CICLO DE TEXTOS SOBRE SENSIBILIDADE HUMANA - PARTE 6
Caros amigos,
No dicionário Aurélio, Criar é, entre outras definições, dar princípio a, produzir, inventar, imaginar, suscitar, donde Criatividade é a capacidade de criar algo baseado no já existente.
A criatividade é de grande importância se quisermos modificar, transformar nossas atitudes para obter uma vida mais leve, mais tranquila, mais harmoniosa.
Quando falamos de criatividade temos que compreender que ela é ampla e de múltiplas facetas e variadas escolhas. Muitas vezes aparece de forma involuntária, quando o indivíduo não faz uso de sua vontade ou até automática, quando o indivíduo faz uso do hábito ao realizar alguma coisa.
Como nossas escolhas estão condicionadas à nossa maneira de perceber a vida, como já foi dito anteriormente, o ato de criar está subordinado à nossa capacidade de associação. Quando melhoramos nossa habilidade de interconectar as coisas, conseguimos que uma ideia contate outras. Vale lembrar que desenvolvemos "pensamentos férteis" na medida em que nos conhecemos e descobrimos nossas necessidades e nossos desejos. Quando analisamos nossos gostos e desgostos e posteriormente refletimos sobre eles, temos a chance de, voluntariamente, criar novos hábitos e, para um melhor equilíbrio existencial, novos hábitos mais saudáveis.
Assim como o autoconhecimento é auto libertador, a criatividade também prospera num ambiente de independência tendo como força propulsora a satisfação, a alegria, o prazer, o contentamento. Onde haja um ambiente supercrítico, não há liberdade de agir e de pensar. Há que se ter liberdade para criar.
Fator importante e porque não dizer preponderante deste texto de hoje é a inspiração - o ser criativo mantém forte ligação com a inspiração; ele olha o mundo com grande visão de liberdade interior. O ser criativo resolve seus conflitos revendo seus valores particulares, buscando novas ideias, reorganizando, desta maneira, sua vida íntima.
No dicionário Aurélio, inspiração é a) qualquer estímulo ao pensamento ou à atividade criadora; b) por extensão, o resultado de uma atividade inspiradora; c) pessoa ou coisa que inspira; inspirador.
Quando o indivíduo está amadurecido espiritualmente, como sabe que é portador de uma faculdade extra-sensorial, sabe também que existem muitos modos de evoluir e viver no planeta; por conseguinte, ele também sabe que seu jeito de ser é único, assim como cada pessoa é única em sua personalidade. Por isso, esse indivíduo que tem maturidade espiritual, está prestando atenção constante à lições particulares que a vida apresenta para que ele possa desenvolver-se e, portanto, progredir. Ele que é um ser inspirado entende que não sabe as respostas para todos os conflitos que sua existência apresenta.
Bem, se não somos esse ser inspirado, amadurecido espiritualmente, o que podemos fazer para nos tornarmos um? Uma boa dica é procurar abordar a vida com os olhos de uma criança, não no sentido literal, infantilizado, ingênuo, mas de uma maneira livre , usando a imaginação, buscando trazer ao espírito uma personalidade imaculada, ainda não influenciada por normas e regras rígidas e preconceituosas da sociedade.
Talvez Jesus, em sua frase "Deixai vir a mim as criancinhas", quis falar da pureza de coração, da naturalidade, da sinceridade, qualidades essas dos infantes ainda não imersos nos conflitos sociais. No período da infância ocorre o auge da espontaneidade da criatura - um dos campos propícios para a inspiração ou criatividade.
Nós, quando nos tornamos adultos, nos esquecemos dessa fase inicial de nossa vida, fase das perguntas, dos "porquês", da reflexão. Preocupados com nossos afazeres, nosso trabalho, nossos deveres como pais, tios, filhos, profissionais, cidadãos, nos esquecemos de olhar o mundo como ele se nos apresenta, esquecemos de que um dia já fomos crianças e já usamos de nossa imaginação para interagir com os outros, com as coisas, com as situações. Busquemos dentro de nós essa criança ávida por conhecer lugares novos, pessoas novas, novas situações. A imaginação, a criatividade nos auxiliam a descobrir dentro de nós as respostas para nossos conflitos existenciais e assim, reencontrar o caminho perdido em direção aos nossos objetivos, conquistando uma vida mais plena de vitalidade e paz interior.
As lições da natureza no dia-a-dia nos ensinam que a "Voz de Deus" em nosso interior é a fonte inesgotável de toda criatividade e que, muitas vezes, esse diálogo acontece dentro de nós, através da linguagem da sensibilidade e do amor.
Se tratarmos nossa vida como uma grande aventura, sabendo que ela pode trazer riscos, obstáculos, dificuldades, com certeza ao final, acharemos aquele tesouro escondido no recôndito de nosso ser, lugar onde sempre esteve, mas que Deus deu-nos a oportunidade de descobrirmos por nós mesmos, pois Ele sabe que nossa satisfação e nossa sensação de bem-estar seriam mais plenas.
Boa semana!