sábado, 25 de fevereiro de 2023

VIDA SEM CARRO

Caros amigos leitores,

Esta semana fiquei a refletir sobre o que escrever nesse espaço.  Dentro do ônibus, em minhas andanças pela cidade, tive a ideia desse texto.  Há 13 anos atrás vendi meu carro, ainda quando morava em São Paulo, e, de lá para cá nunca mais dirigi e nem tive outro carro.

Até os dias de hoje, muitas pessoas me perguntam, perplexas, porque não tenho carro.

Essa decisão nem foi exatamente e completamente minha.  Meu marido, quando começamos a namorar não tinha carro e, enquanto eu tinha o meu, eu dirigia para nós dois, pra cima e pra baixo.

São Paulo foi ficando uma cidade difícil para o carro - o trânsito era  (creio ainda o ser) intenso, e sem lugar para estacionar.  Ao mudarmos para Curitiba, escolhemos uma casa que fica perto (umas cinco quadras) de um terminal de ônibus expresso que trafega numa canaleta exclusiva, embora os ciclistas não acreditem nisso.  De minha residência até meu consultório no centro da cidade levo de 20 a 30 minutos

Bem, obviamente há algumas desvantagens em não ter carro.  Por exemplo, se ando leve, sem problemas; mas muitas vezes há que se carregar guarda chuva (aqui chove muito), alguns pertences, livros, casaco, etc. Quando morava em Sampa, trabalhei uns 15 anos como professora particular de inglês - dava aulas em empresas, e em domicílio - nessa época, tinha carro porque tinha que levar livros, gravador.

Outra desvantagem - ao fazer viagens curtas para outros municípios, o campo ou a praia, tenho que enfrentar ônibus de viagem (dependendo da distância a percorrer) - hoje, felizmente ainda temos o Uber.

Entretanto, quando estava pensando nesse texto percebi mais vantagens do que o contrário.

A sensação de liberdade ao caminhar para nosso destino, ou ter que tomar o ônibus quando a distância é grande não tem preço.  A maioria das pessoas acredita que ter carro é ter a sensação de liberdade e não ter que "depender" do transporte coletivo.

Reflitamos: com o carro vem: o mecânico, o posto de gasolina, o borracheiro, o pagamento do IPVA, a limpeza/lavagem do carro, a renovação da habilitação, a troca de peças quebradas, o pagamento do estacionamento, e por aí vai uma dedicação sem fim.  Você perde muito tempo cuidando e pensando nele, como se dele dependesse a sua vida (bem, algumas pessoas acreditam que depende...) Se ele dá pane no meio da rua ou de uma rodovia, haja paciência e tempo não só para contatar um auxílio, guincho, por exemplo, como também aguardar sua chegada.  Se o ônibus que você está quebra ou dá um problema é só sair dele, esperar outro, ou até buscar soluções alternativas - larga-se ele lá e vai-se embora.  Com o carro é diferente - não dá para largá-lo lá.

O ponto principal  ao qual me ative para escrever esse texto foi a observação do meio social quando se está num coletivo.  Se não tivesse escolhido ser psicóloga clínica, teria sido psicóloga social. O ser humano é uma criatura excepcional para estudo - tem-se de tudo no ônibus, na rua: ambulantes, jovens com seus celulares em punho, idosos com suas bengalas, chapéus, salto altos e hoje, calças rasgadas - esse item uniformiza a todos e, infelizmente, atualmente as pessoas vestem-se muito mal (já relatei esse fato em outro texto meu "Porque a beleza importa"). Esqueci das crianças que falam alto, mas até que elas são raras no ônibus.  Os pais precisam ter carro para levá-las à escola.

Como eu ia dizendo, outra característica prazerosa, para mim é ver a natureza pela janela (quando viajo sentada; pensando melhor, até de pé consigo admirar a natureza pela janela). O percurso de minha casa para o centro e vice-e-versa é muito bonito - há árvores, flores, pássaros, gatos, cães - o trajeto passa pelo Jardim Botânico.  Curitiba é realmente uma bela cidade - tem crescido, tem muita gente e com isso também vem o barulho e a sujeira, mas ainda é uma boa cidade para se viver.  Ao caminhar a pé você, além de se exercitar, acaba conhecendo pessoas, lugares, flores, árvores, animais.  Dentro de um carro você até pode também admirar essas coisas, mas muitas vezes há que se ater ao volante ou a se enraivecer perante os percalços não só da via como também dos outros motoristas.

Quando vendi o carro senti-me muito triste, pois gostava de dirigir e também achei que tinha perdido um "poder" - "eu sei dirigir, tenho esse "poder". Hoje, ao contrário, adquiri um poder maior - o de ter minha liberdade de ir e vir quando meu aprouver.  Sem contar a economia financeira adquirida - afinal de contas, o custo de um carro é muito alto e conheço pessoas que não possuem casa própria, mas possuem o carro do ano - uma questão de escolha e prioridade.  Hoje em dia, em minha opinião, há três coisas que possuem um alto custo financeiro: filhos, pets e carros.

Acredito que muitas pessoas ao lerem esse texto podem achar que sou biruta por preferir não ter carro - mas, é que essas pessoas nunca ou quase nunca andam a pé ou de coletivo, e assim não têm essa experiência - só imaginam.

Uma vez, quando frequentava um curso, percebi que um colega sempre tinha o tênis bem limpo e praticamente novo - a sola era pouco gasta e aí perguntei à ele se ele "levitava" ao invés de caminhar e ele me contou que descia de seu apartamento pelo elevador, pegava o carro na garagem, dirigia até o local do curso, colocava o carro no estacionamento ao lado do local do curso e praticamente não caminhava na rua e então, "Voilá!" - o tênis não gastava.

Felizmente, aqui em Curitiba o preço dos calçados, tênis e botas não é caro.  Troco tênis e botas todos os anos - não só porque ando muito, mas porque as calçadas e, principalmente, o calçadão da XV de Novembro, acabam com eles.

E aí pessoal, bora caminhar e curtir o meio social?

Até!








sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

HONESTIDADE EMOCIONAL

Olá leitores,

Sempre é importante tratarmos da saúde espiritual/mental, ou seja, compreendermos e percebermos os nossos pensamentos - como eles são, isto é, somos racionais ou abstratos, otimistas ou pessimistas, rápidos ou lentos, superficiais em nossa maneira de ser? Assim, como realizar um autoconhecimento satisfatório sem percebermos o que se passa em nossas cabeças?

Antes de adentrarmos o tema propriamente dito, entendamos o que é o pensamento.

Para o dicionário Aurélio, o pensamento é: 1. ato ou efeito de pensar, meditar; processo mental que se concentra nas ideias; 2. poder de formular conceitos; 3. aquilo que é pensado; o produto do pensamento; ideia.

Bem, agora que já explicamos satisfatoriamente a definição de pensamento, falaremos hoje, entre outros temas similares, das ideias fixas.

Para o dicionário Aurélio, ideia é: 1. representação mental de coisa concreta ou abstrata; imagem; 2. elaboração intelectual, concepção; 3. conhecimento, memória, lembrança; 4. invenção, criação; 5. maneira particular de ver as coisas, opinião, conceito; 6. visão imaginária, imaginação.

O indivíduo que traz uma ideia fixa em seus pensamentos é considerado um indivíduo enfermo - ele nada vê, nada ouve, nada sente ou nada percebe além daquilo, ou daquela pessoa onde seus pensamentos ficaram cristalizados.  Essa cristalização pode durar dias, meses, anos.  Quando isto ocorre, a criatura se isola do mundo externo, passando a viver em circuito fechado, vivendo dentro do desequilíbrio, ficando assim, paralisada, dominada por esses pensamentos fixos e, estes podem ter tido sua origem em fatos reais ou em fatos ilusórios, produtos de sua imaginação.

Começamos aqui a falar daquelas pessoas que estão desarmonizadas tanto com o mundo exterior quanto consigo próprias, ou seja, com o seu mundo interior.  Esses são casos sérios de indivíduos que vivem em constantes conversações de si para consigo próprios - há um diálogo ininterrupto em seus pensamentos.  As palavras, as discussões e os pensamentos giram sem parar porque eles se fixam em determinado acontecimento ou até em determinada coisa ou pessoa e assim o seu mundo de ideias torna-se hiperativo - não há descanso e eles, por causa disso, acabam atraindo para si o mesmo problema várias vezes, repetindo-o e assim, levando-os à fadiga e dificultando o progresso moral e intelectual.  Esses são os casos de indivíduos com problemas mentais, doentes do espírito no seu aspecto mais grave.

Entretanto, a maioria de nós também tem os nossos momentos de nossas ideias fixas.  Como então fazer para percebê-las, analisá-las e minorá-las? O que dizer das ideias fixas que aparecem quando "cismamos" com alguma coisa, algum acontecimento ou alguém?

Quando há uma ideia fixa, o indivíduo se faz prisioneiro não só dos inimigos externos, mas também dos inimigos internos, ou seja, dele mesmo.  Nesse caso, ficando como já o dissemos, em "circuito fechado", ele se abstém de observar, perceber novas oportunidades de desenvolvimento e crescimento moral, mental, espiritual.  É um indivíduo aprisionado nas próprias visões íntimas.

Pessoas com ideias fixas são criaturas que tem como características mais comuns a de serem: carrancudas, tímidas, envergonhadas, supersensíveis, desprovidas de humor, reservadas, não sociáveis; não conseguem aproximar-se dos outros e expressar suas emoções e assim são avessas à afetividade - com o tempo sua capacidade amorosa se reduz e elas tornam-se indiferentes e apáticas.

Esse tipo de pessoa vive numa espécie de "desonestidade emocional", pois ela não é ela mesma, não está fazendo uso de seus potenciais internos para crescer e caminhar para frente, mas, ao contrário, cria um afastamento de si própria e do mundo que a cerca, pois pensa sempre a mesma coisa e se entrega a ela - é como uma pessoa fanática que acredita que aquilo que ela vê é tudo o que existe no mundo.  Ex.: futebol, hobbies.  São pessoas de uma única atividade.

As ideias fixas podem ocorrer pelo fato de termos dificuldade em expressar nossos sentimentos e/ou emoções.

Quando estamos com medo ou quando negamos o que sentimos podemos ocasionar uma situação que provoca alucinação.  Por exemplo, se estou com medo de estar em casa quando a luz é cortada, posso imaginar ruídos, visões de algo que não existe.  Outro exemplo pode ser o de uma pessoa que tem medo de andar de elevador, mas não sabe, ou não expressa este medo, isto é, nega esse sentimento; ela pode, uma vez dentro do elevador, sentir náusea, suar ou até falar sem parar.  Vale lembrar que ignorar as sensações e/ou os sentimentos não faz com que eles desapareçam.  O melhor a fazer é identificar, perceber o que se sente para transformá-los com vagar - esse é um desafio que se pode dominar aos poucos.

A maioria de nós aprendeu desde cedo a reprimir alguns sentimentos.  Podemos ter seguido frases-chave, com disciplina, tais como: "Não devo sentir isso"; "Homem não chora"; "Não posso demonstrar que estou com medo, com raiva, que estou magoado", etc. Esses tipos de afirmações fizeram com que tivéssemos dificuldade de entrar em contato com nossos sentimentos.

Nossa área emocional é uma parte valiosa de nós mesmos.  Ela diz respeito a quem somos, como vivemos, como crescemos e como amadurecemos.

Nossos sentimentos não podem esta guardados a "sete chaves" dentro de nós, embora eles possam ser difíceis, problemáticos, e até outras vezes explosivos e irritantes - eles devem ser reelaborados, reeducados e transformados.  Eles não podem ser reprimidos e nem permitidos a controlar nossos atos ou atitudes - só podemos modificar aquilo que conhecemos.  Se não percebo meus sentimentos e emoções não posso julgá-los bons ou ruins, ao passo que se os percebo ruins posso mudá-los para bons, após análise e observação.

O mecanismo de negação descoberto por Freud é o seguinte: "Negação é a tentativa de não aceitar na realidade um fato que perturba o ego" ("Teorias da Personalidade, James Fadiman, Robert Fraser, 1986).  Ele deve ser um mecanismo temporário e deve nos proteger até que possamos nos equipar para lidar com os fatos de nossa vida, tanto dentro quanto fora de nós.  Entretanto não podemos passar muito tempo negando a realidade.

A ideia fixa, a alucinação, ou a imaginação, consciente ou inconsciente, limita nossa liberdade de ação na vida.  Entrar em contato com o "chão da realidade" é o antídoto para não cairmos na rede das ideias fixas.

Existe uma cura definitiva para esse tipo de mal? Sim.  Basta aprimorarmos nossos sentimentos, abrandarmos nosso coração, acalmarmos nossa ansiedade e expectativas para identificar com atenção o que sentimos para poder transformar sentimentos desagradáveis em sentimentos melhores que nos auxiliem a amadurecermo-nos.

Quando decidirmos cultivar a "honestidade emocional" em todas as nossas relações, com nós mesmos ou com os outros, estabeleceremos em nós o início da edificação da paz no reino interior.

Boa semana!

Até!













 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

DANIELLE STEEL - A DAMA DO ROMANCE

Caros leitores,

Em minha juventude sempre fui uma leitora ávida, como já comentei algumas vezes nesse blog.  E continuo sendo.

Conforme fui evoluindo em minhas leituras, haviam alguns escritores que eu me recusava a ler por acharem-nos medíocres, fúteis e até os considerava como sendo leitura barata, para pessoas de pouca instrução.  Felizmente, hoje essa ideia mudou.

Há alguns anos atrás, praticamente desde que me mudei para Curitiba, costumo uma ou duas vezes por ano ir para São José dos Campos - SP ficar alguns dias em casa de minha irmã para matar as saudades.  Minha irmã é até hoje leitora assídua de Danielle Steel - sendo essa uma das escritoras a qual eu considerava fútil e enfadonha. 

Então numa dessas pequenas visitas à minha irmã resolvi pegar um dos livros dessa escritora para ler.  Qual não foi minha surpresa ao perceber que os seus livros me levavam à grandes voos pela imaginação e pelo prazer de viver.  Se me recordo bem, o primeiro livro dela que li foi "A Casa" - como diz o título é sobre uma mulher que recebe como herança uma casa, praticamente uma mansão, no campo.  A história mescla momentos de reflexão da personagem em se mudar da cidade para o campo, a reforma da casa e até a história sobre os antigos moradores.

Esse foi o início de um feliz relacionamento com essa autora.  Assim, todas as vezes que vou à casa de minha irmã, pego um livro dela para ler.  Todo ano compro um livro novo de Danielle Steel e presenteio a minha irmã - como dizem, "mato dois coelhos com uma cajadada só".  Já li uns 20 ou 30 livros dela.  Como leio muitos livros técnicos de várias áreas, vez ou outra Danielle Steel é um oásis para mim.  Sua leitura é leve, fácil, você dá asas à imaginação como mencionei e é como um relaxamento depois de um árduo dia de trabalho.  Eu recomendo - apenas aponto que quando você inicia um livro dela, este pode apresentar um pouco de dificuldade para "entrar" na história - apresentação dos personagens, localização histórica - mas depois você praticamente participa quase como um dos personagens da trama, você não quer mais largar o livro - e no fim, você sabe que sentirá saudades dos personagens.

Como ela é de descendência francesa embora seja americana, muitos de seus livros se passam entre os Estados Unidos e a França.

"Seus livros já venderam 650 milhões de exemplares em todo o mundo, foram traduzidos para 43 idiomas e publicados em 69 países.  Só no Brasil, a autora já vendeu mais de 2 milhões de exemplares." (Copiei da orelha do último livro dela que li "Jogos Perigosos" - seu primeiro livro com abordagem política - mas leve e adorável como todos.)

"Danielle Steel nasceu em 14 de agosto de 1947, em Nova Iorque, EUA, porém passou a maior parte de sua infância na França. Mãe de nove filhos e casada por cinco vezes, Steel viveu períodos de agitação sentimental." (Wikipédia)

Ela começou a escrever romances em 1973 aproximadamente e escreve de 1 a 3 livros por ano até os dias de hoje.

Bora ler algum livro de Danielle Steel?

Boa semana!



 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

O BEM E O MAL - PARTE IV

Olá leitores,

Em continuidade ao tema em questão, lembro a todos sobre as instituições apontadas nos textos anteriores: a família, a escola, a religiosidade/espiritualidade (essas duas são um pouco diferentes, mas isso fica para um próximo texto), o ambiente de trabalho/a profissão.

O bem e o mal, em minha opinião, está contido em todos nós - cada indivíduo possui sua parcela de mal e sua parcela de bem.

Quanto mais conhecemos o mundo que nos cerca e quanto mais nos conhecemos, mais fácil fica fazermos boas escolhas no dia a dia - falamos sobre pessoas más e pessoas boas.  Em realidade, seria mais adequado falarmos de atos maus e atos bons.

Cada um de nós pode escolher consciente (quando sabemos quem somos) ou inconscientemente (quando não nos conhecemos) situações na vida.  O que define uma pessoa boa é sua grande quantidade de atos bons realizados e vice-e-versa - o que define uma pessoa má é sua grande quantidade de atos maus.

Mas, em verdade, aqui falo de casos bem específicos - a maioria das pessoas está na média.  Para exemplificar, posso conhecer uma pessoa, gostar dela, perceber nela boas ações no geral, mas também detecto uma atitude sua de pouca tolerância com outras pessoas que falam muito, por exemplo, e aí posso defini-la como uma pessoa boa com esse defeito peculiar.

Ao falarmos de boas ações podemos citar a paciência, o altruísmo, a tolerância, a caridade, a indulgência, o perdão.  E, ao falarmos de más ações, podemos citar o egoísmo, o orgulho, a raiva, a mágoa, a impaciência, a irritação.

No texto anterior mencionei a inveja porque ela pode ser o estopim para muitos atos maus.  Por exemplo, a vingança, a raiva ou até mais forte - o ódio por uma pessoa.  Vale lembrar que estamos todos interligados energeticamente falando (vide meu texto "Todos estamos conectados" de 19.08.21) e sendo assim cada emoção nossa, cada sentimento, cada ação prejudicará ou beneficiará uma outra pessoa, um grupo e, por conseguinte, toda a humanidade.

Nem todo sentimento de inveja leva ao ódio ou à vingança.  Entretanto, pode contaminar nosso próprio organismo antes de prejudicar outra pessoa.  A inveja pode ocorrer em quaisquer das instâncias - na família, na escola/faculdade, na reunião religiosa, no ambiente de trabalho.  Porém se cada indivíduo pudesse perceber esse seu sentimento em si mesmo, ele poderia "bloquear" suas possíveis consequências, tais como, a raiva, a desconsideração e a falta de respeito para com a outra pessoa e, em realizando tal ato, poderia evitar o desejo de vingar-se.

A vingança pode aparecer indireta ou diretamente.  Eu diria que indiretamente poderia usar de maledicência, da calúnia e diretamente, caso tivesse algum poder sobre o indivíduo invejado, tirá-lo do emprego, rebaixá-lo de um posto superior, destruir sua reputação perante o público e assim por diante.

De tudo isso adviria o mal e em continuando nessa toada esse indivíduo poderia ser considerado mau, vil, perverso.  Se ele soubesse o porque ele está fazendo o que faz, se se conhecesse realmente, talvez ele mudasse suas ações.

Hammed, em seu livro "A busca do melhor" traz o seguinte:

"A vingança ocorre quando o indivíduo não consegue perceber seu íntimo enrijecido por velhas dores mal resolvidas.  Ao sofrer uma ofensa, crê que sua amargura será sanada somente quando houver vingança.  Como não pode se vingar de si mesmo, torna-se um acusador, um perseguidor feroz e implacável, ignorando que a vingança por si só não cura agressão física e verbal, na maioria das vezes, pelo contrário, só as agrava."

"Não existe grandeza de caráter sem bondade, assim como não existe vingança sem mediocridade."

"Quem está em perfeita harmonia não se encoleriza, mas quem está em discordância e incoerência consigo mesmo vive sempre armado, pois se acredita invadido e maltratado segue sempre inseguro.  Como não fica tranquilo, acusa os outros da sua intranquilidade."

Como já disse no outro texto: o mal faz mal para nós e o bem faz bem para nós.

A raiva, a mágoa, a impaciência, a vingança fazem mal a nós, nos trazem sofrimento - quando somos ofendidos sofremos e quando nos vingamos de quem nos ofendeu, sofremos em dobro com suas consequências - é como um ciclo vicioso.  Só a constatação de que os outros não pensam como nós, que não temos como mudá-los e que somente buscando a harmonia interior evitamos o sofrimento.  

Finalizo o texto de hoje com mais um parágrafo do livro de Hammed citado anteriormente para vossa reflexão mais profunda:

"Mais do que nos fixarmos em atitudes e palavras, é preciso mudar pensamentos e crenças.  Antes de investirmos no sentimento de vingança, devemos reavaliar as experiências vividas e buscar ajustar nossas deficiências interiores, para não repetirmos as mesmas reações precipitadas.  Reações essas que resultarão em novos sofrimentos, ofuscando os verdadeiros motivos que impulsionam nosso modo de agir desastroso."

Boa semana!




 

VISITA A SÃO PAULO

Caros leitores, Este ano, em nossa ida para Sampa para visitar amigos que lá deixamos, visitamos 15 pessoas.  O ano passado ficamos 6 dias e...