sábado, 19 de novembro de 2022

CONSCIÊNCIA DE ORGULHO

CICLO DE TEXTOS SOBRE SENSIBILIDADE HUMANA - PARTE 7

Olá amigos,

No dicionário Aurélio, orgulho é, entre outras definições, conceito elevado ou exagerado de si mesmo; amor próprio demasiado; soberba.

Cada ser humano é um ser pensante e por isso é produto de suas sensações e percepções.  

Através do livre arbítrio, nós é que decidimos de que modo interpretaremos as ações, os comportamentos e atitudes que acontecem em nossa vida.  Tudo o que acontece em nossa existência tem o valor e o sentido exatos que nós lhes atribuímos.  Mas nosso livre arbítrio pode ser exercido de maneira consciente ou inconsciente.  Para tomarmos as rédeas de nossa vida com firmeza é necessário o tão falado autoconhecimento.  É necessário nos percebermo-nos em nossos atos diários frente ao mundo - em nossos relacionamentos pessoais, profissionais, amorosos, familiares. É preciso analisar as sensações que nos chegam de fora e vem de encontro aos nossos centros nervosos causando bem estar e/ou mal estar.

Como modificar padrões de pensamento sem perceber o que sentimos? Aquele que não faz esta autoanálise age por impulso, inconscientemente, e não educa sua personalidade.

Vale lembrar que, em muitos momentos, percebemos as coisas não como elas são, mas como nós somos. Nossos cinco sentidos podem por vezes nos auxiliar, no que diz respeito à nossa maneira de ser e ver as coisas, mas o sexto sentido - a sensação - pode nos auxiliar a ver a realidade.  Quanto maior é o nosso desenvolvimento interno, maior é a nossa capacidade de discernimento das coisas. É essa capacidade de discernimento que faz com que nós possamos captar forças psíquicas do mundo que nos cerca.

A maioria de nós tem tão pouco conhecimento de nossas percepções que somos incapazes de manter relações duráveis ou até sinceramente afetivas.  Muitas vezes quebramos relações pessoais e não percebemos onde foi que erramos - achamos até que foi o outro que interpretou erroneamente nossas ações.  Em geral, em muitas ocasiões, neste caso, são as duas pessoas que não se autoconheciam.

A pessoa orgulhosa baseia sua existência no ego, onde predominam as ilusões. Ela está mais interessada no modo como se apresenta do que no modo como sente.  Age distante de sua intimidade; valoriza nomes importantes e títulos, possui atitudes moralistas ou regras rígidas e tem tendência a ser pretensiosa.  Quer ter a aparência do que não é e desta maneira perde a criatividade, a originalidade e a sinceridade.  O orgulhoso concentra -se nos seus próprios interesses, mas lhe falta os verdadeiros valores internos - ética, bom senso, sensibilidade e naturalidade.

Tudo o que faz, o faz para exaltação de si mesmo, e muitas vezes, é incapaz de distinguir entre realmente o que é e o "eu idealizado" que fantasia ser.  Ele é um enamorado de sua autoimagem, um Narciso e para tanto se identifica com a imagem de poder imaginário tipo "todos são menos do que eu".

Enfim, ele tem dificuldade de ser genuíno, verdadeiro, despretensioso porque não tem contato com os próprios sentimentos e como estes são uma realidade importante da vida humana, pouco a pouco, em sua vida acontece uma séria descompensação emocional. Por isso o ponto principal para a erradicação do orgulho em sua vida é o contato direto com suas próprias emoções e sentimentos e a busca, através da percepção dos mesmos, pelo bem estar, a harmonia e o equilíbrio interior.  Esse é um caminho possível para a conscientização do orgulho e sua posterior erradicação.

Entretanto, atentemos para o detalhe de que não podem ser considerados orgulhosos aqueles que têm interesse pela boa apresentação pessoal ou que procuram manter-se arrumados, asseados.  Não confundir esmero saudável com endeusamento pela própria imagem.  A boa educação nos compele a apresentarmo-nos perante os outros com asseio corporal e boa apresentação - pessoas desleixadas ou indolentes em sua aparência podem denotar pessoas emocionalmente perturbadas.  Essa parte da estética, do bom parecer constitui parte do modo de vida natural.

Para darmos início ou continuidade na erradicação do orgulho em nossas vidas atuais, Hammed, em seu livro "A imensidão dos Sentidos", aponta algumas medidas:

- não ficar facilmente magoado com a crítica ou desaprovação dos outros;

- desenvolver a autoconfiança, não se preocupando com o medo de ser rejeitado ou abandonado;

- promover o senso de valor, aceitando seus próprios sentimentos e experiências íntimas;

- estar aberto à aprendizagem, tomando decisões sem procurar excessivamente o conselho das pessoas;

- não lutar para controlar e mandar, mas se tornar a própria fonte de satisfação ou prazer;

- não perder a identidade, aprendendo a viver sem a simbiose familiar, social, profissional, religiosa e assim por diante;

- sentir, pensar e agir e nunca utilizar a "imaginação fantasiosa", subestimando a experiência.

Essas instruções se colocadas em prática, poderão trazer um estado de consciência mais pleno onde poderemos aprender sobre quem realmente somos e quem poderemos vir a ser e melhorar o nosso relacionamento com os outros.

Então, a situação política atual em nossa pátria, me levou a pesquisar sobre esse assunto em vista de certas personalidades atuantes nesse meio demonstrarem esse tal de orgulho.  Todos nós o demonstramos em alguns momentos de nossa vida, mas existem pessoas que tal sentimento é tão patente que fica difícil não o percebermos, apontarmos, criticarmos e nos surpreendermos.  Muitas vezes a soberba é tão grande que pode chegar a apresentar delírios de grandeza, apresentando problemas mentais.

Boa reflexão! Boa semana!






 

Um comentário:

  1. - não perder a identidade, aprendendo a viver sem a simbiose familiar, social, profissional, religiosa e assim por diante; 💪👍

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