quinta-feira, 30 de maio de 2024

REVOLTA

Olá leitores,

Atualmente, em nossa querida Terra estamos passando por muitos momentos de revolta; diria que é quase impossível alguém que esteja ciente dos fatos não ter seu momento de revolta por alguma coisa. Então, achei um texto de uma palestra que ministrei em outubro de 2019 numa instituição espiritualista sobre o tema.  Ela foi baseada num livro de Ermance Dufaux, sendo assim partes desse texto em itálico são de autoria dela. Talvez ele possa elucidar um pouco esse sentimento, quase uma emoção, e trazer reflexões e algumas sugestões para amenizá-la, se é que isso é possível...

Comecemos a compreender o sentimento da revolta.

Revolta: 1. Manifestação (armada ou não) contra autoridade estabelecida; levante, levantamento, motim, insurreição, rebelião. 2. Grande perturbação moral causada por indignação, aversão, repulsa.

Revoltado: 1. Rebelde, insubmisso, indignado.  2. Bras. Diz-se de pessoa inconformada, que se sente alvo de injustiça ou de preterição.

Dufaux inicia seu ensinamento trazendo uma ideia positiva sobre a revolta.

"Revolta é um sentimento que faz parte do grupo das emoções mobilizadoras que, na ecologia emocional, são as emoções cujas finalidades luminosas são: agir, entrar em atividade, realizar e criar alternativas sadias diante daquilo que não se concretiza conforme sua vontade ou intenção.  Em outras palavras, ela serve para motivar a busca de soluções, quando as coisas na vida não acontecem como você necessita ou deseja."

Essa função da indignação, da revolta, denota a nossa não indiferença com os fatos da vida.  É saudável reconhecermos situações com as quais não concordamos principalmente se as mesmas não estão de acordo com o que pensamos. A apatia não é um bom sentimento quando estamos a caminho de nosso crescimento espiritual.  Ao contrário, devemos estar atentos às coisas que ocorrem ao nosso derredor e em nossa sensação/reação em relação a elas.  Em nossa jornada ascensional essa atitude atenta nos auxilia a entendermos o que ainda precisamos mudar para nos sentirmos mais felizes e pacíficos.

Entretanto, a revolta também pode trazer, em contrapartida, sensações/reações de insatisfação, de contrariedade.  Muitas vezes, há a dificuldade de digerir o ocorrido e por causa disso, a perturbação emocional que advém do fato, pode nos levar "a caminhos interiores muito dolorosos."

A revolta, nesse contexto, "é uma das expressões da mágoa que sustenta a raiva embutida diante das situações e que, se não for tratada, pode prolongar-se por uma vida inteira em um sentimento de fixação tóxica e desgastante."  Nesse momento aparecem a irritação, a teimosia, o mau humor, a ansiedade - estados estes que repercutem também no corpo físico.

"No corpo físico, uma das regiões propensas a sofrer os efeitos dessa energia destrutiva é a região da garganta, que sofre com doenças respiratórias, causando, na maioria das vezes, uma sensação de sufocamento.  No campo psíquico, a revolta é, sem dúvida, um dos caminhos para a depressão e doenças afins."

Para algumas pessoas, "a revolta é uma dificuldade que se tem para assumir uma raiva contra si mesmo, por não ter feito boas escolhas, não ter acertado o quanto gostaria ou não ter planejado os caminhos mais apropriados para suas metas e sonhos."

A função da revolta não é ficamos presos com essa dor, ao contrário, sua finalidade em nossa vida é tomarmos atitudes na vida prática, buscando rever comportamentos que possam ser modificados no que diz respeito à nossa maneira de ver a vida, nosso passado e a nós próprios.

Assim, "a revolta é um pedido de revisão de conceitos, de interesses, costumes e, sobretudo, de atitudes." Mudanças em nossas vidas trazem a libertação de situações que impedem nosso crescimento - muitas pessoas podem não concordar com essa assertiva, pois se tem a impressão que as mudanças nem sempre são para melhor, entretanto, acreditamos nas leis divinas onde "nada acontece por acaso", pois por causa da sintonia, do magnetismo, somos atraídos para as situações que precisamos exatamente para modificar certos comportamentos e hábitos e assim continuar evoluindo.  Ou como diria melhor o pequeno príncipe de Saint-Exupéry " precisamos dos problemas por causa das dádivas trazidas por eles" (mais ou menos isso).

Esses processos de mudança num primeiro momento podem trazer estranheza, certo desequilíbrio e às vezes até tristeza que aparentemente não nos pertence.  Contudo, existem hábitos/comportamentos perniciosos que estiveram conosco por muito tempo que nos estranhamos quando há uma mudança, e podemos até sentir certo vazio quando esse comportamento/hábito não existe mais em nós.

Essa mudança libertadora deve vir acompanhada do perdão.  Dufaux afirma "perdoar, sobretudo, você mesmo, reconhecendo sua parcela de responsabilidade nos seus dissabores e desgostos, e tocar sua vida para frente.  Se você se soltar dessas amarras de seu passado e de sua forma de ver as coisas, sua vida será bem melhor."

Quando nos revoltamos ficamos como que "cegos" para a realidade que nos cerca, imersos em nosso ego acreditando que a maneira que pensamos é a melhor e a única - nos fechamos para o mundo, não refletimos - é como se tivéssemos escamas em nossos olhos que nos impedem uma visão renovadora.

Quando mudamos nosso foco, nosso comportamento, podemos compreender que a revolta apenas quer nos mostrar um novo caminho. Lembremo-nos de que nem sempre as coisas precisam ser do nosso jeito.

"Tempos ruins também passam.  Tudo pode mudar, dependendo do seu olhar."

Boa reflexão!

Até!











sábado, 25 de maio de 2024

"EUGÉNIE GRANDET"

Caros leitores,

Neste mês de maio, o livro de nosso Clube de Leitura foi de autoria do francês Honoré de Balzac, aquele da famosa expressão "a mulher de trinta", aliás esse é um título do seu mais famoso livro, daí a expressão.

Assim, o livro deste mês foi Eugénie Grandet, escrito em 1833. Balzac é considerado o fundador do Realismo na literatura moderna.  Este livro faz parte dos 91 romances contidos na sua obra principal "A Comédia Humana" (não confundir com o livro de Dante Alighieri "A Divina Comédia").

Sob um olhar superficial, Eugénie Grandet conta a história de uma jovem que mora numa cidade do interior da França.  Ela "vive uma existência miserável imposta pela avareza de seu pai, um rico, porém rude tanoeiro (de acordo com o dicionário Aurélio, tanoeiro é aquele que faz e/ou conserta pipas, cubas, barris, tinas, etc.), cujo prazer é simplesmente acumular fortuna, sem usufruí-la nem deixar que a filha e a esposa o façam.  Sua desventura aumenta com a chegada de um primo de Paris; apaixonando-se por ele, e iludida por suas vãs promessas de casamento, vê-o partir para as Índias em busca de fortuna, deixando-a numa espera infrutífera."

Entretanto quando se analisa mais profundamente a obra pode-se notar como era o quadro social da França nesse período.  "Tanto as desventuras de Eugénie como os valores que regem pai Grandet, e seu sórdido apego ao dinheiro, são dissecados meticulosamente por Balzac, por meio de uma narrativa de cunho eminentemente realista." "O que está em jogo aqui é o desmascaramento de como as convenções sociais se impõem, a revelação dos mecanismos que fazem os sentimentos e sentidos da vida se subordinarem às regras do poder do dinheiro e as conquistas alcançadas por meio do alpinismo social."

A discussão do livro foi razoavelmente acalorada e através de um dos participantes do Clube de Leitura pudemos refletir sobre a parte trágica da avareza do Pai Grandet e perceber que ela tem uma veia cômica.  Eu mesma, em muitas partes do livro, ri bastante.  Acabamos até concluindo que o livro era uma sátira não somente da avareza do pai de Eugénie, mas também de outras vertentes da sociedade francesa do século XIX e começo do século XX.

Ao final da obra acabamos descobrindo qual era o destino da mulher de trinta anos daquela época e como Balzac a retratou.  Bem, quem quiser saber o destino de Eugénie, basta ler o livro.

Boa semana!


 


 

sexta-feira, 17 de maio de 2024

A MÁGOA COMO COMBUSTÍVEL PARA A ANTIPATIA

Olá leitores,

Para melhor entendimento do tema de hoje, será interessante destacar os dois vocábulos, suas declinações e suas definições contidas no dicionário Aurélio.

Mágoa: Desgosto, amargura, tristeza; sentimento ou impressão desagradável causada por ofensa ou desconsideração; descontentamento; desagrado.

Magoado: Melindrado, ofendido, suscetibilizado; aflito, contristado; dolorido, lastimoso.

Magoar: Melindrar, ofender, suscetibilizar; afligir, contristar, melindrar; provocar mágoa.

Antipatia: Aversão espontânea e instintiva; repugnância.

Antipático: Que inspira antipatia; que sente antipatia; contrário; adverso; discordante.

Antipatizar: Ter ou sentir antipatia.

Com essas definições em mente, façamos agora um exercício de imaginação sobre a seguinte situação.

Numa discussão coloquial, devido a uma discordância ou a uma ofensa, a relação de duas pessoas é rompida.  Desse rompimento resta uma energia ruim.  Por causa disso, futuramente, todas as vezes que um dos lados ouve ou fica sabendo algo de bom e positivo que ocorre com o outro lado, será mal recebido, mal interpretado por este.  Haverá desgosto de saber que o outro está bem, que ele continuou a caminhar, melhorou, está progredindo ou até obteve vitórias em sua vida.

Esse sentimento tóxico é a antipatia - mesmo não vendo ou convivendo com essa pessoa, esse sentimento nos desgasta.  A mágoa sustenta, alimenta, é o combustível para a antipatia.

Muitas vezes antipatizamos com algumas pessoas que encontramos e vice-e-e-versa.  Nesse caso, elas trazem em suas personalidades características nossas que desconhecemos em nós e não gostamos.

Antes de trazer sugestões para resolver o problema da mágoa, tentemos compreender qual ou quais as funções dela em nossa vida emocional ou psíquica.  Vale lembrar que a frustração, o ódio, o orgulho, a inveja e aqueles sentimentos culturalmente considerados negativos, somente podem ser considerados tóxicos quando não sabemos quais as suas funções dentro de nós. Há de se buscar educação emocional, através do processo de conscientização, para entender ao que eles vieram.

A principal função da mágoa é nos revelar que existe algo em nós difícil de aceitar. A maior revelação dessa função é sobre como sempre idealizamos as pessoas esperando demais delas ou sobre como idealizamos o mundo e suas leis.  Esse é o aprendizado principal quando nos magoamos - devemos diminuir as expectativas que mantemos em níveis muito altos, inclusive em relação ao ofensor.

Outro aprendizado trazido pela mágoa é a nossa impossibilidade de dizer não quando necessário - quando isso ocorre, aumentamos os riscos de manipulação e abuso em nossos relacionamentos.

A ofensa é algo muito dolorido e difícil de tratar.  Sensatamente temos que acreditar que ela existe por um motivo - motivo este que deveria ser analisado e descoberto a fim de realizarmos as mudanças necessárias em nossa vida.  A mágoa geralmente só ocorre entre pessoas que são importantes em nossa vida.

Outra função da mágoa em nossa vida é buscar desiludirmo-nos sobre o que pensamos a respeito da pessoa que nos ofendeu. Ela ocorre como uma reciclagem sobre quem nos magoou.

A mágoa é um sentimento riquíssimo que nos faz viver com os pés na realidade, pois deixamos de fantasiar família, colegas, amigos, parentes e todos nossos relacionamentos.

A fim de realizarmos com mais acerto nossa maneira de extrair o melhor da mágoa em nosso benefício, podemos fazer uso de duas habilidades que podem ser exercitadas com a nossa força de vontade.

A primeira habilidade é fazer um exame de consciência, uma reflexão sobre o acontecido entre você e a pessoa que supostamente o ofendeu  - uso a palavra supostamente porque só nos ofendemos quando não aceitamos que todos podem ter direito a ter ideias diferentes da nossas.

A segunda habilidade é acolhermo-nos como seres humanos passíveis de erro, perdoando-nos.  Não podemos voltar ao passado - só poderemos trabalhar o perdão no presente.

Na Bíblia, no evangelho de Mateus 5:25, Jesus sugere: "Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão."

Podemos interpretar dessa maneira: O adversário, o inimigo com o qual necessitamos a nos conciliar nos momentos conflitantes de uma relação é o nosso próprio coração, nosso mundo emocional. Quando não há essa conciliação, o juiz ao qual nosso coração, nosso mundo emocional nos entrega é o egoísmo e este nos entrega ao oficial implacável da mágoa que nos encarcera na prisão mental/psíquica da ofensa e da vingança.

Assim, quando não percebemos os alertas, as lições da mágoa, nos encarceramos literalmente nas teias do desequilíbrio e da antipatia.

Quando perdoamos somos os primeiros beneficiários deste ato.  Limpemos nosso coração para enxergar a beleza que a vida quer nos mostrar em relação ao futuro.

"Os piores inimigos não estão lá fora.  Vivem dentro de você."

Boa reflexão!

 



 

quarta-feira, 8 de maio de 2024

POR DENTRO DOS X FILES

Olá leitores,

O texto de hoje é de autoria de nosso colaborador José Tucón.

"X Files (Arquivo X) é uma série televisiva criada por Chris Carter.

Sou fã de Arquivo X desde que vi o primeiro episódio.

Arquivo X é uma sala no FBI onde estão guardados casos estranhos e sem solução ou explicação.

O responsável pelo Arquivo é o agente especial Fox Mulder, um tipo que acha que muitos dos casos arquivados teriam explicação se admitirmos a visita de extraterrestres à Terra, bem como o fato deles terem aliados aqui no planeta.

Logo no começo da série os superiores de Mulder designam a agente especial Dana Scully para trabalhar com ele.

Na verdade essa designação ocorre porque a verdadeira missão de Scully é tentar esculhambar com as ideias de Mulder e aí ficaria justificado o fechamento do Arquivo X.

E ela consegue?

Claro que não pois se conseguisse isso significaria o fim da série.

Quem é Mulder no FBI? É um especialista super competente em análise de perfil psicológico, uma ferramenta poderosa no combate ao crime.

Já que falamos em perfil, vou tentar traçar o de Mulder.

Fox Mulder tinha um pai muito rígido e uma irmã mais nova, Samantha.  Quando era pré-adolescente e sua irmã ainda criança ele presenciou a abdução da irmã durante a noite por uma luz fortíssima oriunda de uma nave extraterrestre.  A partir daí sua meta de vida passou a ser reencontrar a irmã e encontrar uma explicação para esse fato.  Já na adolescência recebeu a sugestão de um agente do FBI de estudar Psicologia pois teria um lugar no FBI e aí poderia tentar encontrar as respostas que buscava.  E foi o que aconteceu.  Foi estudar Psicologia em Oxford, na Inglaterra, onde foi um aluno brilhante.  Daí o FBI foi só um passo.

Vamos a Scully.

Dana Scully era uma estranha no ninho onde nasceu.  Era o tipo de pessoa racional, excelente aluna, disciplinada, cumpridora de metas.  Sendo assim foi uma excelente aluna de Medicina.  Tinha um raciocínio lógico e cientifico impecável.  Sempre no seu irretocável "tailleur", exímia em artes marciais e tiro, como não ser contratada pelo FBI? Foi por causa do seu raciocínio rigoroso que foi encarregada de esculhambar com Mulder. 

E assim durante a série se verifica o embate entre as visões dos dois.

Mulder tem uma meta fixa que é o reencontro com a irmã.  Na verdade para ele isto representa o reencontro com sua dimensão feminina, com sua Anima.  Com um pai muito durão, projetou sua Anima na irmã.  Essa dimensão feminina se mostra presente no seu trabalho uma vez que é um tipo de intuição muito forte.  A irmã ele não vai encontrar pois foi mesmo abduzida.  Terá que reencontrar sua Anima na plenitude dentro de si mesmo.  Por isso mesmo na sua sala há um pôster com uma foto de um disco voador com a frase: "Eu quero acreditar". Isto é uma manifestação da esperança no reencontro.

Já Scully é uma personalidade com uma dimensão masculina mais forte, com um Animus forte.  É mais fácil no ambiente de trabalho aceitar essa característica de Scully, o pragmatismo, do que a intuição de Mulder.  Parece que Scully é mais bem sucedida no seu encontro com o Animus do que Mulder com sua Anima; isto se deve ao ambiente mais favorável ao masculino, é claro.

Mas creio que no longo prazo, Mulder será mais bem sucedido em sua viagem interior pois ele domina duas ferramentas que ajudam muito esta viagem: a intuição e a imaginação.

Entenderam porque sou fã de Arquivo X?"

P.S. Para elucidar melhor o texto: Carl Gustav Jung, psicólogo analítico, denominou Anima, a dimensão feminina que há no homem e Animus  a dimensão masculina que há na mulher.  Isso não tem absolutamente nada a ver com homossexualismo.

Boa semana!





 

sexta-feira, 3 de maio de 2024

HÁ QUANTO TEMPO TE ESPERAVA...

Caros leitores,

Durante uma limpeza em gavetas do meu escritório, encontrei esse texto que foi escrito em 20.02.1999, em São Paulo - foi escrito logo depois que reencontrei meu marido e iniciamos um relacionamento.  Depois que o reli senti que as palavras nele descritas revelam que nada é por acaso, que almas afins acabam realmente se encontrando e então desfrutam de uma vida rica de experiências, com altos e baixos (no meu caso, mais altos que baixos).  As palavras do texto, as emoções, sentimentos e pensamentos continuam os mesmos e então resolvi transcrevê-lo aqui.

O título do texto remete a um quadro que adquiri numa galeria de arte antes de nosso reencontro.  O quadro, representado aqui no final do texto de hoje tem exatamente esse título "Há quanto tempo te esperava...".  Ele foi pintado por um russo radicado no Brasil chamado Dimitri.  No quadro simbólico vemos uma "ninfa" a beira de um rio ou do mar tendo ao fundo a lua (símbolo do feminino, vênus) e um soldado grego aproximando-se num barco tendo ao fundo o sol (símbolo do masculino, marte).

Boa leitura!

"Tempo, destino, amadurecimento, maturidade.  Todas essas são palavras que requerem muita paciência, dedicação, espera, perseverança e otimismo.  O futuro, às vezes, parece incerto, mas o certo é que ele chega e só não chega nossa certeza nele.  Ele parece ter as mesmas propriedades que a felicidade de acordo com um poeta português, do qual, infelizmente, não me recordo o nome. Ele dizia que a felicidade está sempre onde nós a pomos, mas nós nunca a pomos onde nós estamos.  O futuro nunca é reconhecido como tal, pois quando ele chega ele vem com o nome de presente, o que aliás não deixa de ser verdade.  Se fizermos de nossa vida o melhor de nossas forças, com certeza o futuro chegará como uma dádiva, um perfeito presente.  Um presente que pode ser tanto uma maravilhosa surpresa cercada de magia, quanto uma decepção, onde a pessoa que se decepciona é a principal responsável pela mesma.  De qualquer maneira, o futuro chega com cara de presente mesmo para aquelas pessoas que não souberam construí-lo, pois estas devem fazer de seu presente uma dádiva dos céus.

Todo esse prólogo foi apenas para extravasar, colocar pra fora, exteriorizar, externar uma felicidade imensa que está alojada em meu coração.  E o motivo de toda essa paz de espírito, esse bem-estar é o presente que recebi na construção do meu futuro: você!

Você veio chegando de mansinho, devagarinho, veio quase materializado do nada através de uma voz ao telefone.  Aliás, eu diria que foi essa voz que foi a causadora de tamanha alegria.  Através das entrelinhas dessa voz que pude perceber a mudança, a transformação de uma pessoa muito querida que outrora fizera meu coração bater mais forte.  Felizmente, a minha intuição não se enganara.  Você está mais mudado, mais amadurecido, mais sensível, mais ser humano como nunca.  Minhas mudanças para fazer do meu futuro um lugar mais habitável também foram significativas.  Talvez este seja o motivo do ponto exato do encontro de nossas almas:  a mutação interna de cada um de nós.  As pessoas sentiriam inveja se soubessem que partilhamos do presente com o suor de nosso trabalho na construção de um futuro melhor para toda a humanidade.  Se todos pudessem fazer um laço como o nosso o mundo com certeza daria um passo gigantesco a caminho da evolução.  Com a união de nossas almas, esse passo foi atingido, pois todos os seres do universo estão ligados...

O que as pessoas invejam, os anjos rejubilam-se.  Afinal de contas, não é todo o dia que se unem duas almas à procura do mesmo objetivo:  a vontade de viver o presente e ser feliz.

Agradeço a Deus a oportunidade de poder estar vivenciando essa vida ao seu lado, onde alternadamente somos professores e alunos um do outro.  Agradeço a Deus também pela ajuda que me enviastes no caminho de minha evolução e de meu autoconhecimento, pois foi com estes instrumentos que consegui abrir meus olhos e encontrar você, em sua doçura, sua paciência, seu amor.

Não sei se te amo, acho um pouco cedo para dizer isso, mas o sentimento que invade o meu ser não pode ser definido de outra maneira.  Se tudo for uma ilusão, já terá valido a pena, pois desde o dia que nos reencontramos o mundo ficou melhor, as pessoas ficaram mais alegres, os lugares menos pesados, e o melhor de tudo, os problemas se transformaram em desafios prontos para serem encarados.  A tua mansidão me dá forças para poder ajudar os meus semelhantes. Obrigado a você também, meu bem-querer, por estar do meu lado apenas existindo.

Há quanto tempo te esperava...  Avaliando, não foi uma espera muito grande, visto que a felicidade que nosso reencontro proporciona é infinita.  Valeu a pena a espera!"

Boa semana!






VISITA A SÃO PAULO

Caros leitores, Este ano, em nossa ida para Sampa para visitar amigos que lá deixamos, visitamos 15 pessoas.  O ano passado ficamos 6 dias e...