Caros leitores,
O texto de hoje é o primeiro de três partes baseado no livro de Ermance Dufaux "Jesus - A Inspiração das Relações Luminosas".
Jesus Cristo para mim é uma figura extraordinária, independente do Cristianismo. Admiro sua moral, seus exemplos, seus discursos, sua vivência entre nós. Praticamente leio tudo o que se escreve sobre ele seja de qualquer doutrina religiosa.
As afirmações em itálico são de Dufaux. Os comentários sobre elas são de minha autoria - são minha visão sobre as mesmas. Vamos a elas.
"Exigir de você condutas e sentimentos que ainda não suporta, apenas para passar uma imagem irreal de si mesmo aos outros."
Ultimamente, esse tipo de atitude é bem comum. A meu ver, esse tipo de atitude pode surgir por algumas razões: vaidade, insegurança, não aceitação de si próprio, baixa autoestima, comparação de si próprio com os outros, inveja. Quando eu era jovem, chamávamos à pessoa com esse tipo de comportamento como uma pessoa que "faz tipo". Por baixo daquela imagem que ela passa de "poderosa", "inteligente", "segura", "sabe-tudo" pode existir uma pessoa frágil, insegura, com baixa autoestima. Infelizmente para essa pessoa, essa atitude é de fácil detecção pela grande parte das outras pessoas. O contraponto para esse comportamento seria a autenticidade.
"Nutrir a ilusão de que pode mudar as pessoas mais próximas do seu círculo de afetos."
Como já foi dito em outro texto, a única pessoa que podemos mudar é a nós mesmos - sendo assim, em tendo dificuldade com algum afeto, basta olhar par si, buscar novas estratégias e realizar as mudanças necessárias em si mesmo para melhor convivência com esse ser.
"Sentir-se responsável pelas escolhas daqueles que você ama."
Assim, como cada um de nós é responsável por seus próprios atos, os outros também o são. Entretanto, é até compreensível que em alguns momentos, alguns de nós possamos nos sentir responsáveis por atitudes alheias. Isso ocorre mais comumente em relação a pais e filhos. Como pais, alguns podem sentir-se responsáveis quando os filhos apresentam comportamentos antissociais, estranhos. Esses pais podem sentir-se culpados e pensar: "Eu não o eduquei com esse tipo de atitude/comportamento." Uma hipótese nesse caso pode ser um comportamento "copiado" de outros lugares, tais como a escola, o grupo de amigos, o trabalho (em caso de filhos já adultos). Ou esse filho ou essa filha pode estar incorrendo no primeiro item desse texto, ou seja, tendo uma atitude irreal que não faz parte de sua personalidade.
"Usar a carência para justificar atos infelizes na sua convivência humana."
Nesse item podemos falar das pessoas que ou têm uma falsa modéstia, ou sentem-se vítimas do sistema. Tentarei explicar melhor. Frente a um problema a ser enfrentado, uma pessoa que não deseja enfrentá-lo pode usar de evasivas para não fazê-lo. Pode até ser uma atitude inconsciente, de fuga, mas ela afasta de si a possibilidade de experimentar o amor. No segundo caso, o "fazer-se de vítima", essa atitude pode demonstrar insegurança, medo de enfrentar algo desconhecido e com isso, também a afasta das dádivas de um novo acontecimento que poderia lhe trazer satisfação e prazer.
"Considerar as pessoas que não pensam como você como antipáticas ou até como adversárias."
É bem verdade que estar com pessoas que pensam como nós é agradável, mas há pouco aprendizado da flexibilidade e tolerância. Ao encontrarmos pessoas que pensam diferentemente de nós, abrimos um leque de oportunidades de crescimento em nossa vida - tolerância, paciência, saber ouvir, flexibilidade, conhecer o outro lado da moeda, exercício de compaixão, empatia.
"Acreditar que veio a este mundo para sofrer e que a felicidade não á algo para você."
Essa é uma das crenças mais perigosas que um indivíduo pode ter. Quando acreditamos que estamos aqui para sofrer, essa crença atrai, através do magnetismo, tudo o que há de pior no mundo. Muitas vezes, a mente está tão afinada com essa crença, que mesmo a vida lhe trazendo boas situações, você consegue tirar o pior delas. É o eterno pessimista, ou mal-humorado - o "complexo de Cassandra". Em realidade, viemos a este mundo para sermos felizes, buscarmos o belo e o bom e, mantermos em nossa mente uma atitude otimista/positiva. Nesse item, gosto de lembrar o trecho de uma canção do passado: "cair, levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima."
"Desistir de perseverar na busca de suas metas diante dos primeiros golpes da decepção."
Não ter decepções na caminhada terrestre é bastante raro. Vez ou outra enfrentamos essa circunstância, até mesmo porque nossa expectativa pode ser alta numa dada situação. Isso não quer dizer que não devamos ter expectativas. Esperar algo de alguém ou de alguma coisa é salutar, faz parte da natureza humana. O que não é bom é desistir de seus objetivos frente à decepção ou algo não imaginado ou esperado. A perseverança é uma virtude a ser adquirida nesse momento.
Fim da primeira parte.
Boa semana e boas reflexões sobre o texto!
Muito interessante suas reflexões. Só neste texto já teria assunto para horas e horas de terapia...🙏
ResponderExcluir