terça-feira, 5 de julho de 2022

CICLO DE TEXTOS SOBRE SENSIBILIDADE HUMANA - PARTE 1

RAZÃO - SENTIMENTO - RELIGIOSIDADE

"Dois excessos: excluir a razão - só admitir a razão" - Blaise Pascal

"Conhecemos a verdade não só pela razão, mas também pelo coração." - B.Pascal

"Quem não usa a razão é fanático; quem não sabe raciocinar é facilmente iludido; e quem não se permite utilizar a própria consciência e percepção é um escravo." Hammed

Caros amigos leitores,

A partir de hoje, algumas postagens serão versadas sobre a sensibilidade humana.  Embora as epígrafes tragam três afirmações sobre a razão que parecem ir de encontro à minha ideia, ao contrário, a razão faz parte da sensibilidade humana, como poderão perceber no decorrer do texto.

Assim, a postagem de hoje traz uma introdução do assunto. 

Então, no afã de realizarmos nosso crescimento pessoal e espiritual de maneira mais suave e menos sofrida, o ideal é dar mais atenção ao nosso mundo interior, usando das sensações como guia - essa atitude daria mais sentido à existência.

O primeiro ponto a ressaltar neste quesito é manter reflexões sobre a nossa sensibilidade, longe de qualquer crendice, exotismo, banalização ou distorção.  Por isso, em nossas reflexões conjuntas, convido-os a serem mais maleáveis, a desafiar chavões e a não se apegarem a ideias absolutas sobre a natureza das coisas.

De tempos em tempos, surgem no âmbito social, o que Hammed chamou de "inspiração-semente", que são os pensamentos em gestação. Quando essas "sementes" encontram solo fértil, desabrocham no meio social novas formas de ver a vida e analisar o que cada um entende por "verdades eternas". Então, de repente, nosso olhar sobre o mundo se renova e conseguimos compreender muitas coisas novas para nós, sem muito esforço.  É o que chamamos em psicologia, um "insight", ou seja, uma nova luz se faz presente em nós - para essa sensação temos várias expressões: "caiu uma ficha", "Eureca", "descobrimos a América", por exemplo.

Durante a pandemia, cada pessoa reagiu de maneira diferenciada, embora, aparentemente, todos tiveram a mesma sensação em cadeia mundial - medo!  Porém, a sensação desse medo pode ter se dado de maneira diferente para cada um.

Agora, no pós-pandemia, um observador atento, perceberá que alguma coisa mudou, ou pelo menos está mudando na maneira de se ver o mundo.

Então, a ideia desse primeiro texto sobre sensibilidade humana - e, espero poder continuar tendo inspiração para dar continuidade a esse ciclo de textos - sugiro que cada assunto seja visto como um grande espelho, onde cada indivíduo possa observar o reflexo de si mesmo, para poder aproveitar melhor os mais diferentes sentidos/sensações da alma.

Ao meu ver, para melhor compreender a sensibilidade humana, há a necessidade de trazer uma explicação sobre religiosidade - acreditando ou não num Deus, a religiosidade está presente em cada pessoa. Em realidade, a religiosidade é inerente ao ser humano, mesmo que alguém não acredite num Criador, dentro de cada um de nós há uma centelha, uma crença na beleza da Natureza.

Religião vem do latim "religare" que quer dizer "religação", ou seja, cada indivíduo, através da religião, busca manter sua ligação com Deus ou a Natureza, ou uma Força Maior.  Não é necessário realmente professar uma religião, mas muitas pessoas, através da religião, "lembram" de Deus/Natureza/Força Maior e assim se ligam a todas as pessoas do Universo. Assim sendo, o mais importante não é a religião mas a religiosidade.

A religiosidade nos inspira a naturalidade da vida, o espírito crítico, a indagação filosófica, a racionalidade, fazendo-nos compreender o perfeito equilíbrio do Universo.  A autêntica religiosidade nos traz a verdadeira liberdade.

Na infância, entre nossa família e amigos assimilamos convicções religiosas.  Esta fase é importante para a formação de nossa personalidade psico/social/espiritual.  Neste período temos uma energia incansável, em movimento contínuo, uma sede de conhecimentos que nos faz sentir vivos, estimulados, encorajados e impulsionados ao constante aprendizado.  Os pais e educadores devem valorizar a fase dos "por quês?" - a criança quer saber tudo sobre coisas profundas como o que é Deus, quem são elas mesmas, o que é religião e até as mais corriqueiras tais como "o que é a chuva? como ela acontece?", ou "por que o pássaro voa?"

O objetivo da religião é fazer com que as pessoas entendam o verdadeiro significado transcendental da vida, exercitando e desenvolvendo nelas o sentido/sentimento de religiosidade.

A religiosidade autêntica nos incentiva diariamente a viver a religião de forma natural, a "religação" com Deus/Natureza/Força Maior, e para isso não há a necessidade de nenhum culto exterior e não há privilégios ou concessões do Alto.

Boa reflexão pessoal!

Até!





 

6 comentários:

  1. A ausência parcial de culto exterior encontrei no Espiritismo e é libertador.

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  2. Uma espiritualidade mais livre e não menos profunda, nos ajuda muito, principalmente neste momento em que estamos vivendo tantos eventos novos.

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    1. A espiritualidade faz toda a diferença no pós pandemia. Grata pelo seu comentário.

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  3. Acredito que pensar a sensibilidade é pensar o mundo sensível, ou seja, aquele que se percebe pelos sentidos. E é pelos sentidos que o mundo nos adentra e faz sentido. Um Ser humano sensível, a meu ver, é um ser humano que apurou os seus sentidos e tem uma boa capacidade de interpretação do mundo.

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    1. Concordo. O ser sensível percebe o mundo mais profundamente. Grata pela observação.

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