Leitores amigos,
Nesta terceira parte mas não última, continuarei a trazer minhas reflexões sobre esse tema. A cada dia que passa penso nele e as ideias continuam a surgir em minha mente. Nos textos anteriores falei da família, da religiosidade, da escola e do papel do professor.
Outra instituição que me vem à mente é o ambiente de trabalho - como existem muitos tipos de profissão, cada um deles requer um ambiente de trabalho diferente. Obviamente não conseguirei abarcar todos eles, mas trarei alguns exemplos. Existem fábricas, escritórios, hospitais, lojas, indústrias, escolas; existem funções nos meios de comunicação (TV, rádio, mídia em geral), na política (vereadores, senadores, deputados, prefeitos, governadores); existem trabalhadores autônomos com escritórios próprios (advogados, contadores, psicólogos, médicos, veterinários); existem aqueles trabalhadores do campo que mencionei no outro texto (criadores de gado, galinha, peixe; plantadores de frutas, verduras, grãos).
Em todas essas áreas há pessoas de diferentes graus de educação familiar, financeira, religiosa, ideológica - em sendo assim, cada um lidará, no seu ambiente de trabalho de maneira diversa, dependendo de sua personalidade.
Assim, aos poucos conseguimos refletir e visualizar boas e más ações nesses ambientes e por conseguinte, boas e más pessoas.
Em qualquer desses ambientes, uns mais outros menos, há muitos tipos de pessoas: os bons trabalhadores, os preguiçosos, os acomodados, os idealistas, os conformados, os bons colegas, os bons ajudantes, os maus administradores, e por aí vai a lista. Alguns estão em seus ofícios por escolha, uns outros por imposição de alguém ou até do "destino", e outros porque não "acharam" nada melhor para trabalhar. Deste modo, cada um reagirá no seu ambiente de trabalho de acordo com sua personalidade e muitas vezes, de maneira inconsciente, por não se autoconhecer.
Assim sendo hoje, finalmente, peço a vocês que reflitam num dos grandes "vícios", se assim posso designá-lo, da vida em sociedade - a inveja.
Creio que a maioria de vocês já entenderam onde quero chegar.
A meu ver há dois tipos de inveja - a inveja do ter e a inveja do ser - há os que invejam o que o outro tem e eles não podem ter e há os que invejam o que o outro é - esse último tipo é o mais prejudicial ao bom relacionamento social.
Quando alguém inveja o que um outro tem, ele faz pouco caso desse indivíduo que tem e até o critica - muitas pessoas ao redor percebem essa atitude, mas o invejoso, na maioria das vezes não, pois é um ato inconsciente.
Quando alguém inveja o que o outro é, pode acontecer o mesmo tipo de crítica, mas há o agravante de tentar destruir essa pessoa que tem a personalidade ou algumas características desejadas, pela pessoa que inveja.
No quesito "ter" é bem verdade que nem todas as pessoas podem ter o que outros têm - mas as perguntas que ficam no ar são: precisamos ter tudo o que o outro tem? precisamos ter o último modelo de celular? um carro do ano? uma bolsa da Prada? uma camiseta do Tommy Hilfiger ou uma caneta Montblanc? Se todos pudessem caminhar na vida dentro de suas possibilidades, uma certa paz reinaria no ambiente, creio eu.
No quesito "ser" a "solução" é mais difícil. Por exemplo, uma pessoa inveja outra que é disciplinada em seus afazeres, no seu dia a dia. Então ela a critica, dizendo que é rígida, inflexível e, muitas vezes, gostaria de ter algumas de suas características, mas ela têm uma vontade débil, uma grande preguiça. Nesse caso, em minha opinião, essa pessoa invejosa tem duas opções: ou tentar "copiar" a pessoa disciplinada ou aceitar-se como é. Logicamente, ela necessita, em primeiro lugar, "perceber" sua inveja. Caso o faça, há um trabalho árduo pela frente, mas bastante compensador trazendo como consequência um bem estar interior. Do contrário, há um grande mal estar interior, buscando sempre a necessidade de criticar, difamar, maldizer a pessoa invejada em questão.
Hammed, em seu livro "As dores da alma" no capítulo "Inveja" traz duas afirmações que citarei para elucidar melhor o tema e por concordar com elas:
"O invejoso é inseguro e supersensivel, irritadiço e desconfiado, observador minucioso e detetive da vida alheia até a exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos."
"Não há nada a nos censurar por apreciarmos os feitos das pessoas e/ou por a eles aspirarmos; o único problema é que não podemos nos comparar e querer tomar como modelo o padrão vivencial do outro."
Nessa segunda afirmação, atentemos para o detalhe bem importante de que cada indivíduo possui um "background" (vivência) diferente e por isso não podemos e nem devemos copiá-lo integralmente.
Assim, finalizo essa terceira parte (ainda haverá outros textos) com mais perguntas a refletir: já dá para imaginar onde se encontra o bem e o mal no âmbito social? já se pode compreender o porquê de suas existências?
Até o próximo texto.
Boa semana!
Acredito num modelo de sociedade que saia das telas de ficção: da ética, da solidariedade, da fraternidade, da humildade, do bom caráter. Com a erradicação do orgulho, do egoísmo e da inveja.
ResponderExcluirSonia, lí suas postagens sobre o "Bem e o mal", considero que pensou e ponderou bastante sobre o assunto nos trazendo ótimas reflexões sobre o tema.
ResponderExcluirNo entanto trouxe um assunto que é muito elástico e dá margens para muitos simpósios.
Mas, ainda fico com a afirmativa que "O mal é sempre o mal e o bem sempre o bem".
Fico com Mateus, 7: 3 a 5 " "O arqueiro e a trave no olho".
Boa noite
Ainda não terminei totalmente o tema. Num futuro próximo trarei mais uma parte.
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