Olá leitores,
Os dois textos anteriores "Baixa Estima" e "Vício" e o de hoje "Vontade" foram baseados no livro de Hammed "As Dores da Alma". O texto de hoje é uma pequena conclusão dos dois anteriores.
A baixa autoestima e o vício estão ligados na medida em que eles são válvulas de escape, maneira de fugir à responsabilidade, de arcar com os próprios atos, de tomar a vida com as próprias mãos. A fuga da realidade acontece por medo, por preguiça, por comodidade - fatores estes passíveis de serem descobertos fazendo-se uma profunda autoanálise.
Podemos dizer que a maioria dos vícios tem como origem o egoísmo. Se a causa maior dos vícios está no egoísmo, parte do caminho está percorrido. Resta compreender de que instrumentos o egoísmo faz uso para continuar existindo. A partir do conhecimento das causas, pode-se chegar ao exercício da vontade.
Uma vez descobertas as causas da baixa autoestima e concomitantemente, dos vícios, como desenvolver a vontade?
Antes de mais nada observemos que a vontade é a expressão do livre-arbítrio e é constituída dos seguintes fatores dinâmicos:
Impulso
Surge no campo sentimental, e em nível emocional, surge a elaboração mental, plasmando ideias, prevendo obstáculos, ponderando possibilidades, articulando pensamentos e avaliando a própria capacidade de realização. Parte importante da vontade, pois sem o impulso, não há concretização da mesma.
Autodomínio
Fase de combate dentro de cada um onde contornam-se dificuldades íntimas, exercendo domínio progressivo sobre as paixões e apegos, combatendo momentos de desânimo, e assim vencer os obstáculos criados pelas próprias fraquezas, limitações psicológicas, incertezas e receios.
Deliberação
Para deliberar é preciso conhecer amplamente as circunstâncias favoráveis e desfavoráveis do assunto em questão. Há que se dinamizar em cada um o hábito de observar, analisar e avaliar os acontecimentos do dia-a-dia. O hábito da análise coloca a imaginação e a criatividade em ação, ampliando assim a capacidade mental.
Determinação
É o primeiro ato da ação. Mas antes da ação propriamente dita, deve-se programar as ações a serem formadas, relacionar os passos a seguir e empenhar-se em cumpri-los com rigor, firmeza, energia e coragem.
Ação
A ação é a concretização dos impulsos que foram articulados nos pensamentos. É a ideia condensada, materializada numa realização.
Em resumo, a vontade é semelhante a um projétil tendo como alvo o conjunto dos vícios e defeitos. A vontade não estaciona no impulso, prossegue no autodomínio, se firma na deliberação, começa a tomar forma na determinação e se concretiza na ação.
Todas essas etapas para exercer a vontade ocorrem de maneira rápida, dinâmica e até, em muitos momentos, inconscientemente. Mas, para o iniciante na arte de exercer a vontade, há que se imbuir de disciplina, constância, otimismo - sem esses auxiliares, a autoestima não aparece o vício não é eliminado.
Boa reflexão!
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