Caros leitores,
Hoje começarei uma série de textos baseados num livro que acabei de ler em dezembro do ano passado. O título do livro é razoavelmente chocante, pois o tradutor do mesmo achou que esse título seria mais fácil para nós brasileiros entendermos de acordo com nosso contexto atual, uma vez que se o livro fosse traduzido "ipsis litteris" daria uma ideia errada. Em inglês o título é "Liberal Mind - The Psychological Causes of Political Madness". Ao pé da letra ficaria assim "A Mente Liberal - As Causas Psicológicas da Loucura Política". O tradutor Flávio Quintela traduziu como "A Mente Esquerdista" e o subtítulo ele manteve o mesmo acima. Em realidade para nós, os liberais são diferentes da ala esquerda, mas nos Estados Unidos da América eles são chamados de liberais.
À propósito, o livro foi escrito em 2016 por um "psiquiatra com especialidade tanto em psiquiatria geral como forense e por mais de 40 anos diagnosticou e tratou desordens mentais" - seu nome é Lyle H. Rossiter.
A obra é bem extensa - 500 páginas - e muito interessante para reflexões posteriores. Eu, de minha parte, não aprecio muito psiquiatras (talvez por ser psicóloga...), mas muitas das ideias do Dr. Rossiter fizeram eco em minha consciência. Ele é bem prolixo em sua escrita e creio que irá gerar muitos textos futuros nesse blog.
A ideia inicial, que será praticamente a base de todo o livro, e a qual eu gostei bastante é a de que o homem é de natureza bipolar - não bipolar como termo médico para pessoas com esse transtorno de mania X depressão, mas bipolar por possuir duas características marcantes e inseparáveis - a autonomia, a individualidade, a ação independente de um lado e a sociabilidade, a cooperação voluntária de outro.
Em realidade, o primeiro capítulo do livro é quase um resumo do mesmo - ele explica sobre como as regras morais têm a sua importância para que haja uma melhor convivência entre os seres humanos: "Para garantir a segurança física e promover a ordem social, os seres humanos criam certas regras para governar seu comportamento econômico, social e político. Essas regras tornam-se a infraestrutura da sociedade humana."
Para ele, a liberdade de escolha é um fator si-ne-qua-non para a evolução da humanidade - ele usa o termo "liberdade ordenada".
"A liberdade humana consiste na habilidade de se viver como se escolhe, sob certas restrições necessárias à manutenção da paz e da ordem."
"...a liberdade requer uma ordem que esteja baseada em regras, normas e leis, uma ordem que garanta a proteção e permita a segurança material."
"A liberdade e a ordem social impõem limites uma à outra. Sem restrições à liberdade, a ordem se degenera rapidamente em caos. Onde o poder é capaz de assegurar a ordem de forma quase absoluta, não é possível haver liberdade, apenas opressão."
"Na verdade, o argumento para a liberdade ordenada insiste que os governos devem proteger a soberania individual, e não ameaçá-la. Essa obrigação é uma das funções mais básicas de um governo."
Assim, no texto de hoje foquei no conceito de liberdade, o qual é muito acentuado nesse primeiro capítulo. Na minha opinião, a sobrevivência da raça humana depende da liberdade - liberdade de criar, de imaginar, de construir...
Em próximos textos elencarei mais de seus conceitos que me trouxeram muitas reflexões, tais como a já citada "cooperação voluntária", "autonomia", entre outros.
Boa reflexão!