quarta-feira, 3 de agosto de 2022

PARTE 3 - CICLO DE TEXTOS SOBRE SENSIBILIDADE HUMANA

AUTOPERCEPÇÃO

Percepção de acordo com o dicionário Aurélio é ato, efeito ou faculdade de perceber e Perceber em sua primeira definição é adquirir conhecimento de, por meio dos sentidos, entre outras definições.

Então, autopercepção é a faculdade de perceber nossos sentidos; é a capacidade de nos conhecermo-nos através de nossos sentidos.

A ideia a ser exercitada através do texto de hoje é a percepção do que estamos sentindo neste momento.  Proponho a todos então que fechem os olhos e anotem tudo o que estão sentindo agora numa folha de papel.  Aqui tudo é válido, desde que se reporte às sensações corporais, então estas também podem levar em conta os órgãos dos sentidos disponíveis: tato (sensações da pele), audição (o que ouve agora), olfato (se sente algum aroma no ar); a fala e a visão não devem ser consideradas neste momento.  Este exercício visa a aperfeiçoar, desenvolver, potencializar o sexto sentido - a sensibilidade.

No dicionário Aurélio, temos: Inspiração: Qualquer estímulo ao pensamento ou à atividade criadora; o resultado de uma atividade inspiradora. Intuição: Ato de ver, perceber, discernir; percepção clara ou imediata; discernimento; ato ou capacidade de pressentir; pressentimento; instinto. Instinto: impulso espontâneo a alheio à razão; intuição.  Como notamos, as palavras muitas vezes nos confundem e o próprio dicionário traz muitas delas como sinônimos.  Entretanto, em meu parecer, vejo inspiração como um estímulo externo, intuição como um estímulo interno e instinto, como a parte natural do ser humano.

A autopercepção seria então o conjunto das impressões internas e externas ao mesmo tempo. Essa sensação generalizada nos auxilia, se prestarmos atenção à ela e entrarmos em contato com nosso íntimo, a discernirmos o que é nosso do que não é. A sugestão aqui é diferenciar as muitas energias vibratórias que circulam em nossa volta.  Toda vez que não conseguimos distinguir nossas emoções ou impressões, nos tornamos escravos das mais diversas ondas magnéticas - é como se estivéssemos presos a um mundo caótico.

Todas as sensações advindas tanto do mundo exterior, quanto do mundo interior expressam-se diretamente no corpo somático.  Através delas recebemos informações sobre nós mesmos e o mundo que nos cerca.

À medida que cada um de nós se desenvolve e cresce, aguçamos mais e mais nossa sensibilidade no meio em que transitamos.  Neste trajeto selecionamos pensamentos, ideias, percebemos oscilações psíquicas.  Essa percepção pode vir acompanhada de um grupo de impressões com diferentes qualidades, como por exemplo: percepções emocionais (raiva, medo, surpresa), percepções sentimentais (angústia, alegria, tristeza, amor), percepções sinestésicas (tato, olfato, gustação).

Quanto  mais auto observarmo-nos, mais poderemos avaliar as energias das situações, acontecimentos e das pessoas, dentro e fora de nós.

Para ilustrar melhor o tema, gostaria de citar algumas ideias de Daniel Goleman, de seu livro "Inteligência Emocional", escrito em 1995.  Aliás, a expressão inteligência emocional usada popularmente, iniciou-se com este livro. 

Bem, então Goleman define Inteligência Emocional como um estado de ser capaz, por exemplo, de controlar seu impulso emocional; "ler" os sentimentos íntimos dos outros; lidar com relacionamentos de maneira suave, tranquila, serena, apropriada.  Ele lembra que o temperamento não é o destino de uma pessoa.

Assim, somos emocionalmente inteligentes primeiramente quando damos importância às nossas emoções, ou seja, prestamos atenção a elas e as analisamos e compreendemos, e depois, quando as organizamos, contendo nossos impulsos mais infelizes para podermos nos relacionar com os outros e com nosso eu.

Infelizmente, ainda existem pessoas que valorizam o intelecto e desprezam as sensações.  Entretanto a autopercepção é uma atividade de nossos sentidos.

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, que foi discípulo de Freud, em seu estudo da natureza humana, na dissertação de seus tipos psicológicos enumerou quatro tipos de personalidade: o tipo sentimento, o tipo pensamento, o tipo intuição e o tipo sensação.  De acordo com ele, cada criatura "enxergaria" o mundo através de seu tipo psicológico.  Para simplificar, podemos dizer que o tipo sentimento vê o mundo baseado em seus sentimentos, seria uma pessoa mais emocional e sentimental; o tipo pensamento vê o mundo usando mais a razão que a emoção; o tipo intuição vê o mundo de maneira quase que inconsciente, usando a intuição e não a lógica; e o tipo sensação, esse que nos interessa aqui, vê o mundo através de suas sensações.  Naturalmente, em sua teoria, Jung apenas quis dizer que o tipo é aquele que predomina, pois é sabido que todos nós somos os quatro tipos, mas existe aquele que é predominante.  Esse conceito se aplica também quando falamos que uma pessoa possui memória visual e outra possui memória auditiva - no ato de memorizar alguma coisa, cada criatura irá fazer predominar uma ou outra.

"Se não exercitarmos e mantivermos uma comunicação constante com nós mesmos, não poderemos nos comunicar, adequadamente, com outras pessoas." - Hammed.

Boa semana!



 






 

2 comentários:

  1. Os olhos fechados não "sabotam" o que ouço. Com os olhos abertos, as sensações "perdem" a importância.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É verdade. Mas o exercício, o treino, a prática ajudam a perceber o mundo mais fácil.

      Excluir

VISITA A SÃO PAULO

Caros leitores, Este ano, em nossa ida para Sampa para visitar amigos que lá deixamos, visitamos 15 pessoas.  O ano passado ficamos 6 dias e...