quarta-feira, 20 de novembro de 2024

QUANDO ELES VÃO MUDAR?

 Olá leitores,

O tema de hoje traz à baila um assunto bem recorrente em nossa época e a própria solução desse desafio também é muito divulgado - todos falam do problema e da solução, mas poucos a aceitam, pois é de difícil compreensão.

Muitas vezes encontramos pessoas que desejam que seus entes queridos mudem - filhos, pais, cônjuges, amigos.  Quando, com o passar do tempo, essas pessoas não mudam como desejaríamos, a tristeza, a impaciência, a intolerância aparecem como resultado de uma espera que não tem fim: "Quando eles vão mudar?"

Então que estratégias de comportamento devemos ou podemos utilizar para enfrentar esse desafio?

Primeiramente devemos aceitar que ele não vão mudar porque nós queremos que o façam.  Só vão mudar quando eles quiserem.  E se eles não quiserem? O que faremos com nossa frustração e nossa tristeza?

Depois dessa constatação de que eles só irão mudar quando eles quiserem, perguntemo-nos que importância eles têm em nossa vida. Cada criatura que cruza nosso caminho tem importância diferente para nós. O filho, o pai, a mãe, o amigo tem importâncias diferentes em nossa vida.  Os filhos são os mais difíceis de analisar.  Alguns momentos podemos deixá-los usar de seu livre-arbítrio a contento, mas em outros momentos, dependendo da idade deles não podemos e não devemos deixá-los ao "Deus dará".  A responsabilidade, a disciplina, o dever devem ser ensinados a eles.  Isso não quer dizer que eles devem fazer o que quisermos, mas expressar atos e palavras condizentes com a vida no meio social para que sejam aceitos pelos outros como pessoas educadas, polidas.

Quando acreditamos que temos o dever, ou a obrigação de tentar mudar alguém, estamos indo em direção ao nosso próprio desequilíbrio, pois essa atitude é uma ilusão - "querer mudar os outros é uma das maiores ilusões das relações humanas e origem de muito sofrimento."

Então que tipo de estratégia podemos adotar para não sofrermos e nem nos sentirmos culpados?

A primeira delas já foi dita exaustivamente: ninguém muda ninguém - "cada pessoa é responsável por si mesma." "A única pessoa para a qual você conseguirá, seguramente, realizar algo transformador é você."

Então, o próximo passo é aceitar a pessoa como ela é ou não.  Dependendo do tipo de relacionamento que você tem com ela, muitas vezes, precisamos nos afastar desse relacionamento que não conseguimos aceitar.  Entretanto, se para você essa relação é importante, é um parente muito próximo, por exemplo, essa atitude não pode se levada adiante.

Se nos amamos podemos compreender que nosso equilíbrio deve ser mantido em primeiro lugar.  Se alguém interfere neste equilíbrio devo entender o porquê isso acontece, e depois realizar as mudanças necessárias para que essa interferência não ocorra - compreensão/análise, aceitação ou distância.  Assim como devemos entender o limite do outro, também devemos e podemos entender o nosso.

Para que você possa montar uma grade de estratégias para lidar com essa questão, você precisa analisar que tipo de comportamento essa pessoa que você gostaria que mudasse, manifesta.  Pode ocorrer que essa pessoa apresente um único comportamento que te aborrece, que te "tira do sério" - nesse caso, a primeira fase da estratégia é: pergunte a si mesmo porque esse comportamento te irrita.  Passada essa fase, se você acha que não tem a ver com a sua personalidade, os próximos passos seriam ignorar esse comportamento, conversar com a pessoa sobre o que ela acha disso, como ela se sente e a etapa final, caso todas as anteriores não estejam a contento, se afastar dessa pessoa.

Entretanto se, numa outra situação, a pessoa em questão, tiver realmente uma personalidade difícil, com comportamentos manifestos muito difíceis de suportar por você, e, dependendo do grau de afinidade/parentesco você tiver com ela, as mesmas estratégias podem ser levadas a cabo - aceitação, conversa franca ou afastamento embora talvez essas estratégias sejam mais difíceis de serem implantadas.

Por exemplo, se tenho um amigo nessas circunstâncias ou até uma pessoa que acabei de conhecer num curso, por exemplo, que me pareceu ser uma pessoa com a qual me identifico, com ideias similares às minhas e depois em pouco tempo descubro que é uma pessoa de difícil convivência ou até com atitudes de moral duvidosa que colidem com meus valores pessoais, posso, pouco a pouco, dar um fim à essa "amizade".

Mas, quando o filho ou a filha, com o avançar da idade apresenta distorções de comportamento no que se refere a moral, nossa atitude para com essa situação se torna bem complicada.  A responsabilidade dos pais com relação aos filhos acontece até uma idade - na maioria das sociedades isso acontece dos 18 aos 21 anos.  Depois disso, eles devem ser considerados adultos/maduros suficientes para dirigirem a própria vida, excetuando-se aqueles com problemas ditos mentais. Na cabeça dos pais surgem algumas questões: "Será que não eduquei corretamente?" "Será que não fiz tudo correto?" "Como ele/ela tem esse tipo de comportamento?" "Onde foi que errei?"

Nesse caso, ofereça aos seus filhos sua ajuda para uma solução que eles achem difícil de resolver, deixe a porta aberta, "jogue a corda" (caso o filho ou filha esteja no fundo de um abismo psicológico). É mais fácil e até confortador ajudar quem quer ser ajudado, ajudar a quem pede ajuda.

"Esteja sempre pronto a estender a sua mão, mas não ignore a parcela de participação que pertence ao outro." (Ermance Dufaux)

"Ninguém consegue ajudar alguém que não quer ajuda."

Boa semana!





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