sábado, 26 de julho de 2025

VISITA A SÃO PAULO

Caros leitores,

Este ano, em nossa ida para Sampa para visitar amigos que lá deixamos, visitamos 15 pessoas.  O ano passado ficamos 6 dias e neste ano ficamos 7 dias.  Foram dias de muito movimento - o bendito metrô nos levou para muitos bairros - Chácara Santo Antônio (zona sul, meu ex-bairro - dois dias) não deu para colocar todos os amigos deste bairro no mesmo dia; Sumaré, Pinheiros, Barra Funda, Av. Paulista, São José dos Campos (rodoviária Tietê), Campo Belo, Centro da cidade.

Chegamos na quinta à noite depois de dez horas na estrada (ficamos parados duas horas devido a um "pane" no sistema do pedágio em Miracatu). O ônibus não paga pedágio pois está incluído na passagem, mas como "passar por cima" de carros, motos e caminhões? Sendo assim, a chegada  ao hotel às 20 horas (era para chegar o mais tardar 17.30 hs.) foi muito desagradável.

Na sexta feira, o dia seguinte da chegada, visitamos 6 pessoas - duas pessoas no café da manhã (casal adorável com gatos mais adoráveis...), duas pessoas no meio da manhã no sebo "Ao pé da letra" - parada obrigatória; fizemos um pacote de livros que o dono do sebo, grande amigo de longa data, enviará pelo correio.  Almoçamos com uma pessoa que eu não via desde os meus 18 anos aproximadamente - foi "resgatada" do CPP (Clube Paulista de Patinação) dos meus tempos de patinação. Tanto eu quanto ela relatamos nossas vidas (trabalho, família, casamento, filhos) desde essa época até hoje. Foi bem interessante!

No final da tarde desse dia marcamos com outra amiga na padaria na rua Vergueiro, perto do hotel onde estávamos hospedados.  Sempre ficamos no hotel Ibis Budget por estar ao lado da Estação Paraíso do metrô.

No sábado eu fui tomar café da manhã na casa de uma amiga no Butantã, enquanto meu marido foi matar as saudades da Biblioteca Municipal Mário de Andrade.  Depois nos encontramos para almoçar em Pinheiros.  Perto do local do almoço fomos em dois sebos e já comprei mais 4 livros.  No final da tarde tentamos fazer um lanche  no Shopping Paulista, pois não tínhamos agendado nenhum amigo para estar, mas sem sucesso - muita gente, muito barulho e então fomos comer na padaria "Moça Paulista" perto do hotel (aliás, praticamente comemos sopa lá todos os dias no fim da tarde).

No domingo só tínhamos compromisso às 15 horas então fomos caminhar na Av. Paulista - andamos de ponta a ponta - gostamos de ver os artesãos e seus trabalhos. Às quinze horas, nos dirigimos para o Sumaré para encontrar um casal que não víamos há muito tempo - foi uma boa visita, pois trocamos ideias similares e a casa deles é bem agradável.

Na segunda feira tomamos um ônibus para São José dos Campos no terminal Tietê (bendito metrô que nos leva a vários lugares) para visitar parentes - minha sobrinha mais nova e o marido estão morando temporariamente em Montreal, no Canadá e eles vieram matar as saudades dos pais (dela e dele) - almoçamos com eles e voltamos para Sampa para o hotel.

Na terça feira voltamos para a Chácara Santo Antônio para almoçar com uma amiga querida (bem, todos os nossos amigos são queridos...)e tomamos lanche no Campo Belo na casa de uma prima de minha mãe que eu não via há uns 25 anos.

Na quarta feira tínhamos o dia livre.  Na parte da manhã fizemos uma simulação - em outubro participarei  de um congresso perto do terminal Barra Funda - e como não conhecia o lugar, resolvemos ir até lá para que no dia do congresso eu não me perca "muito"...

Após o  almoço foi o momento mágico para mim - meu marido que é um grande conhecedor e admirador do centro de São Paulo me levou para um tour à Praça da República, Av. São Luiz, Av. São João - foi a primeira vez que vi o famoso Edifício Itália e o Copam (quase uma pequena aldeia).

A tristeza maior foi ver um coreto na Praça da República inteirinho sujo com urina e fezes.  Que pena que muitas pessoas não são educadas a preservar o patrimônio público - não há policiamento ostensivo para esse tipo de vandalismo... Em frente à esse coreto tirei foto de uma seringueira gigantesca maravilhosa (é a foto da capa desse texto).  O centro é bem arborizado, as ruas são largas e percebi o quanto Curitiba não tem muitas árvores no centro - temos a Praça Osório que as tem e a rua Comendador Araújo tem algumas árvores grandes.  Entendo que as ruas de Curitiba são mais estreitas e talvez por isso não tenha muitas árvores.  Amei ver o centro de Sampa - tomamos um cafezinho na esquina da Av. São Luiz com a Av. Ipiranga - foi mágico - parecia estar em outro país.

Na quinta feira voltamos sãos e salvos e felizes de ter estado com amigos - eles são o melhor nessa época de nossas vidas.

Boa semana!



 

sábado, 12 de julho de 2025

"ATÉ QUANDO CATILINA?"

Olá leitores,

Atualmente tenho visto, presenciado e ouvido tantas coisas estranhas acontecendo  no mundo e, principalmente no Brasil, que nada mais me surpreende.  Passados cinco anos da "fraudemia" e ainda existem pessoas dormindo em "berço esplêndido" (aliás essa expressão/frase deveria ser eliminada de nosso hino - talvez ela seja responsável por termos ficado adormecidos por tanto tempo).

Parafraseando uma figura política, da qual não vale a pena nomear, "A pandemia foi a melhor coisa que aconteceu..." - para mim e para muitas pessoas que "sobreviveram lucidamente" a ela foi um divisor de águas.  Aqueles que acordaram viram um novo mundo a se descortinar frente aos seus olhos - no bom e no não tão bom sentido.  

O mundo que achávamos que estávamos vivendo não é real. Tudo é uma simulação parecida com o filme "O Show de Truman" - a diferença é que nessa película o espaço da cidade é limitado.  A nossa "realidade" acontece no planeta como um todo.

Melhor eu me explicar.  Aquilo que acreditávamos ser a vida - nascer, estudar/brincar, namorar, arranjar emprego, trabalhar até se aposentar, se aposentar, envelhecer, morrer - não é bem assim.  Muitas "teorias da conspiração" surgiram e algumas delas não são teorias.

O melhor exemplo é o antigo livro de George Orwell "1984" (já escrevi um texto sobre ele) - outras obras deste autor também são muito boas; outro livro que trata dessa mesma realidade em outro contexto de uma maneira mais sutil é "A Revolta de Atlas" (também escrevi um texto sobre esse livro) onde Ayn Rand dá uma boa ideia (na minha opinião) de como poderemos sair dessa sinuca.  Livros à parte, quero compartilhar um pouco do meu "desabrochar" ou "acordar" desse sono que pareceu longo demais.  O termo "desabrochar" até serve melhor nessa fase pois foi como um "renascer" para uma nova realidade (mas qual é a realidade?).

Durante a "fraudemia", como não podíamos sair e ir onde quiséssemos, assistimos, meu marido e eu, muitos filmes, documentários, canais diferentes do YouTube e descobrimos um novo mundo: ETs, meditação (fizemos e fazemos muita meditação), geografia política (apelidada hoje de geopolítica), história dos povos e mais que tudo, tentamos e ainda continuamos a tentar compreender a NOM - Nova Ordem Mundial (também escrevi um texto sobre isso superficialmente).

Até entendo que o planeta está superpopuloso, mas há regiões sem excesso de pessoas - a maioria prefere as zonas urbanas, enquanto o meio rural escasseia de população.  Com a população excessiva num local também escasseia a instrução, o trabalho - também um causador de "adormecimento" - as pessoas leem menos, estudam menos e por conseguinte, raciocinam/pensam menos - atualmente pensar por si próprio virou egoísmo, individualismo, solitude - para o meio social temos que ter uniformidade, pensamento único, harmonia.  A diversidade (de sexos, não de opiniões) é buscada, mas a cada dia temos muitas brigas, revoltas, falta de paciência, tolerância com os diferentes (e hoje os diferentes são os que estudam, que leem, os mais velhos).  Os de opinião X não querem tolerar os de opinião Y - só aceitam a si próprios como pessoas tolerantes, os outros é que são intolerantes - é como o livro 1984 "Guerra é Paz".

Bem, parece até que saí do tema - mas não - o texto é um desabafo sobre como as pessoas são manipuladas (ainda sou uma delas em algumas áreas) e não percebem e se percebem preferem assim - o mundo ficou apático, eu diria até medíocre.  Não se pode falar nada às claras.  Só os corajosos, aqueles que não tem nada a perder, aqueles que entenderam que o mundo espiritual, a alma, o bem estar, o estar em paz dentro de si é o mais importante para a vida, conseguem se expor.  Para aqueles que já entenderam para onde o mundo caminha sabem do que estou falando.

A cada dia que passa fica mais difícil voltar ao normal (mas o que é o normal?).  Para mim, a moral é começo do "normal" - Onde podemos aceitar que matar, roubar, mentir, ludibriar, manipular é bom? Quando começamos a aceitar que "bandidos" fiquem "incomodando" a vida dos outros, onde precisamos colocar grades, cercas elétricas, câmeras, em nossas casas para podermos viver bem? Quando começamos a aceitar que alimentos processados em indústrias de grande escala são bons para nossa saúde? Quando começamos a aceitar que todo medicamento quimicamente modificado (às vezes até com derivados de petróleo) é bom para nosso tratamento ao invés de frutas, verduras, plantas medicinais, ervas naturais ou até tomar sol? Quando começamos a aceitar como normal termos animais "domesticados", presos em nossas casas sendo alimentados por ração e muitas vezes maltratados (imagine pássaros em gaiola com asas para voar...)? Quando começamos aceitar como normal retirar todas as árvores de uma rua porque "as folhas" entopem bueiros e sujam as calçadas? Quando começamos a aceitar o lixo acústico (eles chamam de música), a fumaça, o barulho de vizinhos como se isso fosse "direito" deles? Aonde está a polidez, o bom senso, o respeito de um ser humano por outro? Quando começamos a comprar compulsivamente roupas e objetos pois o "novo" nos traz mais conforto e faz-nos sentirmos especiais? E o que dizer do lixo acumulado no planeta do descarte de nossas roupas e objetos "velhos"? Quando começamos a tirar a terra, as plantas e árvores de nossas casas e começamos a substituí-las por cimento, lajotas, porcelanato, asfalto nas ruas porque isso é (ou era) o retrato do progresso? Até quando vamos aceitar pagar impostos/taxas sobre nossa casa própria, nosso carro, nosso trabalho? "Até quando Catilina?"

Pois é - acordei para  muitas coisas que não percebia como excrecências da dita raça "humana" - e achava tudo normal.  Hoje, pós-pandemia me vejo como "um cego em tiroteio" ou "um cachorro caído de um caminhão de mudança" como dizem.  Mas vou levando: aprendo a cada dia onde não quero estar e com quem não quero compartilhar minha vida, meus pensamentos, meus sonhos, minhas coisas e minha dores.  Compartilho com vocês, leitores do meu blog e acredito fazer "eco" em alguns poucos de vocês.

Desculpem o desabafo!

Boa reflexão!

Boa semana!

P.S.: A expressão "Até quando Catilina?" se encontra explicada em um texto do blog  de dezembro de 2024 intitulado "Megalópolis parte 1".

 


 

 

sábado, 5 de julho de 2025

"O ESTRANGEIRO"

 Caros leitores,

Nosso livro do mês, em nosso Clube de Leitura foi "O Estrangeiro" de Albert Camus, "um escritor, filósofo e jornalista franco-argelino (ele nasceu na Argélia) conhecido por suas contribuições à literatura e ao pensamento filosófico do século XX.  Em 1957, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura.

Em sua produção literária e filosófica, Camus destacou-se por abordar questões como a liberdade, a justiça e a responsabilidade individual.  Sua filosofia, frequentemente associada ao Absurdismo, enfatiza a contradição entre a busca humana por sentido e a aparente indiferença do universo.  Entre suas obras mais conhecidas estão "O Estrangeiro" (1942), "O Mito de Sísifo" (1942) e "A Peste"(1947).

No campo político, Camus posicionou-se contra o Totalitarismo criticando tanto o fascismo quanto o stalinismo.  Sua postura crítica em relação à União Soviética e ao Partido Comunista Francês levou a divergências com outros intelectuais, como Jean- Paul Sartre." (Wikipédia).

"O Estrangeiro" é denso, pesado, mas tem seu propósito - a reflexão.  Quando comecei a ler achei a linguagem do livro "pobre", direta.  Inclusive achei que tinha comprado uma edição adaptada/condensada - mas depois descobri, conforme fui lendo, que foi uma ideia proposital do autor - o personagem Meursault (o tal "estrangeiro") era uma pessoa assim - pouca reflexão, vivia de uma maneira simples, e aparentemente era uma pessoa insensível (era o que os outros o consideravam).  No funeral da mãe não mostrou grandes emoções, não chorou e depois do mesmo foi nadar.  Em tempo, a mãe vivia num asilo e ele pouco a visitava.

Não irei contar toda a história mas ele comete um crime lá pela segunda metade do livro e é condenado.  Entretanto, nas entrelinhas, ele foi condenado mais por sua insensibilidade (também ao cometer o crime) e não pelo crime propriamente dito. Em seu julgamento, o procurador afirmou "Acuso este homem de ter assistido ao enterro da mãe com um coração de criminoso".

Para mim, este livro fala mesmo sobre "a contradição entre a busca humana por sentido (entendo que o personagem não vê sentido nas coisas que faz) e a aparente indiferença do Universo" (como está no Wikipédia).  Ele comete o crime por causa do calor excessivo e a luz do sol do local em seus olhos, por sua falta de paciência com os outros - no interrogatório do juiz de instrução ele pensa "Como sempre que me quero desembaraçar de alguém que já nem estou a ouvir, fiz menção de aprovar", entre outros fatores, na minha opinião.

A leitura da obra não foi fácil, confesso.  Mas a discussão do grupo foi rica em reflexões.  O personagem é o estrangeiro do título, uma vez que seu comportamento é bem diferente do que se espera de um ser humano e por essa razão achei muito interessante a sua leitura.

Que tal ler e buscar sua própria reflexão?

Boa semana!



VISITA A SÃO PAULO

Caros leitores, Este ano, em nossa ida para Sampa para visitar amigos que lá deixamos, visitamos 15 pessoas.  O ano passado ficamos 6 dias e...