Caros leitores,
Para dar continuidade às afirmações de Ermance Dufaux, lembro que aquelas em itálico são dela e os comentários posteriores são minha interpretação.
"Acreditar que a sua felicidade depende exclusivamente de alguém além de você mesmo."
Assim como não podemos modificar o comportamento dos outros, também não podemos acreditar que nossa felicidade está fora de nós - nossa vida, nossa felicidade só depende de nós mesmos. Nossas atitudes, as situações que vivemos, nossos amigos, nosso trabalho, nossa família, nosso corpo/saúde, tudo aquilo que nos traz felicidade, dependem 100% de nós mesmos. A felicidade está dentro de nós, é construída por nós através de nossa visão de mundo. Para facilitar sua obtenção basta ter fé no Criador, ser otimista/positivo - sempre observar o lado bom de tudo e de todos - admirar as belezas da natureza, enfrentar obstáculos de cabeça erguida. Essas são as qualidades de uma pessoa feliz.
"Estabelecer uma conexão, nos seus relacionamentos, entre amor e sacrifício, disponibilidade servil e ausência de frustração."
Esse é um tópico bastante difícil não só de compreensão, mas também de execução.
Jesus era calmo, tranquilo, não se deixava abalar por ninguém e nada - sua caminhada entre nós era um ato ininterrupto de amor. O amor para ele não era sacrifício, não tinha disponibilidade servil para com ninguém e não se frustrava com as atitudes alheias.
É compreensível que ter Jesus como modelo e guia parece bastante difícil - mas é o que existe para nós, para tentarmos compreender o amor. Assim, amemos sem nos sacrificarmos, estejamos prontos a servir e quando o fizermos não nos frustremos com os resultados. A meta é amar incondicionalmente.
"Comportar-se na vida para agradar a todas as pessoas, como se isso fosse lhe trazer reconhecimento, retribuição e afeto."
Aqui novamente estamos frente a pessoas de baixa autoestima, pessoas que não gostam de si mesmas. Quando tentamos agradar a todos, não somos autênticos e buscamos uma retribuição - o agradar a outro, muitas vezes, não é natural; muitas vezes não se faz isso apenas para sermos amáveis ou gentis, como deveria ser - fazemos isso para "mendigar" afeto, atenção, reconhecimento. Nessa situação, às vezes, até conseguimos o intento, mas é por pouco tempo e pode não ser genuíno. Agrademos a nós mesmos que o resto virá naturalmente. Ser amável e gentil faz parte da arte de amar incondicionalmente.
"Ter dificuldade de dizer não."
Aquele que nunca diz não para nada sofre abuso e muitas vezes, sofre com isso sem saber a causa.
Jesus disse no sermão do monte: "Seja, porém, o teu sim, sim! E o teu não, não!" (Mateus 5:37). A passagem destaca a importância de sermos íntegros.
"Experimentar constantes mágoas por causa de suas expectativas muito elevadas na convivência."
Esse tipo de situação é comum quando achamos que os outros devem ser encaixar naquilo que acreditamos. Cada um é o que é. Basta olhar para o outro e ver que ele não pensa como você - cada um tem uma personalidade única e muitas vezes nos enganamos em nossas expectativas - a mágoa nesse caso denota uma atitude espiritual imatura. Há que se olhar para os outros com olhos de compreensão e indulgência.
"Manter relações tóxicas para não perder alguns ganhos secundários."
Essa situação é bem difícil de aceitar, uma vez que nós mesmos possamos nos encontrar nela e não percebermos - é mais fácil notarmos esse comportamento em outras pessoas. Uma pessoa pode manter uma relação tóxica, por exemplo, quando num casal, a pessoa com maior poder aquisitivo realiza muitas viagens internacionais levando o cônjuge consigo, mas tratando-o muito mal e esse que é maltratado aceita essa condição só por conta das viagens, dos jantares nos lugares mais caros e por aí vai. Esse foi um exemplo, entretanto existem outras circunstâncias que podem levar a manter um relacionamento tóxico. É uma relação entre um controlador e uma pessoa com baixa autoestima, noventa por cento das vezes. Nesse caso não é somente aquele que "obedece ao controlador" que sofre, o "controlador" também tem problemas íntimos, pois ele "necessita" estar por cima para sentir-se bem. Essa relação acaba sendo uma relação de escravatura, de dependência, pois um depende do outro - não há liberdade - só caminhará em direção à lei do amor aquele que renunciar à essa relação ou na melhor das hipóteses, aquele que perceber essa situação e mudar as regras do jogo para manter o relacionamento.
"Sofrer porque você gostaria que as pessoas sentissem o mesmo que você, mas elas não sentem."
Muitas vezes gostaríamos que nossa família, nosso cônjuge sentissem o mesmo que nós - mas isso é bem difícil de acontecer. Não há porque sofrer por isso - compreendamos que essa circunstância está nos ensinando tolerância. Atualmente o mundo pede essa virtude e, caso ela não seja exercitada, compreendida, nossa existência acaba se tornando triste, frustrada nos impedindo de usufruir da companhia de tais pessoas e perdendo oportunidades de estarmos bem com todos - sem esse exercício de tolerância nossa paz íntima se esvai.
Fim da segunda parte.
Boa semana!
Como e interessante se fala do amor como se fosse algo simples mas lendo ele nos leva a perceber como uma bússola em alto mar norteia bom domingo
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