terça-feira, 29 de dezembro de 2020

VOCÊ É UM SER ÚNICO

 Amigos,

Hoje voltaremos ao livro de Jordan Peterson "Doze Regras para a Vida".  Regra quatro: "Compare-se com o que você era, não com o que outro alguém é hoje."

Em nosso dia-a-dia, muitas pessoas têm a tendência a se comparar com os outros, e, eu diria, principalmente aquelas que tem uma baixa autoestima.  Todos nós vivemos numa sociedade competitiva e, desde pequenos fomos criados nesse clima - se temos irmãos ou irmãs essa ideia começa em casa e, se somos filhos únicos, na escola enfrentamos essa situação não só em sala de aula, mas também nos esportes ou na artes.  Aqueles que não têm tino esportivo e nem pecha para a arte podem se deparar com competições de matemática, ciências, inglês.  Contudo, outras pessoas podem se dar bem quando crianças/adolescentes por já reconhecerem em si qualidades próprias. 

Entretanto, se você não faz parte desse último grupo, esse texto/essa regra pode auxiliá-lo.

Assim, se você não é mais criança nem adolescente, você construiu uma personalidade única.  Como portador de uma personalidade única, você sabe que não precisa se comparar com ninguém - mas, (sempre há um mas...) na vida em sociedade aparecem aquelas criaturas que trabalham na mesma área que você, mas têm maneiras de trabalhar diferentes das suas.  Nesse sentido podem surgir em sua mente algumas comparações - tipo: "Puxa, ele não faz como eu!", "Ele deve ganhar mais do que eu, em vista de todos os bens que ele possui." "Ele parece mais feliz em seu trabalho do que eu no meu."  E muitas outras ideias similares.

Jordan Peterson sugere: "Seja cauteloso quando você se comparar com os outros.  Você é um ser único, uma vez que você já é um adulto.  Você tem seus próprios problemas - financeiros, íntimos, psicológicos e outros.  Esses fazem parte intrínseca de sua existência.  Sua carreira ou seu trabalho funciona para você de uma maneira pessoal, ou não, ou faz uma interface com outras especificidades de sua vida.  Você deve decidir quanto tempo dispende com isso e aquilo.  Você deve decidir o que deixar ir, e o que manter."

 Quando nos comparamos com nós mesmos, de como éramos no passado e como somos hoje, temos que levar em consideração nossa jornada: a família que construímos ou não, nossa profissão, medir nosso sucesso e/ou fracasso por nossas escolhas. 

Quando somos jovens, muitas vezes temos mais dificuldade de termos escolhas próprias - nossos pais, nossos professores, nossos colegas, parentes e amigos nos levam a determinada direção e, de repente, estamos na faculdade, nos formamos, começamos a trabalhar nesse campo e nem nos damos conta se gostamos ou não ou se era isso que queríamos.

Algumas vezes olhamos além de nós e visualizamos outras frentes de trabalho, outras coisas que gostaríamos de fazer e pensamos: "Puxa, agora já estou velho..." ou "Bem agora já estou estabelecido no meu trabalho e não posso simplesmente jogar tudo para o alto, posso?"

Na minha opinião, sugiro que você olhe um pouco para trás e busque em sua linha do tempo, refazer seus passos e entender o porquê você chegou onde chegou.  Cada um de nós pode ter deixado para trás alguns sonhos e, a maioria deles pode ser realizada agora.  Entretanto também podem ter existido sonhos do passado que não te interessam mais.

Como foi dito anteriormente, quando crianças ou adolescentes, quando nos comparamos com os outros, queremos ser ou ter inúmeras coisas - afinal de contas, ainda estamos "escolhendo" o que queremos ser.  Assim, se na vida adulta quisermos mudar de profissão, de área de trabalho, basta colocarmos nossa vontade e disciplina para fazer a mudança.

Em minha vida caminhei por diversas atividades.  Meu pai queria que eu trabalhasse com carteira assinada/cartão de ponto, assim como ele em seu trabalho - talvez ele achasse ter mais segurança financeira.  Assim, fiz curso de secretariado no lugar do colegial (hoje ensino médio profissionalizante) e fui trabalhar como secretária.  Enquanto trabalhava fiz faculdade de Língua e Literatura Inglesas à noite, pois sempre gostei de inglês e tinha facilidade.  Em seguida, tornei-me secretária executiva bilíngue e trabalhei nessa função em algumas empresas multinacionais.  Mas eu não estava feliz - aos 30 anos desisti desse trabalho.  Um casal de amigos que davam aulas de inglês resolveram ir embora do país e me passaram todos os alunos; então fui dar aulas particulares de inglês, também em algumas multinacionais.

Lembro-me de que poucas vezes na vida comparei-me com alguém (talvez, um pouco na adolescência). Apenas fui abrindo os olhos para o que existia à minha volta e fui aproveitando as oportunidades que a vida me apresentava.  Enquanto dava aulas de inglês, resolvi voltar para a faculdade.  Aos 37 anos comecei a cursar psicologia.  Dava aulas à tarde e à noite e, de manhã ia para a faculdade.  No terceiro ano, reencontrei um amigo do passado que se tornou meu marido.  O curso de psicologia acabou em 2000 e de lá para cá trabalho como psicóloga clínica.  Sinto-me feliz e bem realizada.

Aí, o resto você já sabem - veio a pandemia e eu virei "blogueira" - escrever um texto por semana tem se tornado um grande desafio e responsabilidade que me impus para refletir e de quebra, auxiliar outras pessoas a também fazerem suas reflexões.

Hoje, olho para trás e me considero uma vencedora - ainda tenho alguns sonhos e planos para meu futuro - pois a vida não vai parar para mim nem quando eu for para outra dimensão.

Para voltar ao tema da quarta regra, gostaria de frisar que quando nos comparamos com o que fomos e o que somos hoje, deveríamos nos sentir realizados com tudo o que aprendemos - claro, existem pessoas que talvez possam se sentir frustradas, mas acredito que a frustração advém, na maioria das vezes, quando nos comparamos com os outros.  Ainda dá tempo de mudar e fazer novas escolhas - não há limites para o aprendizado e como diz o ditado "Querer é Poder".  Lance mão de sua vontade e lembre-se da primeira regra de Jordan Peterson: "Mantenha-se ereto - com os ombros para trás e as costas retas" e avante!

Eu termino o texto de hoje, naturalmente, com uma ideia de Jordan Peterson, a qual concordo plenamente:  "...são suas ações que mais acuradamente refletem suas crenças mais profundas - aquelas que estão implícitas, embasadas no seu ser, sob suas apreensões conscientes e atitudes e no nível superficial de seu autoconhecimento.  Você só pode saber/conhecer em que você realmente acredita (ao invés do que você acha que acredita) apenas observando como você age.  Você simplesmente não sabe em que acredita antes disso.  Você é muito complexo para se entender."

Para entender perfeitamente o que ele quer dizer só lendo o livro.  Mas, resumindo, atente para quem é você realmente:  o que você pensa, o que você faz, o que você sente - é o melhor caminho para o autoconhecimento e consequentemente, para o crescimento pessoal!

Para a reflexão de hoje, pergunto:  você sente-se bem pelo que você é hoje?

Desejo a todos um Bom Ano Novo e que muitos planos e sonhos que não puderam ser concretizados em 2020, o possam ser em 2021 - e que sonhos e planos novos que foram "pensados" em 2020 possam ser colocados em prática em 2021.

Até o ano que vem!


 

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

FRATELLI TUTTI - TODOS IRMÃOS - PARTE I

Caros amigos, 

O primeiro texto, de muitos, de hoje será um breve resumo sobre a nova carta encíclica do Papa Francisco.  Ela foi lançada no dia 04.10.2020 (dia de Francisco de Assis) na Basílica de São Francisco de Assis em Assis - Itália. Ela versa sobre a fraternidade e a amizade social - por isso o nome "Todos Irmãos".  Como é longa e possui muitos pontos importantes, esta postagem será a primeira de algumas - não tem como abreviar a carta num só texto.

Ela é separada em oito capítulos, onde cada um é de um assunto diverso sobre o mundo que nos rodeia.

Papa Francisco inspirou-se em Giovanni di Pietro di Bernardone, mais conhecido como Francisco de Assis - "Foi ele quem motivou estas páginas."

Francisco - no decorrer do texto não colocarei "Papa" para que ele possa ficar mais íntimo entre nós, assim como ele foi simples e próximo de nós em suas palavras desta carta - na introdução afirma: "Embora a tenha escrito a partir de minhas convicções cristãs, que me animam e nutrem, procurei fazê-lo de tal maneira que a reflexão se abra ao diálogo com todas as pessoas de boa vontade." E termina a própria introdução desta maneira: "Sonhemos como uma única humanidade, como caminhantes da mesma carne humana, como filhos dessa mesma terra que nos abriga a todos, cada qual com a riqueza da sua fé ou das suas convicções, cada qual com a própria voz, mas todos irmãos."

A cada capítulo, tentarei pinçar a ideia principal do mesmo.  Confesso que a encíclica me surpreendeu - fiquei  sabendo dela no jornal e logo quis lê-la, apesar de não ser católica, mas cristã - Francisco sempre me pareceu um "papa" diferente dos outros - nem sabia se gostava dele ou não, entretanto seus textos foram muito claros, trouxeram alento ao meu coração e excluindo uma ou outra ideia que não concordei com ele, o restante da carta é de uma grande beleza.  Em muitas páginas me emocionei - sempre tive muitas restrições ou até mesmo preconceitos em relação à Igreja como instituição estabelecida - porém Francisco tocou minha alma.  Talvez outras pessoas tenham reflexões diferentes ao ler sua carta - achei-a apropriada para o momento que estamos passando.

No primeiro capítulo intitulado "As Sombras de um Mundo Fechado", ele enumera, em sua opinião, as tendências do mundo que dificultam o desenvolvimento da fraternidade universal.

- O fim da consciência histórica: "desconstrucionismo", como ele chamou - o mundo pretende ignorar a história, não levando em consideração a experiência dos idosos, dos antepassados - "...a liberdade humana pretende construir tudo a partir do zero."

O descarte mundial: a insensibilidade frente a formas de desperdício, "a começar pelo alimentar, que figura entre os mais deploráveis."

 "Não nos damos conta de que isolar os idosos e abandoná-los à responsabilidade de outros, sem um acompanhamento familiar adequado e amoroso, mutila e empobrece a própria família."

- Direitos humanos não suficientemente universais: "...os direitos humanos não são iguais para todos."

 "Enquanto uma parte da humanidade vive na opulência, outra parte vê a própria dignidade não reconhecida, desprezada ou espezinhada e os seus direitos fundamentais ignorados ou violados."

"As palavras dizem uma coisa, mas as decisões e a realidade gritam outra."

- Conflito e medo: "...o que é verdade quando convém a uma pessoa poderosa deixa de ser quando já não a beneficia mais."

"...o nosso mundo avança em uma dicotomia sem sentido, pretendendo garantir a estabilidade e a paz com base em uma falsa segurança sustentada por uma mentalidade de medo e desconfiança."

- Globalização e progresso sem um rumo comum: "...juntamente com tais progressos históricos, grandes e apreciados, se verifica uma deterioração da ética, que condiciona a atividade internacional, e um enfraquecimento dos valores espirituais e do sentido de responsabilidade."

"...embora nos fascinem os inúmeros avanços, não vislumbramos um rumo verdadeiramente humano."

"...ilusão enganadora: considerar que podemos ser onipotentes e esquecer que nos encontramos todos no mesmo barco."

" O isolamento e o fechamento em nós mesmos ou nos próprios interesses nunca serão o caminho para voltar a dar esperança e realizar uma renovação, mas a proximidade, a cultura do encontro, sim.  O isolamento, não; a proximidade, sim. Cultura do confronto, não; cultura do encontro, sim."

- As pandemias e outros flagelos da história: "...o golpe duro e inesperado desta pandemia fora de controle obrigou, por força, a pensar nos seres humanos, em todos, mais do que nos benefícios de alguns."

"A tribulação, a incerteza, o medo e a consciência dos próprios limites, que a pandemia despertou, fazem ressoar o apelo a repensar os nossos estilos de vida, as nossas relações, a organização das nossas sociedades e, sobretudo, o sentido da nossa existência."

- Sem dignidade humana nas fronteiras:  Aqui ele fala sobre a dificuldade dos imigrantes que saem dos seus países por motivos alheios à sua própria vontade - guerra, perseguições e catástrofes naturais - em encontrar braços amigos que os auxiliem no país estrangeiro. "As pessoas que emigram têm que separar-se de seu próprio contexto de origem e muitas vezes vivem um desenraizamento cultural e religioso."

"Os migrantes não são considerados suficientemente dignos de participar da vida social como os outros, esquece-se de que eles têm a mesma dignidade intrínseca de toda e qualquer pessoa."

"Compreendo que alguns tenham dúvidas e sintam medo diante das pessoas imigrantes; compreendo isso como um aspecto do instinto natural de autodefesa."

Entretanto, "...o medo nos priva do desejo e da capacidade de encontrar o outro."

Os próximos itens deste capítulo são tão importantes, em minha opinião, que reservá-los-ei para um próximo texto, pois acredito que para hoje temos muitas reflexões a tirar desses poucos itens da carta encíclica de Francisco.  É realmente um livro riquíssimo em ideias, opiniões, pontos básicos para uma vida voltada a compreendermos que todos somos irmãos pois pertencemos todos à mesma categoria no Planeta Terra - seres humanos.

Muitas pessoas podem achar suas palavras bonitas, mas talvez seus atos nem tanto - muitos podem questionar toda a riqueza do Vaticano, a qual não é distribuída aos países mais necessitados - muitos podem achar Francisco um grande demagogo, entretanto aqui me detive em suas ideias e em como elas são boas para a vida em sociedade.  Francisco aponta entraves para a paz e a fraternidade universais que podem começar a ser eliminados por nós mesmos em nosso cotidiano.  Como ele mesmo afirma: "Cuidar do mundo que nos rodeia e sustenta significa cuidar de nós mesmos."

Hoje não termino com minhas perguntas usuais para incitar vossas reflexões, pois acredito que existem muitas em vossas mentes.

Boa semana e Um Feliz Natal!


 


segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A VIDA EM SOCIEDADE

 Amigos,

Hoje tomei conhecimento de um fato, o qual deixou-me refletindo sobre várias circunstâncias do cotidiano.  Uma ideia foi puxando a outra e quando me dei conta estava pensando sobre muitas situações que ocorrem no nosso dia-a-dia que não trazem boas consequências para a comunidade em que vivemos e, posteriormente para o planeta.

Primeiramente contarei o fato que disparou o gatilho para todas as outras reflexões sobre as práticas comuns da vida em sociedade.

No bairro em que vivo há coleta de lixo orgânico às segundas, quartas e sextas feiras e coleta de lixo reciclável às quintas feiras e sábados.  O caminhão do lixo reciclável (SE-PA-RE - nome do sistema aqui em Curitiba) passa entre nove e onze horas da manhã.  Sempre tentamos, meu marido e eu, colocar o lixo na lixeira da rua perto da hora em que ele passa.  Hoje (quinta feira, dia em que estou redigindo este assunto para o blog), quando fui colocar o lixo na lixeira havia uma van tipo Kombi "clandestina" recolhendo o lixo de toda a rua - em realidade já havia percebido que essa prática ocorria, inclusive também já havia notado que quando o caminhão do SE-PA-RE passa, ele passa rápido porque não tem mais nada para recolher (minha casa tem um muro alto - não percebo muito claramente o que ocorre na rua, entretanto consigo ver o caminhão, quando estou atenta - quase não passa carros na rua então ouço o caminhão).

Mas hoje me pus a pensar: "OK, ele vende para aumentar sua renda, ou talvez seja sua renda, não sei" - nada contra.

Entretanto, o que a pessoa da van faz com o lixo que ela não consegue vender?  Entendo que o caminhão da prefeitura leva para um local apropriado para separação e reciclagem do lixo e que, o que não for usado, terá um fim adequado - eles têm normas técnicas nesse serviço (creio, eu).  E a van? O que faz com o lixo excedente?

Há 9 anos, quando me mudei para Curitiba por opção, a cidade era um primor de limpeza - infelizmente hoje isso não é realidade - há papel, saco plástico, lixo orgânico, pedaços de madeira, restos de construção em muitos locais da calçada - tanto do meu bairro quanto do centro da cidade (meu consultório é no centro e circulo muito por lá); no percurso que realizo de ônibus do meu bairro para o centro também percebo muito descaso com o lixo. Alguns dos meus vizinhos da minha quadra não reciclam o lixo - misturam tudo dificultando o descarte adequado do mesmo.

Muitas pessoas não conseguem visualizar as consequências de seus atos e uma ideia que me ocorre é ensiná-los a compreender, aqui no caso do lixo, que a sua atitude não é boa para a cidade e obviamente, para o planeta.  Como fazer isso e em que contexto ainda não pensei.  Quem sabe algum leitor tenha alguma sugestão para compartilhar...

A maioria da população se acostumou com o lixo e não se importa mais - entretanto quando chove muito veem-se bueiros entupidos por excesso de lixo (latas, sacos plásticos, papéis, etc.) e alguns locais ficam alagados - reclamam das folhas das árvores mas não veem os papéis, as embalagens  - agora, por causa da pandemia, do serviço de entregas em casa - o que mais se vê são embalagens  de todo o tipo: isopor, papelão, alumínio, máscaras e luvas descartáveis.

O ideal mesmo seria uma usina de lixo, iguais àquelas que existem no Japão - ela serviria também para gerar energia - mas, é cara e não dá voto...

A população não é educada para olhar sua cidade e sua rua como um local de convívio - como se ela não pertencesse àquela cidade, àquela rua.  Cada um deveria ser educado a olhar para as ruas e a cidade como uma continuação de sua casa.  Já viajei por alguns países e em muitos deles vi muita limpeza e cuidado com o patrimônio da cidade - onde há limpeza sente-se mais segurança - fala-se muito em segurança aqui no Brasil, mas não se fala muito em manter e cuidar do espaço público.

Bem, acabei falando só dos caminhões de coleta do lixo e não enumerei outras reflexões que vieram de "carona" com esse tema.

Outro tema que pensei foi sobre o consumo de água.  Já disse em outro texto que estamos em processo de racionamento de água devido à falta de chuvas (eles alegam, embora a chuva esteja realmente escassa).  Então é pedido que a população economize água (a cada 36 horas ficamos sem água - 36 horas com água e 36 horas sem). E o que muitos fazem? Instalam outra caixa d'água de 500 litros em suas residências (muitos fizeram isso no meu bairro) - assim não precisam se preocupar em economizar - ou seja, nem percebem o dia que falta água e os reservatórios da cidade continuam diminuindo o nível de água...

Essa é outra questão que a empresa que fornece a água deveria ser preocupar - bem talvez já esteja até buscando um plano B, não estou a par.  Num artigo do jornal sobre esse assunto, outras pessoas e eu, sugerimos a construção de poços artesianos - sei que é caro, mas não me oporia em aumentar a tarifa um pouco, desde que seja para esse fim.

Muitas pessoas continuam a lavar o carro, as calçadas e o quintal de suas casas (a vassoura é artigo em extinção!) - a maioria tem cães e há a necessidade dessa prática para manter a higiene (o que é bom!). (Aqui até refleti sobre a importância de se ter ou não um pet - fica para outro texto...)

A companhia de água sugere que se use a água de reuso da máquina de lavar roupa para lavar o quintal de casa - todavia, que eu saiba, essa prática não deveria ser incentivada pois essa água com sabão em pó, quando jogada pela rua vai direto para o bueiro (na wikipedia," bueiro é a vala geralmente localizada ao longo das vias pavimentadas por onde escoam as águas da chuva drenadas pelas sarjetas com destino às galerias pluviais.") (dependendo da queda da rua), que por sua vez vai direto para o rio, poluindo-o.  A água de reuso que vai para o cano de esgoto vai para uma central de coleta da água ("água servida") tendo-se a possibilidade de tratamento adequado de uma parte dela.  Bem, não conheço o sistema de bueiros daqui e pode ser que a água não vá diretamente para o rio...

Detalhe: lavar o quintal com água de reuso também não adianta muito porque depois deve-se enxaguar com água limpa para tirar o sabão...

Assim, cada ação no nosso cotidiano tem uma consequência - cabe a nós estudá-la, buscar vislumbrá-la para termos boas ações no nosso presente.

Cada um de nós possui hábitos diários - muitos nos foram passados pelos nossos pais - a ideia é refletirmos sobre esses hábitos do dia-a-dia e caso os efeitos deles sejam nocivos para o meio ambiente e para as pessoas, temos que mudá-los. 

Que outras reflexões sobre ações do dia-a-dia vocês tiveram ao ler o texto?  Que outras ideias vocês gostariam de compartilhar?

Boa semana!




  


segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

LER OU NÃO LER - EIS A QUESTÃO!

 Caros amigos,

Uma das coisas que mais gosto na vida é ler.  Quando jovem minha mãe (ela era uma leitora voraz, lia de tudo que via pela frente e foi minha grande incentivadora na arte da leitura) e eu costumávamos dizer brincando que se um dia fôssemos parar numa ilha deserta, se tivéssemos uma pilha de livros, nossa estadia seria agradável, sem grandes preocupações - enfim, estaríamos salvas.  Éramos sócias do Círculo do Livro (nem sei se essa instituição ainda existe) e líamos de um a dois livros por mês.  Assim, li muito nesse período: quase tudo de Agatha Christie ("A dama do crime", como era chamada), Sidney Sheldon, J.M.Simmel (praticamente todos os livros dele, escrevia sobre os judeus na época da guerra, histórias fictícias e romanceadas) - nunca gostei muito de literatura brasileira, talvez porque gostasse de conhecer outras culturas - nos livros de autores brasileiros a realidade estava muito presente e eu não visualizava a fantasia, nem exercitava a imaginação.

Recentemente li uma frase num livro, de George R.R. Martin, o escritor da famosa saga "Game of Thrones": "Um leitor vive mil vidas antes de morrer, o homem que nunca lê vive apenas uma". Achei essa ideia genial e incrivelmente verdadeira.  Só quem gosta de ler poderá concordar com isso na íntegra.

Há uma frase que se popularizou no decorrer dos tempos que não se sabe quem a proferiu; alguns dizem que foi Tomás de Aquino: "Timeo hominem unius libri" - (em latim) "Temo o homem de um livro só." Na minha opinião, o homem que leu um livro só deve ser temido por sua imaturidade intelectual/emocional.

Infelizmente, atualmente a leitura não é uma prática usual.  Aqueles que não têm esse hábito não imaginam o que perdem, não apenas em termos de imaginação, mas também em exercício mental para o cérebro, em evolução como indivíduos, até em autoconhecimento.

Uma prática muito boa que pode incentivar crianças a lerem quando se tornarem adultas é a leitura feita por um adulto à noite ao deitarem.  Com o tempo, a própria criança pode escolher que tipo de livro quer ouvir: histórias de piratas, fadas, bruxas, príncipes e princesas, as mil e uma noites, enfim, existem inúmeros tipos de livros.

Por falar em tipos de livros, atualmente leio muitos tipos de livros variados - também hoje em dia, tenho o costume de ler seis livros ao mesmo tempo - um capítulo, ou uma ou duas páginas de cada um por dia.  Assim, nesses dias estou lendo de manhã, um livro dito de autoajuda sobre virtudes, a biografia de Charles Darwin (estou adorando este - gosto muito de biografias), o segundo volume das Obras Completas C.G.Jung); durante o dia, um livro sobre empatia (leio enquanto me exercito na bicicleta ergométrica - uso-a três vezes por semana); à noite um livro em inglês (para não "perder", praticar o idioma) - a biografia de C.S.Lewis (o criador das "Crônicas de Nárnia") e um romance qualquer tipo Danielle Steel para relaxar e dormir bem.

Vocês podem pensar: "ela não faz nada o dia inteiro - só fica lendo".  "Ledo engano", digo eu - cuido da casa, trabalho na minha área, vejo algumas séries na Netflix - o dia é razoavelmente bem preenchido e sempre sobra tempo para fazer o que gosto - LER.

Quem tem o hábito de ler sempre, possui uma velocidade maior para ler, tem uma melhor concentração e entende mais profundamente o que lê.  Por isso, dá para ler muita coisa num mesmo dia e realizar as tarefas do dia-a-dia.  A pessoa preguiçosa, que não gosta de ler, ou que usa o argumento da falta de tempo, não tem as qualidades da concentração, da compreensão do que lê e da velocidade de leitura; deve-se levar em conta também que há dias que estamos mais atentos e a leitura é bem aproveitada e há outros dias que nossa concentração não é tão boa e lemos menos, e é claro, há dias que temos mais atividades a realizar e o tempo realmente falta - cada um exerça seu autoconhecimento para apreender essas características individuais.

Na vida de todas as pessoas há que se ter tempo para se fazer o que se gosta - do contrário, não há motivação para fazer o que se precisa fazer.  Todo o mundo tem direitos e deveres nos seu cotidiano e, ao meu ver, eles deveriam ser equilibrados - se tenho só deveres o mau humor toma conta de mim e me torno uma pessoa chata e, ao contrário, se tenho só direitos, se faço só o que gosto, não aprendo nada de novo, não cresço e a vida fica muito difícil e entediante - é o que penso. Como você pensa?

Para terminar o texto de hoje, enumerarei alguns dos livros que ficaram na memória e aos quais li mais de uma vez.

A trilogia de Noah Gordon: "O Físico", "Xamã" e "As Escolhas da Dra. Cole". A saga da família Cole - médicos (adoro livro de médicos), o primeiro livro começa na Inglaterra do século XIII, o segundo se passa no século XVIII nos Estados Unidos no meio dos índios e o terceiro, nos dias atuais, bem não tão atuais - década de 80.  Li essa trilogia três vezes.

"As Brumas de Avalon" de Marion Bradley, deixam o atual "Games of Thrones" e "Harry Potter" para trás.  São quatro volumes, mas tenho todos num volume só - já li também três vezes.

Hoje, ainda não li muitos clássicos, mas estou buscando lê-los porque acredito que aprendemos muito com eles.

O melhor livro que li, esse só li uma vez e foi o suficiente, pois foi muito marcante; lembro-me de tudo, dos nomes dos personagens, de tudo o que eles passaram no enredo, da mensagem extremamente importante para qualquer época da humanidade - "Os Miseráveis" de Victor Hugo.  Na minha opinião, o melhor livro já escrito - inclusive já teve 4 ou 5 versões para o cinema, se não me engano - e, obviamente, assisti a todas.

Bem, livros sempre me trouxeram e continuam trazendo reflexões.

E vocês? Têm lido alguma coisa? Gostariam de compartilhar o que leram? Têm algumas sugestões?

Até a semana que vem!











terça-feira, 1 de dezembro de 2020

SEJA AMIGO DE PESSOAS QUE QUEREM O SEU MELHOR

 Olá amigos!

Hoje voltaremos às "Doze regras para a vida" de Jordan Peterson.  A regra três é: "Seja amigo de pessoas que querem o seu melhor".

Na minha opinião, uma das melhores coisas da vida é ter amigos.  Claro que a amizade é definida de maneiras diferentes.

Por exemplo, existem amigos para o cinema, amigos para o esporte, amigos do colégio/faculdade, amigos de infância, etc.  Amigos para todas as horas são mais raros.  Mas eles existem.

A regra aqui se refere àqueles amigos que nos amam de verdade.  Esses têm algumas características.

Ficam alegres com as nossas conquistas, mesmo que elas signifiquem situações que não tem nada a ver com eles.  Por exemplo, suponhamos que você faça parte de um time de basquete e seu amigo não goste muito lá desse esporte - quando você vai jogar num campeonato importante ele vai assistir e te apoiar; digo um campeonato importante pois, seu amigo, não gostando desse esporte não irá a todos os jogos que você participa - é apenas um exemplo.

Nosso amigo de verdade também tenta nos corrigir quando nos encontramos equivocados; nos ajuda a refletir nos momentos de decisões difíceis.

Nossos amigos são nossas escolhas e quando temos um amigo que só nos critica, faz chacota do que somos ou fazemos, não nós apoia quando necessitamos, precisamos reavaliar essas escolhas. Às vezes não gostamos de estar com certos "amigos", mas mesmo assim, não conseguimos evitá-los. Por que?  Somos masoquistas, gostamos de ser criticados o tempo todo?  Nesta reavaliação precisamos compreender que algo não vai bem com nossa autoestima.

Esses tipos de amizade são difíceis de serem eliminados de nossa vida.  Algumas vezes não precisamos eliminá-los, apenas usar a regra um: "Mantenha-se reto - com os ombros para trás e as costas retas" . "Numa posição ereta você consegue  enxergar as situações da vida de frente, de uma maneira mais realista e pronto para enfrentar qualquer situação", inclusive um amigo que insiste em nos maltratar.  Se o amigo valer a pena, pode-se tentar uma conversa franca - muitas vezes a pessoa não percebe o que faz com você. Frequentemente, ela também não tem uma boa autoestima e usa você para descarregar seu mal estar. Em muitas ocasiões, cada pessoa usa uma estratégia diferente para lidar com a baixa estima - uns são maltratados pelos outros e outros maltratam pessoas.  Por isso é tão importante buscar o autoconhecimento - ele nos ajuda a fazer melhores escolhas.

Bem, gostaria de compartilhar com vocês uma situação que ocorre comigo e que há pouco tempo percebi em mim.

Algumas vezes quando conheço uma pessoa nova que começa a fazer parte do meu grupo de estudo, de trabalho, de esporte, de grupo religioso, por exemplo, e antipatizo com ela logo de cara, passado alguns encontros, consigo quase a chamá-la de amiga, tal é a empatia que, depois de um tempo, sinto por ela.  Ao contrário, isso também acontece: se simpatizo com alguém logo de início, depois de um tempo percebo que aquela pessoa não era exatamente o que eu esperava.  Neste caso, é mais difícil evitá-la, pois é como se você a  tivesse cativado e praticamente, não há volta atrás.  Quase como o que a personagem da raposa fala para o príncipe, no livro "O Pequeno Príncipe" de Antoine Saint-Exupéry: "Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas."

Assim, depois de ter percebido essa atitude em mim, comecei a ser mais comedida em encontros iniciais e aguardar o andar da carruagem (carruagem mesmo, pois esta vai mais devagar...)

Jordan Peterson afirma: "Se você tem um amigo que você não recomendaria para sua irmã, seu pai ou seu filho, por que você teria tal amigo para você?  Por lealdade. Bem, lealdade não é igual a estupidez.  Lealdade precisa ser negociada, honestamente e com justiça.  Amizade é um arranjo recíproco.  Você não está moralmente obrigado a suportar alguém que está fazendo do mundo um lugar pior.  Ao contrário.  Você deveria escolher pessoas que queiram que as coisas melhorem, não piorem.  É uma boa coisa, não uma coisa egoísta, escolher pessoas que são boas para você.  É apropriado e valoroso associar-se com pessoas cujas vidas melhorariam se elas vissem que sua vida melhora."

"Um bom amigo é aquele que te encoraja quando você faz boas coisas para você e para os outros e te critica cautelosamente quando você não faz isso.  Pessoas que não pensam grande fariam o oposto.  Por exemplo, ofereceriam um cigarro a um ex-fumante e uma cerveja a um alcoólatra. Eles se tornariam invejosos quando vissem o seu sucesso.  Esses te colocariam para baixo porque as novas conquistas de sua vida os colocariam  em segundo plano."

Através das reflexões que tive com essa regra, minhas ideias são um pouco mais suaves do que o autor proclama.  Acredito que pessoas que nos maltratam podem mudar seu comportamento se oferecermos a elas um diálogo franco e uma oportunidade de redimirem-se - creio também que nem sempre isso é possível - depende de cada pessoa.

Peterson termina: "Não pense que é mais fácil rodear-se de pessoas saudavelmente boas do que com pessoas más.  Não é.  Uma boa pessoa, sã é um ideal.  Isso requere de nós força e cuidado para estar perto dessas tais pessoas.  Seja humilde.  Seja corajoso.  Use seu julgamento e proteja a si próprio da compaixão e piedade."

Busque entender as pessoas que te rodeiam mas, ao mesmo tempo, analise se elas são boas para caminhar com você em direção ao seu destino.  Podemos ajudar pessoas que nos pedem ajuda, mas isso não quer dizer que elas precisem fazer parte de nossa vida.

"Seja amigo de pessoas que querem o seu melhor."

E aí, já dá para analisar suas amizades? Você tem bons amigos?

Boa Semana!



VISITA A SÃO PAULO

Caros leitores, Este ano, em nossa ida para Sampa para visitar amigos que lá deixamos, visitamos 15 pessoas.  O ano passado ficamos 6 dias e...