quarta-feira, 13 de março de 2024

UM POUCO DE ECONOMIA

 Caros leitores,

Depois de um tempo razoavelmente longo acabei de ler o livro "Ação Humana" de Ludwig Von Mises.  O livro tem 786 páginas e independente do número de páginas, coisa que nunca me assustou, eu lia somente uma ou duas páginas por dia, pois lia e leio outros livros concomitantemente no dia a dia.  

O livro é "Um Tratado de Economia" - sempre quis ler um livro dele pois o nome dele aparece em muitos livros, notícias e opiniões de jornalistas, economistas e políticos.  Então fiquei curiosa para descobrir e entender suas ideias.

Não foi fácil lê-lo - confesso - muitas partes do livro eram difíceis de digerir, pois não entendo muito de economia.  A leitura elucidou algumas dúvidas que tinha dessa ciência, mas ainda restaram alguns pontos obscuros em minha mente.

O livro foi escrito em 1940, ou seja, no meio da Segunda Grande Guerra Mundial - transcreverei na íntegra o que vem escrito na contracapa do livro:

"Para Mises, o que determina o cálculo econômico, que em si é o principal problema da economia, é a ação humana.  O autor observa que os eventos econômicos são o resultado das ações concretas dos homens, que estão sempre em busca de um estado de maior satisfação.  Ele desenvolve o que chama de praxeologia, ou seja, a "lógica da ação humana": o homem racional calcula quais são os melhores meios para atingir os fins que deseja, com base numa valoração interna que faz das opções que lhe são apresentadas pela realidade; a ação humana, portanto, é o resultado da aplicação do aparato racional do homem diante da necessidade de fazer uma escolha.  Eis, para Mises, a base do cálculo econômico.

Ação Humana é sua obra principal, um tratado monumental que foi escrito em 1940, em alemão, e ganhou sua primeira versão traduzida para o inglês em 1949.  Desde então, já foi reeditado e traduzido para inúmeras línguas e se estabeleceu como o principal tratado econômico da modernidade."

"Ludwig Von Mises (1881-1973) é o maior expoente da chamada Escola Austríaca de Economia."

Bem, o que aprendi com o livro? Primeiramente antes de responder a essa pergunta confesso que ainda foi difícil entender sobre inflação, deflação, cálculo de salários, PIB, cálculo monetário, cálculo econômico, juros, taxas, etc.  

Entretanto o que mais entendi e fiquei maravilhada foram os conceitos de Intervencionismo, Capitalismo, Socialismo, Sindicalismo e Corporativismo.  Muitos desses conceitos eu já sabia e foi bom dar "nomes aos bois".  Mises expõe suas ideias de maneira neutra e explica minuciosamente o porquê do socialismo não dar certo no meio social, no meu entender, não exatamente pela ideia em si, mas justamente pelos socialistas não preverem os efeitos de tal política a longo prazo.

"O socialismo é irrealizável em razão de sua incapacidade de desenvolver um método de cálculo econômico." (pg. 603)

Alguns conceitos fizeram eco naquilo que eu já acreditava.  Assim transcreverei diretamente do livro, os conceitos que compreendi melhor.

Intervencionismo:

"O intervencionismo, ou sistema de economia de mercado obstruída, difere do padrão alemão de socialismo, pelo fato de ainda ser uma economia de mercado.  A autoridade interfere no funcionamento da economia de mercado mas não deseja eliminar o mercado completamente.  Ela quer que a produção e o consumo se desenvolvam em linhas diferentes daquelas prescritas por um livre mercado e deseja alcançar seu objetivo através de ordens, comandos e proibições de mercado , para cuja execução o poder policial e seu aparato violento de compulsão e coerção estão prontos." (pg. 639)

"É importante lembrar que a interferência do governo sempre significa ação violenta ou a ameaça de tal ação.  Os fundos que um governo gasta para quaisquer fins são cobrados por impostos.  E os impostos são pagos porque os contribuintes têm medo de oferecer resistência aos cobradores de impostos.  Eles sabem que qualquer desobediência ou resistência é inútil.  Enquanto esse for o estado das coisas, o governo poderá coletar o dinheiro que deseja gastar.  Em última instância, o governo emprega homens armados, policiais, soldados... Aqueles que pedem mais interferência do governo estão pedindo, finalmente, mais compulsão e menos liberdade." (pgs. 639/640)

Economia de Mercado:

Trocando em miúdos, a economia de mercado pressupõe a liberdade com responsabilidade. Há muitas nuances para se compreender melhor esse conceito. Transcreverei alguns deles do livro:

"Na economia de mercado, todo indivíduo está espontaneamente empenhado em não gerar filhos que ele não poderia criar sem diminuir consideravelmente o padrão de vida de sua família." (pg. 595)

"...a única ordem social que pode preservar e intensificar ainda mais a divisão social do trabalho é a economia de mercado." (pg. 603)

"Na economia de mercado, o indivíduo é livre para agir dentro da órbita da propriedade privada e do mercado." (pg. 644)

"É uma das características da economia de mercado que o governo não interfira nos fenômenos de mercado e que seu aparato técnico seja tão pequeno que sua manutenção absorva apenas uma fração modesta da soma total da renda de cada cidadão. Então, os impostos são um veículo apropriado para fornecer os fundos necessários ao governo.  São apropriados porque são baixos e não desarranjam perceptivelmente a produção e o consumo.  Se os impostos crescem além de um limite moderado, eles deixam de ser impostos e se transformam em dispositivos para a destruição da economia de mercado." (pg. 658)

"Na economia de mercado, o solo é um meio de produção como qualquer outro. Os planos que visam uma distribuição mais ou menos igual do solo entre a população agrícola são, nas condições da economia de mercado, simplesmente planos para conceder privilégios a um grupo de produtores menos eficientes, à custa da maioria dos consumidores." (pg. 716)

Bem, acho que deu para dar uma ideia, diria até superficial e simplista, sobre o livro e sobre a economia.

Em realidade, não compreendi absolutamente tudo sobre economia neste livro, mas sinto-me mais informada sobre as coisas que acontecem no mundo atual, embora pouco posso fazer para mudar o status quo (talvez não tenha que me esforçar para mudar nada), mas como dizem "conhecimento é poder".  Então evoluí, cresci um pouco mais e sinto-me mais realizada com essa leitura. Às vezes é necessário lermos algo mais difícil para instigar  e motivar a mente.

Boa reflexão!




 

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