sexta-feira, 26 de agosto de 2022

COMO MANTER O ROMANCE EM SEU RELACIONAMENTO

Olá caros leitores,

Depois de um tempo lendo diversos tipos de livros, assistindo filmes, séries, palestras, participando de alguns grupos virtuais e presenciais, trabalhando em casa (em casa sempre há o que fazer, quero dizer, trabalho - fico a imaginar como é a vida de algumas pessoas que dizem que não há o que fazer em casa...), no consultório, finalmente voltei a ler o livro "Além da ordem - mais doze regras para a vida" de Jordan Peterson, uma das pessoas contemporâneas que mais admiro nesta existência.

Então hoje tentarei resumir e comentar sua décima regra - as outras nove regras já foram discutidas em postagens anteriores.  No final deste texto elencarei as postagens referentes às nove regras anteriores, caso alguém deseje lê-las ou relê-las. Os títulos que coloco no blog nem sempre se referem ao título que ele deu às regras no seu livro, caso alguém tenha o mesmo para acompanhar.

Esta regra de Peterson trata de como podemos manter acesa a chama do amor/romance em relacionamentos matrimoniais.

Antes de mais nada, ele pede que atentemos para o detalhe primordial de que "manter algo complexo como um casamento requer compromisso, prática e esforço." Para ele, "romance requer confiança - e quanto mais profunda a confiança, mais profunda a possibilidade para romance." Ele afirma que "você não pode manter a confiança em você mesmo se você mente.  Assim, os votos que permitem que um casamento preserve seu componente romântico é a decisão de não mentir para seu/sua companheiro/a. Num relacionamento onde o romance permanece intacto, a verdade deve ser soberana."

No decorrer de seu texto ele, obviamente, discorre sobre todas as intercorrências de uma vida de casado - profissões de cada cônjuge, o cuidado da casa, filhos - muitas vezes, essas circunstâncias não permitem que o tal romance se mantenha no relacionamento.  A vida de cada um de nós é composta de atos rotineiros - estes podem ser entediantes e escravizantes por um lado mas podem trazer segurança por outro lado.

Nesta regra o que me trouxe mais reflexão foram as perguntas que ele faz ao leitor, sem necessariamente respondê-las todas.  Então listarei as mesmas para vossa reflexão.

Essas dizem respeito aos papéis de cada cônjuge no casamento: "A carreira de quem terá prioridade? Quando e por que? Como as crianças serão educadas e disciplinadas e por quem? Quem fará a limpeza de casa? Quem porá a mesa? Recolherá e colocará o lixo para fora? Quem limpará os banheiros? Quem cuidará das contas a pagar e dos serviços de banco? Quem fará o supermercado? Quem comprará as roupas? Os móveis? Quem pagará o quê? Quem ficará responsável pelos impostos? Quem preparará as refeições? Quando? Quem lavará a louça? Quem decide o que comer? Qual o papel das crianças nessas tarefas? Todos sentarão juntos para comer?"

Uma dica que ele dá para trazer longevidade ao casamento é conversar com seu cônjuge ao menos 90 minutos por semana sobre assuntos práticos do dia a dia e também assuntos pessoais.  Assim temos mais questões/ sugestões para essa conversa com seu cônjuge: "Como está o seu trabalho? Como estão as crianças? O que precisa ser feito na casa?" Assuntos corriqueiros, porque, afinal de contas, você tem sua história, seu cônjuge tem a história dele/a e vocês têm uma história em conjunto.

E, finalmente, ele lista questões de como podemos continuar mantendo o respeito no relacionamento, ou melhor, muitas vezes "manter a cerimônia", como dizemos, deve ser importante: "Como podemos acordar cada manhã ao lado da pessoa que dividimos a vida de maneira agradável? Podemos conversar educadamente sem distrações eletrônicas enquanto comemos? Quando um companheiro chega em casa é cumprimentado com alegria pelo outro ou é ignorado porque está no celular, ou pior, é recebido com uma lista de reclamações?"

Ele afirma que "muitas pessoas se sentem aliviadas quando elas se casam porque não precisam mais fazer um esforço para sentirem-se amadas." 

Entretanto, eu acredito que para que o romance possa continuar "aceso" temos que continuar nos tratando com polidez, como se tivéssemos nos casado a semana passada.  Palavras como "por favor", "obrigado", "fique bem", "tenha um bom dia" jamais devem ser eliminadas.

Bem, acho que esse texto trouxe boas interrogações para reflexão.  Sendo assim, boa reflexão e até a próxima semana.

P.S. Como dito anteriormente, aqui estão as datas e títulos das postagens das regras anteriores:

9ª regra: Memórias inconvenientes - 23.02.22

8ª regra: Porque a beleza importa - 22.12.21

7ª regra: Uma visão da força de trabalho - 11.12.21

6ª regra: Abandone a ideologia - 10.09.21

5ª regra: Não faça o que você detesta - 18.11.21

4ª regra: O olho de Hórus - 26.08.21

3ª regra: Omissão nos relacionamentos - 4.08.21

2ª regra: O destino do herói - 23.07.21

1ª regra: Instituições e regras X criatividade moral - 28.06.21

Até.




 




 

terça-feira, 16 de agosto de 2022

"A VOLTA DO PARAFUSO"

Caros leitores,

O livro do mês que foi discutido em nosso clube de leitura foi "A Volta do Parafuso" de Henry James.  O livro foi escrito em 1898 e na época fez sucesso por ser um suspense de terror.  Em realidade, nosso grupo nem achou tão aterrador.

A história trata de uma preceptora - uma professora, aquela que ministra preceitos ou instruções; para nós fica mais fácil entender que é uma professora particular que mora na residência e que ensina não somente as matérias de um currículo escolar mas também boas maneiras e comportamentos em sociedade.  Essa preceptora é contratada para cuidar de um casal de crianças de idade entre 8 e 10 anos.  O contratante é o tio delas que não mora na residência porque trabalha numa cidade cosmopolita.  A casa em questão se encontra numa região isolada - obviamente, o lance do terror acontece sempre num casarão no meio do nada - um clichê de contos de terror, embora acredite que na época em que foi escrito, esse detalhe não era de praxe para trazer a ideia do terror.

Bem, logo nos primeiros dias lá, essa preceptora já percebe algo estranho na casa - há dois espíritos/fantasmas envolvendo as crianças e ficamos sabendo que se tratam da preceptora anterior que havia morrido mas não se sabe a causa e o antigo jardineiro que um dia foi encontrado morto no campo.

Pessoal, não darei o "spoiler" final, mas o livro é envolvente pois pode se tirar ideias diversas sobre se eles, os espíritos, realmente existem ou é imaginação da preceptora/narradora.

O título para nós foi um enigma, embora o autor tenha mencionado no corpo do livro seu significado, entretanto, de maneira subjetiva.  Na introdução há uma breve explicação: "A volta do parafuso é uma metáfora; é o parafuso da tensão, da emoção, da aflição interna que se vai apertando e esgarçando os nervos.  Aperta e revela: pressão que, a cada rotação dada, age sobre "muitas coisas das camadas mais profundas", como diz a personagem-narradora, e faz que tais camadas se abram, se deixem entrever ainda que de modo obscuro e subjetivo - subjetivo porque tudo nos chega pelo enfoque único da governanta e porque cada leitor terá uma compreensão muito particular dos efeitos dessa subjetividade."

No dicionário Aurélio encontrei uma definição interessante sobre o verbo "parafusar" - a definição é "pensar, cismar, meditar detidamente, matutar, refletir - e traz o exemplo "Parafusou numa solução para o caso."

Em minha opinião, é um bom livro para se ler numa noite chuvosa na cama, antes de dormir...

Bora ler o livro?

Boa semana a todos.



 

terça-feira, 9 de agosto de 2022

CENTÉSIMO TEXTO

Olá leitores,

Quando decidi iniciar um blog de textos não imaginei que um dia iria completar cem textos.  Foi escrito um texto por semana, religiosamente. Muitas vezes não tinha muito assunto, ou o assunto que perpassava minha mente não era adequado naquele momento e então nessas circunstâncias, confesso que lancei mão de textos já escritos anteriormente para algumas palestras realizadas no passado as quais foram adaptadas para o blog.

Hoje, como centésimo texto quis apenas parabenizar a mim mesma pelo feito. 

Durante minha caminhada pela vida realizei alguns trabalhos de cunho voluntário com o afã de ajudar pessoas em situação de dificuldade, não somente financeira, mas também dificuldade emocional.

Com o advento do famoso "fecha tudo" não foi possível realizar um trabalho espiritual, social em nível presencial.  Com o "fim" da pandemia outras ideias surgiram.  Então resolvi escrever para fazer com que as pessoas exercitem a leitura, mas também a reflexão.

Foi e está sendo um exercício onde todos saem ganhando - eu, que me esforço para escrever/postar um texto por semana e os leitores que exercitam a leitura - todos exercitamos a capacidade de refletir.

E, hoje também estimulo os que me leem a realizar algumas mudanças em seus comportamentos.

Estou consciente que nem todos aos quais mando o link leem meus textos, mas a ideia é tentar auxiliar a quem precisa refletir sobre algumas situações da vida e do mundo e assim ter condições de realizar mudanças em sua própria vida.

O texto de hoje nem traz muitas ideias para reflexão, mas é também uma maneira de agradecer aqueles que leem e se beneficiam das reflexões obtidas através deles.

Assim, espero dar continuidade a essa tarefa que me propus desde setembro de 2020.

Boa semana!



 

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

PARTE 3 - CICLO DE TEXTOS SOBRE SENSIBILIDADE HUMANA

AUTOPERCEPÇÃO

Percepção de acordo com o dicionário Aurélio é ato, efeito ou faculdade de perceber e Perceber em sua primeira definição é adquirir conhecimento de, por meio dos sentidos, entre outras definições.

Então, autopercepção é a faculdade de perceber nossos sentidos; é a capacidade de nos conhecermo-nos através de nossos sentidos.

A ideia a ser exercitada através do texto de hoje é a percepção do que estamos sentindo neste momento.  Proponho a todos então que fechem os olhos e anotem tudo o que estão sentindo agora numa folha de papel.  Aqui tudo é válido, desde que se reporte às sensações corporais, então estas também podem levar em conta os órgãos dos sentidos disponíveis: tato (sensações da pele), audição (o que ouve agora), olfato (se sente algum aroma no ar); a fala e a visão não devem ser consideradas neste momento.  Este exercício visa a aperfeiçoar, desenvolver, potencializar o sexto sentido - a sensibilidade.

No dicionário Aurélio, temos: Inspiração: Qualquer estímulo ao pensamento ou à atividade criadora; o resultado de uma atividade inspiradora. Intuição: Ato de ver, perceber, discernir; percepção clara ou imediata; discernimento; ato ou capacidade de pressentir; pressentimento; instinto. Instinto: impulso espontâneo a alheio à razão; intuição.  Como notamos, as palavras muitas vezes nos confundem e o próprio dicionário traz muitas delas como sinônimos.  Entretanto, em meu parecer, vejo inspiração como um estímulo externo, intuição como um estímulo interno e instinto, como a parte natural do ser humano.

A autopercepção seria então o conjunto das impressões internas e externas ao mesmo tempo. Essa sensação generalizada nos auxilia, se prestarmos atenção à ela e entrarmos em contato com nosso íntimo, a discernirmos o que é nosso do que não é. A sugestão aqui é diferenciar as muitas energias vibratórias que circulam em nossa volta.  Toda vez que não conseguimos distinguir nossas emoções ou impressões, nos tornamos escravos das mais diversas ondas magnéticas - é como se estivéssemos presos a um mundo caótico.

Todas as sensações advindas tanto do mundo exterior, quanto do mundo interior expressam-se diretamente no corpo somático.  Através delas recebemos informações sobre nós mesmos e o mundo que nos cerca.

À medida que cada um de nós se desenvolve e cresce, aguçamos mais e mais nossa sensibilidade no meio em que transitamos.  Neste trajeto selecionamos pensamentos, ideias, percebemos oscilações psíquicas.  Essa percepção pode vir acompanhada de um grupo de impressões com diferentes qualidades, como por exemplo: percepções emocionais (raiva, medo, surpresa), percepções sentimentais (angústia, alegria, tristeza, amor), percepções sinestésicas (tato, olfato, gustação).

Quanto  mais auto observarmo-nos, mais poderemos avaliar as energias das situações, acontecimentos e das pessoas, dentro e fora de nós.

Para ilustrar melhor o tema, gostaria de citar algumas ideias de Daniel Goleman, de seu livro "Inteligência Emocional", escrito em 1995.  Aliás, a expressão inteligência emocional usada popularmente, iniciou-se com este livro. 

Bem, então Goleman define Inteligência Emocional como um estado de ser capaz, por exemplo, de controlar seu impulso emocional; "ler" os sentimentos íntimos dos outros; lidar com relacionamentos de maneira suave, tranquila, serena, apropriada.  Ele lembra que o temperamento não é o destino de uma pessoa.

Assim, somos emocionalmente inteligentes primeiramente quando damos importância às nossas emoções, ou seja, prestamos atenção a elas e as analisamos e compreendemos, e depois, quando as organizamos, contendo nossos impulsos mais infelizes para podermos nos relacionar com os outros e com nosso eu.

Infelizmente, ainda existem pessoas que valorizam o intelecto e desprezam as sensações.  Entretanto a autopercepção é uma atividade de nossos sentidos.

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, que foi discípulo de Freud, em seu estudo da natureza humana, na dissertação de seus tipos psicológicos enumerou quatro tipos de personalidade: o tipo sentimento, o tipo pensamento, o tipo intuição e o tipo sensação.  De acordo com ele, cada criatura "enxergaria" o mundo através de seu tipo psicológico.  Para simplificar, podemos dizer que o tipo sentimento vê o mundo baseado em seus sentimentos, seria uma pessoa mais emocional e sentimental; o tipo pensamento vê o mundo usando mais a razão que a emoção; o tipo intuição vê o mundo de maneira quase que inconsciente, usando a intuição e não a lógica; e o tipo sensação, esse que nos interessa aqui, vê o mundo através de suas sensações.  Naturalmente, em sua teoria, Jung apenas quis dizer que o tipo é aquele que predomina, pois é sabido que todos nós somos os quatro tipos, mas existe aquele que é predominante.  Esse conceito se aplica também quando falamos que uma pessoa possui memória visual e outra possui memória auditiva - no ato de memorizar alguma coisa, cada criatura irá fazer predominar uma ou outra.

"Se não exercitarmos e mantivermos uma comunicação constante com nós mesmos, não poderemos nos comunicar, adequadamente, com outras pessoas." - Hammed.

Boa semana!



 






 

VISITA A SÃO PAULO

Caros leitores, Este ano, em nossa ida para Sampa para visitar amigos que lá deixamos, visitamos 15 pessoas.  O ano passado ficamos 6 dias e...