Caros amigos,
Atualmente vivemos tempos difíceis. O pós pandemia trouxe algumas sequelas, ou melhor dizendo, para alguns trouxe à baila tudo o que estava "trancafiado" dentro do íntimo, mostrando as "entranhas" para o entorno e, muitas vezes, deixando pessoas boquiabertas. Ideias estapafúrdias têm surgido e aqueles que possuem coerência e bom senso têm tido dificuldade de interagir com tais maneiras de pensar.
Para a postagem de hoje, trago um capítulo do livro de Joanna de Ângelis escrito em 2013, mas que parece ter sido escrito para os dias de hoje, tamanha sincronicidade das ideias. Ei-lo ipsis litteris:
"Vive-se hoje, na Terra, o momento culminante da perda do senso moral a benefício da vulgaridade e do prazer enganoso.
Depois das indiscutíveis conquistas da inteligência, desvaira o ser humano, não mais deslumbrado com as glórias e expressões do macro assim como do microcosmo, perdido nos estímulos perturbadores dos gozos temporários, que gostaria de torná-los permanentes.
Luta-se, quase em desvario, para a aquisição de recursos legais ou não, a fim de participar-se do banquete do desperdício e da luxúria, da disputa entre os egos auto fascinados, utilizando-se de quaisquer métodos que confiram o triunfo, sem a mínima consideração pela ética do comportamento.
É certo que, nesse terrível combate, existem exceções valiosas que estão mantendo as heranças ancestrais do dever e da dignidade moral, pagando o caro tributo das zombaria dos frívolos e do desrespeito dos alucinados.
Parece predominar uma conspiração generalizada contra a dignidade moral que é a base da sociedade próspera e feliz.
Os altos índices de corrupção nas diversas áreas de atividades públicas e privadas são assustadores, porém mais graves são a indiferença com que os extravagantes, depois de denunciados, prosseguem no convívio social criando leis e administrando os bens conseguidos de maneira indigna, como se fossem verdadeiros e honestos cidadãos.
Momentos há que se apresentam difíceis para discernir-se entre o certo e o errado, a desonra e a moralidade, tal o amontoado de justificativas para as condutas esdrúxulas e incorretas que adquirem respeitabilidade, zombando dos princípios morais de todos os tempos.
Estudos valiosos e profundos em várias áreas do conhecimento psicológico e sociológico demonstram que o bem é bom para quem o pratica, tanto quanto a verdadeira aquisição da saúde inicia-se no pensamento equilibrado, exteriorizando-se como alegria e bem-estar, que superam as injunções perturbadoras da caminhada evolutiva.
Nunca foram apresentados os excelentes resultados de pesquisas acadêmicas, demonstrando o alto significado do amor, da gratidão, do perdão, na construção do ser integral, como nestes dias conflitivos. No entanto, o volume de apelos ao erotismo e à violência sombreia as claridades libertadoras, gerando desconforto e tormento emocional.
Indispensável quão urgente faz-se o investimento da dignidade em todos os comportamentos humanos.
Evita o tumulto extravagante das novidades perturbadoras. Harmoniza-te, de forma que não sejas arrebatado pela ilusão de estar presente em todo lugar ao mesmo tempo, fruindo somente prazeres, possuindo os equipamentos mais recentes, que logo são ultrapassados por outros mais complexos, incapazes, porém, de proporcionar-te a harmonia interior.
Essa correria insensata para a aquisição de instrumentos de utilidade tecnológica e virtual esconde, no seu bojo, a fuga psicológica do indivíduo que não se encoraja a viajar para dentro, procurando descobrir as razões dos conflitos que o aturdem, escondendo-se sob a tirania das máquinas que lhe permitem comunicação com o mundo e todos quantos deseje, sem produzirem autorrealização no seu possuidor.
O encantamento pela posse, para estar atualizado, resulta dos medos internos, dos tormentos pessoais e da imaginação exacerbada pela propaganda muito bem dirigida, que embeleza o pântano das paixões morais, encobrindo a claridade da razão com as sombras dos gozos fugidios.
Ninguém pode viver em paz interior, sem a consciência do dever retamente cumprido. Após anestesiar-se a consciência por algum tempo, ei-la desperta, gerando culpa e necessidade de corrigenda por meio de punições.
Surgem, então, os mecanismos de fuga e de transferência que, por algum tempo, distraem o enfermo moral, cedendo lugar a falsas necessidades que se convertem em ufania conduzindo à drogadição, ao envenenamento pelos vícios sociais e espirituais de consequências lamentáveis.
Após a larga trajetória do instinto e o quase recente surgimento da razão e do discernimento, ainda no ser humano predominam os hábitos automáticos, os impulsos imediatistas, as heranças ancestrais...
A conquista da dignidade moral é um desafio que deve ser enfrentado e vivenciado desde as experiências mais simples, a fim de ser criado o condicionamento superior para que se transforme em aquisição valiosa.
A dignidade é um tesouro ainda conhecido com reservas, possuindo, no entanto, as imensas fortunas da honradez e do alto significado existencial a que todos os seres estão destinados."
Com este texto, desejo a todos uma boa reflexão e que possamos rever nossos comportamentos para interagir melhor com o meio social e que possamos também relevar os comportamentos de outros ao nosso redor que, temporariamente, possam nos parecer estranhos.
Boa semana!
Joanna fala da hipocrisia. Lembrei do dito popular "por fora bela viola, por dentro, pão bolorento". Vale a pena conferir Mateus 23: 27 - 28."... relevar os comportamentos de outros ao nosso redor..." com empatia e compaixão.
ResponderExcluirJoana, Espírito querido e evangelizado sempre nos chamando para a realidade de nossos atos e nos impulsionando a dar o que já possuímos de melhor.
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