quinta-feira, 1 de abril de 2021

CLUBE PAULISTA DE PATINAÇÃO - CPP

 Queridos amigos leitores,

Quando vamos ficando com mais idade é comum nos lembrarmos de nossas fases anteriores, a infância, a adolescência e a mocidade.  Isso não quer dizer, de maneira nenhuma que "os meus tempos eram melhores" - ao contrário, os tempos atuais trazem muita comodidade, algum conforto e inovação.

Muitas pessoas tendem a relembrar tragédias pelas quais passaram, outras recusam-se a lembrar, dizem que o passado enterrado está.  Eu faço parte do grupo que gosta de lembrar coisas boas, divertidas, para sorrir e rir novamente.  

Essa semana, no café da manhã, em conversa com meu marido (nossas conversas no café da manhã são longas - comemos muito, principalmente muitas frutas e cereais e refletimos sobre os acontecimentos da véspera, as leituras que realizamos) comecei a lembrar-me de minha adolescência.

Poucas pessoas tiveram e têm hoje uma adolescência tão feliz como a que eu tive.  Assim, o texto de hoje traz um pouco de minhas memórias e uma dica para os pais que hoje tem filhos adolescentes.

Aos 13 anos comecei a participar de um clube de patinação em São Paulo, onde morava.

A ideia e a organização do clube estava nas mãos de meus padrinhos de batizado, amigos de meus pais, Lyla-Léa Casale e Mário Casale Primo.  O texto de hoje também é uma homenagem e um agradecimento a esse casal, o qual ainda está entre nós, embora bem idosos, por ter auxiliado muitas famílias a educarem seus filhos para um futuro mais saudável e maduro.

Coloquei no título de hoje, o nome do clube que existe até hoje, sem sede, e onde alguns antigos membros ainda jogam hóquei sob essa designação - para que alguns desses meus amigos que estão no Facebook e que por ventura não gostem de ler, ou não costumam ler o meu blog possam ver o título, e, quem sabe, queiram, ler esse texto.

Assim, quero dizer que fui muito feliz entre essa turma e que muito do que me tornei hoje devo a essa fase de minha vida.

Nós praticávamos, treinávamos corrida sobre patins todas as quartas feiras à noite nas marquises do Parque do Ibirapuera e aos domingos à tarde, treinávamos patinação artística e hóquei sobre patins  no Centro Educacional de Santo Amaro, pois não tínhamos sede própria.

O que gostaria de trazer para reflexão e também como sugestão aos pais que hoje tenham filhos adolescentes é o que relatarei a seguir.

No início éramos um grupo pequeno, tipo umas 3 ou 4 famílias, entretanto a cada ano, mais e mais famílias buscavam esse esporte.  Não era um esporte muito barato - os patins eram caros, tínhamos uniforme, a cada show de patinação artística tínhamos roupas diferentes/fantasias, embora muitas mães se esmeravam na confecção das mesmas diminuindo o seu custo.

Os pais estavam presentes em TODAS as atividades desse clube junto com os filhos - às quartas à noite as mães levavam café e bolo para os treinos, principalmente nas noites frias.  Por causa dos campeonatos conheci muitos clubes: Palmeiras, Portuguesa, São Paulo, AABB (Associação Atlética Banco do Brasil - na minha opinião, melhor ginásio para se patinar), Clube de Regatas Santista, Internacional de Santos.

Esse esporte, essa família, esse clube nos afastou, a todos nós das drogas, das bebidas.  Atualmente, os filhos não querem a presença dos pais em suas atividades e, infelizmente, na minha opinião, os pais abraçam essa ideia.  Vocês, amigos que ainda tem filhos pequenos e adolescentes busquem um atividade onde vocês todos possam participar juntos.  No início, é possível que seus filhos achem essa ideia "careta", "ultrapassada", "os tempos são outros".  Hoje, vejo pais deixarem seus filhos realizarem atividades que gostam sem o apoio deles.  Os pais são responsáveis pelos filhos, sua educação, suas vidas até os 21 anos de idade (pela lei) e é um tempo razoavelmente curto para ajudá-los a descobrir seus talentos.  Os filhos, embora não o saibam no começo, mas fazem muitas amizades, conhecem pessoas nessa fase que podem tornar-se seus amigos até o fim da vida.

Infelizmente vejo hoje muitos adolescentes perdidos, droga adictos, depressivos, com baixa autoestima.  Os pais atuais não são necessariamente os responsáveis por isso, mas o apoio deles nas atividades dos filhos faz uma grande diferença.

Então, hoje me lembrei dessa maravilhosa fase de minha vida e com ela lembro com carinho de muitos amigos, alguns estão no meu Facebook e outros já não sei o paradeiro.  São eles: família Azevêdo, família Ruggeri, família Chicarino, família Castro, família Casale (óbvio), família Halker. Minha irmã hoje está casada, com duas filhas, com uma pessoa que ela conheceu no clube; aliás alguns casais se fizeram assim.

O clube em si foi se desfazendo à medida que entrávamos na faculdade e começávamos a trabalhar - embora os treinos fossem quartas à noite e domingos à tarde, nosso estudo e trabalho tomavam boa parte de nossas vidas.  Lembro-me de ter parado de patinar aos 21 anos quando entrei na PUC, na primeira faculdade.  Hoje, já não tenho mais meus patins; foram doados quando me mudei para Curitiba.  Tenho boas lembranças desse tempo e muitas saudades de tudo e de todos. Entretanto a vida continua e eu sou feliz onde estou.

Que o texto de hoje possa ter levado alguns de vocês ao passado  e à contribuição dele para a reflexão de vossa vida atual.

Boa Semana!




4 comentários:

  1. Encantador lembrar da infância e adolescência. Nasci na roça, filha de pais agricultores. Nosso sítio era o meu refúgio. Um pomar imenso cultivado pelo avô materno. Vim para Curitiba em 1975. Adolescente, enfrentei dificuldades, mas hoje me aceito como sou, sem culpa, com algumas restrições ainda. Sua adolescência, Sônia, lembra a de minha filha. Ela jogou vôlei, lutou karatê, foi modelo e participou de um grupo de escotismo. Sempre a acompanhamos,ou eu, ou meu esposo. Isto ajudou a forjar o seu caráter e ser a pessoa que se tornou. A base é a família.🙏

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    1. Quando a maioria das pessoas compreender que a família é a base para uma vida adulta saudável, o mundo poderá ser realmente um lugar gostoso para se viver.

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  2. Boa tarde Sônia que bom ver alguém que tem boas lembranças da infância eu também tenho e passo as minhas experiências para o meu filho Théo e coloco como me divertia ,fica triste, com raiva ,mas tínhamos um grupo que mantenho contato mesmo hoje depois de 40 anos depois eu era o cozinheiro dos acampamentos tenho muita satisfação de lembrar o quanto foi bom abs reinaldo

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  3. Uau. Cozinheiro, quem diria hein? É sempre bom nos atermos às boas lembranças. Boa semana Reinaldo.

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