olhar, imaginar, perceber, colocar a alma nessa visita e você terá estado um tempo em frente ao divino. O mesmo ocorre num teatro ouvindo uma orquestra sinfônica tocando um clássico.  É simplesmente irresistível - nesse quesito qualquer orquestra vale - todas, em minha opinião, são magistrais...

Peterson acredita que "os artistas são pessoas que estão no limiar de transformação do desconhecido para o conhecimento." "Os artistas ensinam pessoas a ver."

"A beleza te leva de volta ao o que você perdeu.  A beleza o relembra daquilo que permanece para sempre imune ao cinismo.  A beleza o relembra que há um pequeno e um grande valor nas coisas.  Muitas coisas fazem sua vida valer a pena: amor, coragem, gratidão, trabalho, amizade, verdade, graça, esperança, virtude e responsabilidade.  Mas a beleza está entre uma das maiores coisas."

Hoje termino o texto com o primeiro parágrafo do prefácio do livro de Roger Scruton, "Beleza", o qual ainda estou para ler: "A beleza pode ser reconfortante, perturbadora, sagrada e profana; pode revigorar, encantar, inspirar, atemorizar.  Ela pode nos influenciar de inúmeras formas.  Não obstante, jamais é vista com indiferença: exige nossa atenção; fala-nos diretamente, como a voz de um amigo íntimo.  Se há alguém indiferente à beleza, sem dúvida, é porque não a percebe."

Boa reflexão!

Feliz Natal!





 

 


  

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

O CARVALHO E O CANIÇO

Caros leitores,

Esta semana traremos mais uma fábula.

"Um carvalho, de bom coração, porém superficial em seus julgamentos, uma vez que acreditava na superioridade da aparência e desconhecia os valores verdadeiros ocultos na essência, olhando a fragilidade do caniço e dele se compadecendo, assim falou:

- A natureza foi injusta com você.  Frágil como é, um passarinho é uma carga pesada para suas forças.  E o mais fraco dos ventos o obriga a inclinar-se e vergar a fronte.  Ainda se tivesse nascido à sombra de minha ramagem e fosse mais alto, eu poderia servir de escudo para você e protegê-lo das tempestades que o ameaçam.  Devo acrescentar que o admiro pela maneira como aceita, sem reclamar, a sua pequenez e a sua debilidade.

O caniço agradeceu a compaixão e a bondade do carvalho e replicou: Não se preocupe com a minha suposta fragilidade.  Você se engana com ela.  Por trás dessa aparência delicada existe, em essência, uma força que me faz ser forte e autossuficiente.  Eu sou flexível.  Eu me curvo, se preciso for, mas não quebro.  Na verdade, os ventos são mais perigosos para você do que para mim.

Mal terminou de proferir essas palavras, no final do horizonte forma-se um terrível vendaval que, furioso e implacável, fustiga tudo que lhe aparece pela frente.  E o carvalho e o caniço são alvos de seus açoites.

A árvore enfrenta o vento forte e tenta a todo custo manter-se em pé; a cana dobra, inclina a fronte.

O forte, que se julgava alto como as montanhas do Cáucaso e capaz de suportar os violentos temporais, não resiste.  E o vento fica mais violento e arranca aquele cuja cabeça era vizinha do céu e cujos pés tocavam o império dos mortos."

Comumente, vislumbramos, em cada fábula de La Fontaine uma ideia principal e a analisamos à luz da psicologia no que tange o comportamento humano.

Aqui, a ideia central que Hammed nos traz é a da flexibilidade.  As pessoas flexíveis conseguem muitas coisas porque não oferecem resistência - em contrapartida, lembremo-nos de que as coisas duras quebram com mais facilidade, e, com as pessoas essa regra não é diferente.

Hammed nos traz como exemplo de flexibilidade, a água.  Para os chineses, ela é o mais poderoso dos elementos porque, entre outras qualidades, tem o mais alto grau de "não-resistência".  Em circunstâncias atípicas, a água tem o poder de desgastar uma rocha e arrasar tudo o que encontrar pela frente pela sua força.  Por outro lado, frente a um obstáculo, uma pedra, por exemplo, a contorna e ao contrário, não fica irritadiça e se preciso for ela também pode se comprimir.

Assim como é o fluxo da correnteza que traz vida a um rio, é o movimento e o dinamismo de nossa personalidade que traz vivacidade a nossa existência.  Nossa personalidade, nosso comportamento é dinâmico quando somos flexíveis, abertos a novas ideias - quando nos movimentamos para frente, com a cabeça altiva não perdendo de vista a meta a ser alcançada.

Então, compreendamos que a vida é movimento, é transformação, é ciclo e é mutabilidade.  Se observarmos os grandes vultos da humanidade, perceberemos que os mais fortes são os mais maleáveis, abertos a mudanças e a novas informações.

Há duas fábulas anteriores falamos da essência de cada ser - falamos da importância de conhecermos nossa essência e partirmos dela para realizarmos modificações. Como somos membros do Universo em contínuo crescimento, aprendamos a nos adaptar e a nos ajustar a uma visão de mundo onde a transformação de nossa personalidade é a meta a ser alcançada e para tanto, há de reciclar pensamentos, crenças, ideias, fazer novas interpretações das circunstâncias e das ocorrências do dia-a-dia ao nosso derredor.  Não podemos deixar tudo cair no automático.  O homem automatizado não pensa, não reflete, não analisa e, portanto, não evolui.

Se não há liberdade para questionar a si e ao mundo, não há ética (no dicionário Aurélio, ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e o mal, relativamente a determinada sociedade, ou de modo absoluto). Quando o homem questiona, ele busca conhecer algo diferente - e esse novo conhecimento pode alavancá-lo para frente e para cima.  Quando ele expande a sua consciência, sua qualidade de vida cresce, e ele caminha mais facilmente até o seu objetivo.

Muitas vezes, a maneira rígida de pensar ilude o "homem carvalho" (como chama Hammed, "de bom coração, porém superficial em seus julgamentos"). Ele acredita possuir uma força indestrutível - mas frente às tempestades existenciais ele tomba ("...tenta a todo custo manter-se em pé;(...) se julgava alto como as montanhas do Cáucaso e capaz de suportar os violentos temporais, não resiste.  E o vento fica mais violento e arranca aquele cuja cabeça era vizinha do céu(...)".

Ao contrário do que muitos pensam, só teremos vigor e firmeza, quando mantivermos a flexibilidade do "caniço" - quando pudermos refazer e reformular planos, admitir novas opiniões, buscar o novo sem temores.  A cada passo adiante quando abraçamos o novo trazemos estímulos à nossa vida que, por sua vez, nos trazem energias que nos alimentam e fortalecem o espírito.

No universo, há o que Hammed chamou de "ritmicidade cósmica" onde há um fluir permanente que mantém tudo em perfeita ordem.

Muitos cientistas falam do caos porque para eles, quando há algo que não podem controlar, a eles, parece haver confusão e desordem.  Mas, em verdade, não há o caos.  Em tudo há harmonia.  Em cada situação há um propósito que para nós ainda é desconhecido - mas para o Criador tudo tem um objetivo, um ciclo em completa ordem.  Tudo está de acordo com os desígnios do Alto.  A dureza, a inflexibilidade vem exatamente dessa tentativa de controlar o mundo.

Perante novas situações, há de se ter novos comportamentos.  Se uma situação exige uma mudança de opinião, de ideia, de pensamento e nós nos mantemos arrogantes e reticentes à mudança, nossa vida torna-se infeliz, amarga e pior que tudo, estagnada.  Isso não quer dizer que devemos jogar no lixo nossas convicções internas a respeito de certos assuntos, mas que devemos ser flexíveis para repensar pontos de vista, raciocinar e refletir sobre outras possibilidades.  Não nos achemos fracos por mudarmos nosso modo de sentir, pensar e agir diante das coisas e pessoas.  Sem errar não há produção de conhecimento do que é bom e do que é ruim.  Sem este conhecimento não há crescimento espiritual e sem este crescimento a humanidade não estaria neste estágio de evolução.

Há de se ter coragem, humildade e força de vontade para perceber que os desacertos fazem parte desse processo de vida e que eles nos auxiliam a raciocinar.  Livremo-nos das culpas, das queixas, dos ataques de irritação, da frustração, da agressividade - essas características só servem para nos atrasar a marcha e para trazer à nossa existência um teor vibratório negativo.

Se permanecemos inflexíveis perante circunstâncias que requerem mudança, seremos como o carvalho perante as intempéries - tomba "a árvore que enfrenta o vento forte e tenta a todo custo manter-se em pé; a cana dobra, inclina a fronte" e permanece sã e salva.

Boa semana!

















 

sábado, 11 de dezembro de 2021

UMA VISÃO DA FORÇA DO TRABALHO

Caros leitores,

Jordan B. Peterson sempre me faz refletir sobre vários assuntos, principalmente sobre nossos comportamentos do cotidiano - muitas vezes esses comportamentos se fazem imperceptíveis pela maioria das pessoas e, embora pareçam até insignificantes trazem consequências em nosso caminhar.

Na sétima regra de seu terceiro livro "Além da Ordem - Mais Doze Regras para a Vida", ele discorre sobre a importância do trabalho e da responsabilidade. 

Pare ele, trabalhar com afinco em qualquer atividade traz grandes benefícios para nossa personalidade.  Muitos fatores contribuem para a realização de uma atividade/tarefa/trabalho bem feito: a responsabilidade, a concentração, o compromisso com a função, a direção.

"A disciplina que habilita a concentração em uma coisa começa cedo na vida." Jordan afirma que " uma criança deve ser suficientemente organizada para ser "atraente" para seus coleguinhas lá pelos seus quatro anos de idade senão corre o risco de cair num ostracismo permanente." Entretanto aqui também pode ocorrer o contrário - "uma criança com um medo terrível de desobedecer ou até blindada de cada oportunidade de desobedecer não é uma criança disciplinada, mas sim abusada."

"Dessa maneira," ele continua, "o apelo que diz que a moralidade é ao mesmo tempo necessária e inevitável, não é sinal de totalitarismo - é a mera observação que os valores básicos e primitivos devem estar contemplados sob estruturas socialmente organizadas para que a paz e a harmonia existam e se mantenham."

Nessa regra, Peterson lança mão dos dez mandamentos da lei de Moisés, afirmando que vale a pena pensar e refletir sobre eles como um conjunto mínimo de regras para uma sociedade estável. Eu acredito que se todas as pessoas trabalhassem com responsabilidade, seriedade cumprindo no mínimo as leis mosaicas, essas leis que regem praticamente o planeta inteiro com poucas exceções, a harmonia e o bem estar seriam o consenso geral de toda a raça humana.

Assim, para ele, a moralidade, a tradição, fazer o bem devem estar presentes em qualquer tipo de trabalho. Como essa sétima regra versa principalmente sobre a força do trabalho, Peterson afirma que "se você trabalhar com afinco em uma tarefa determinada, você se transformará, sentirá um bem estar interno, em suma , tornar-se-á um cidadão do bem."

Muitas vezes, não trabalhamos naquilo que gostamos, que desejamos - muitas vezes, trabalha-se para o próprio sustento, entretanto, se fizermos esse trabalho com dedicação, com responsabilidade, nos sentiremos bem, satisfeitos e até felizes... Peterson não fala apenas de nossa profissão, de nosso trabalho remunerado - mas de qualquer tarefa que realizamos, como por exemplo, a faxina de casa, a lavagem do carro, consertar alto quebrado, varrer a calçada, etc.

Ao pé da letra, a regra que ele traz é: "Trabalhe com todo o afinco que você conseguir em, ao menos, uma coisa e veja o que acontece."

Vocês já pensaram nessa ideia e nessa possibilidade na execução de tarefas?

Boa reflexão!

Até semana que vem.



sábado, 4 de dezembro de 2021

MÁSCARA

Caros amigos leitores,

Para aproveitar a ideia da postagem anterior, do gaio e do pavão, e, como está na última moda usarmos máscara para qualquer evento, hoje trarei o significado de máscara na psicologia.

Carl Gustav Jung, um psicólogo suíço, contemporâneo de Freud, definiu claramente o que é a máscara e o seu uso.  Ele "emprestou" o termo persona do latim (daí advém os termos "pessoa" e "personagem") - era a máscara que o ator de teatro usava para representar vários papéis no período medieval (a palavra "máscara" vem do italiano maschera).

Jung conceitua persona como o "eu" (frequentemente os aspectos ideais de nós mesmos, ou o que julgamos ideais) que apresentamos ao mundo exterior.  Ou melhor, " a persona é aquilo que na realidade não somos, mas aquilo que tanto nós como os outros pensamos que somos."

A persona, a máscara é usada nas relações interpessoais, entretanto ela tem um "prazo de validade" - quando o indivíduo se aproxima da velhice, da terceira idade, ela tende a cair, num processo natural da existência.  Em casos raros, ela pode permanecer com o indivíduo até o fim de sua vida, mas são casos patológicos.  Em outros casos, também patológicos, a máscara pode aderir ao indivíduo de tal maneira que ele reconhece só um papel.  Por exemplo, quando um médico acredita ter somente o papel de médico, e é médico em todas as situações de sua vida e não exerce os papéis de marido, pai, colega de trabalho, cidadão, etc.

Bem, seguindo o curso natural, na velhice a máscara cai e o indivíduo se mostra como ele é.  Por isso temos velhos bons e generosos e velhos chatos e ranzinzas - na realidade já eram assim na mocidade, mas a máscara usada encobria a verdadeira personalidade.

A persona ou máscara é usada para as relações interpessoais e quando o indivíduo é consciente disso, ela é saudável e muitas vezes desejável - pois imaginem uma pessoa que fala tudo o que pensa para qualquer um, em qualquer lugar - ela não seria considerada grosseira, mal educada? O ser que é direto, objetivo, necessita também aprender a usar de diplomacia, boas maneiras para se relacionar e colocar seu ponto de vista - senão ele criará discórdia, desarmonia.  A razão, neste caso, deve ser usada para medir consequências dos atos.

Então, será que nesta época de máscaras muitos estão escondendo alguma coisa, ou ao contrário, tudo, apesar da máscara, está sendo descoberto? Reflitamos nas situações atuais em que muitas pessoas estão tentando esconder algumas de suas características, mas que, na minha opinião, o tiro está saindo pela culatra, porque hoje tudo está transparente... 

Boa semana!



VISITA A SÃO PAULO

Caros leitores, Este ano, em nossa ida para Sampa para visitar amigos que lá deixamos, visitamos 15 pessoas.  O ano passado ficamos 6 dias e...