Caros leitores,
O livro de maio de nosso "Clube de Leitura" foi "O Signo dos Quatro" de Arthur Conan Doyle - uma aventura policial do detetive mais famoso do mundo - Sherlock Holmes.
Este livro foi o segundo que li dele. Já tinha lido "O Cão dos Barskervilles", o qual aliás gostei mais. Entretanto este também trouxe algumas surpresas no final e como era uma história para ser discutida num clube de leitura, a atenção ao lê-lo foi redobrada.
Sempre achei que um livro policial como este não traria mensagens ocultas ou algum tipo de aprendizado. Como psicóloga busco muitas vezes compreender a fundo a temática de um livro e de seus personagens.
Obviamente, essa aventura policial traz mortes, assassinatos, desaparecimentos, segredos, tesouros escondidos e até romance. Os diálogos são muito bons. Sherlock Holmes aqui faz uso até de um cão farejador - Toby.
Neste livro encontrei algumas "joias" - frases interessantes para reflexão. Aqui estão elas.
Holmes, em sua investigação, necessita vez ou outra, ao buscar pistas do caso em questão, fazer perguntas às pessoas que poderiam dar informações relevantes. Numa dessas inquirições ele questiona um barqueiro no porto do rio Tâmisa em Londres. Então ele comenta com Dr. Watson, seu parceiro e amigo na investigação, após ter recebido a resposta do barqueiro: " Com gente dessa espécie o importante é nunca deixá-las supor que o que lhe contam tem importância para você. Do contrário, fecham-se imediatamente como uma ostra. Mas se você finge que os escuta porque não há outro remédio, é provável que consiga o que deseja saber." Essa observação é bem verdadeira - é o tipo de atitude que qualquer pessoa poderia usar quando precisasse de uma informação genuína, não acham?
A segunda frase diz respeito à circunstância apresentada por Holmes quando comenta que na maioria das vezes quando estamos muito tempo realizando um trabalho seja ele físico ou mental e nos cansamos ou até não conseguimos "render", ele usa a seguinte frase: "Um de nossos maiores estadistas disse que não há melhor repouso que mudar de trabalho." Concordo plenamente. Se estou trabalhando arduamente, por exemplo, no jardim, preciso parar um pouco, não só para descansar; o ideal é até mudar de atividade por um tempo. Depois, ao voltar para o trabalho no jardim, conseguirei "render" mais, como dizemos.
Numa atividade mental fica mais fácil de entender - se preciso ler ou estudar um texto, devo parar depois de um tempo para realizar outra tarefa; do contrário existe a possibilidade de perder a concentração no estudo ou leitura do texto.
Todo detetive dever ter como qualidades a observação, a astúcia, o raciocínio bem apurados, senão não realizará sua função a contento.
Sherlock em sua investigação desse caso acaba percebendo pistas nas coisas mais elementares e comenta com Watson: "São justamente as coisas mais simples que frequentemente passam despercebidas." Nada mais verdadeiro. Muitas vezes perdemos a essência dos fatos ao complicá-los.
Uma das colocações a qual achei mais interessante e incrivelmente atual foi a seguinte: "Ele observa que, enquanto o indivíduo tomando isoladamente é um quebra-cabeça indecifrável, torna-se, dentro de uma massa, uma certeza matemática. Por exemplo, nunca é possível predizer o que fará um homem, mas pode-se prever como se comportará um grupo. Os indivíduos variam, mas a coletividade é sempre igual. Assim dizem os estatísticos." Uma observação muito real, a qual podemos constatar nos dias de hoje - e este livro foi escrito em 1890!!!
Para vossa reflexão, fecharei com chave de ouro (pelo menos na minha opinião) a última colocação que separei do livro, a qual também achei muito perspicaz - o comentário é do policial ao prender um suposto "criminoso" que depois se sabe inocente: "Bem, se ele não fez nada de repreensível, cuidaremos para que nenhum mal lhe aconteça. Somos muito rápidos para apanhar pessoas, mas não temos a mesma pressa para condená-las."
Elementar, meu caro Watson!...
Boa reflexão e boa semana!
P.S. O próximo livro que discutiremos no Clube de Leitura, no fim de junho, será "Esaú e Jacó" de Machado de Assis.
Este está na minha lista! Vou baixá-lo no Kindle. Tks
ResponderExcluirGostei do questionamento ao barqueiro. Tática estratégica.👏👏👏
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