sábado, 22 de fevereiro de 2025

LIBERDADE X SEGURANÇA

Caros leitores,

No texto de hoje, embora dando continuidade ao livro de Lyle Rossiter, refletiremos sobre uma afirmação de Edward Gibbon, a qual  foi colocada como epígrafe do capítulo 5.  Edward Gibbon (1737-1794) foi um historiador inglês, e sua principal obra foi "A História do Declínio e Queda do Império Romano". Eis a frase:

"No final das contas, mais do que querer liberdade, eles queriam segurança.  Quando os atenienses finalmente não quiseram mais dar à sociedade, mas sim receber dela, quando a liberdade que desejavam era a liberdade da responsabilidade, então Atenas deixou de ser livre."

(Obs.: Atenas fazia parte do Império Romano no período da Antiguidade Clássica.)

Por esta afirmação podemos inferir que a liberdade não condiz com a segurança.  Mas como assim?

Rossiter, desde o início de sua obra afirma que a humanidade tem como meta a sua "bipolaridade" (foi explicitado no primeiro texto dessa série) - ou seja, "atingir as capacidades de coexistência para a ação autônoma a serviço da autorrealização e comportar-se de forma altruística a serviço da ordem social". Isto quer dizer que cada pessoa deve cuidar de si própria e, ao mesmo tempo cooperar com os outros na medida do possível de maneira voluntária.  Eu acredito que essa é a trajetória do desenvolvimento humano.  Sem essa "bipolaridade" - eu e o outro - não há evolução da espécie humana.

Rossiter lembra bem esse aspecto quando afirma "A busca da autorrealização através do trabalho numa sociedade livre quase sempre resulta em benefícios para os outros, uma vez que os esforços de alguém para gratificar a si mesmo pessoalmente ou financeiramente resultam em bens e serviços que também gratificam seus clientes." "O polo altruísta da natureza humana, uma expressão racional de um instinto cuidador biologicamente determinado, é um dos pilares da ordem social."

E novamente falaremos de competência. "A pessoa competente que emerge deste processo pode determinar seus melhores interesses e dirigir sua vida de acordo com eles, enquanto coopera com outros e os beneficia, intencionalmente ou não.  Seus impulsos altruísticos a compelem, além do nível de benefício não intencional, a tratar os desafortunados com compaixão." "Por definição, competência implica em capacidades não apenas de autodeterminação, mas também de compaixão."

Eu também acredito que o ser humano "real" busca compreender a vida em sua totalidade e uma vez, frente a uma problemática de seu semelhante, tente ajudar como pode.  Coloquei "real" entre aspas pois existem seres humanos que não conseguem auxiliar alguém em crise e nem parecem reais. Muitos desses são aqueles que preferem que o Estado realize essa função.

Nada contra o auxílio do Estado, quando ele protege a liberdade de escolha nos níveis individual e comunitário.

"As regras, regulações e impostos do Estado intrometem-se invariavelmente no tempo, nos esforços, nos objetivos, nas decisões, na paz de espírito e na riqueza material dos cidadãos que estão tentando tocar suas próprias vidas e cooperar uns com os outros voluntariamente." (os grifos são meus).

"Além de seus efeitos destrutivos sobre a questão do altruísmo em si, as iniciativas do Estado sempre diminuem a liberdade dos indivíduos de cooperarem entre si mesmos na solução dos problemas sociais."

Em suma, " No Estado coletivista, a busca do indivíduo por competência, não pode ser completamente realizada através do exercício do livre arbítrio, porque as escolhas estatais sobrepujam as escolhas individuais, e porque o Estado, em seus esforços para aumentar a dependência da população, sempre tem o interesse de limitar a competência."

Boa semana!



 

 

sábado, 15 de fevereiro de 2025

UMA SOCIEDADE IDEAL? (4)

Olá leitores,

Ainda tratando de competência, o autor afirma que "a compreensão do mundo pelo indivíduo adulto começa na infância e afeta tanto suas concepções básicas sobre a condição humana como sua habilidade de funcionar como um adulto competente."  Assim, "a competência reflete na habilidade de resolver problemas que caracterizam a vida humana comum."

Rossiter insiste bastante no tema da competência pois como foi explicado no texto anterior, essa característica é uma condição si-ne-qua-non para que o indivíduo possa viver a sua vida da melhor maneira e de quebra participar como ser humano capaz para impulsionar a evolução do planeta.

Quando li esse livro, refleti e cheguei a uma conclusão temporária (comecei a acreditar também que na vida nada é definitivo) de que não há, no momento, sistema de governo bom, melhor, perfeito - todos eles têm suas idiossincrasias e até muitas vezes, seus termos, suas teorias, suas regras são deturpadas por aqueles que estão no poder no presente momento.

O autor afirma que "embora as definições variem em alguns detalhes, o socialismo é tipicamente definido como um sistema de processos econômicos, sociais e políticos no qual se destaca o controle coletivo sobre a propriedade, o investimento e os meios de produção e distribuição." 

E então, lembrando que o livro é escrito por um cidadão americano, sobre a sociedade americana, ele colocou como epígrafe deste capítulo uma frase de Norman Thomas, o qual faz toda o sentido hoje. Em pesquisa no Google encontrei que Norman Thomas (1884-1968) foi um ministro presbiteriano americano, ativista político, pacifista e grande candidato à presidência dos Estados Unidos da América pelo partido socialista em 6 eleições consecutivas entre 1928 e 1948.  Aí vai sua frase:

"O povo americano jamais adotará conscientemente o socialismo, mas sob o nome de liberalismo eles adotarão cada fragmento do programa socialista, até que um dia a América será uma nação socialista sem nem saber como isso lhe aconteceu."

Refletindo sobre essa afirmação percebo que talvez não só os EUA realizaram esse caminho, como muitos países do globo o fizeram, inclusive o Brasil.

Se observarmos e estudarmos nossa história reversa, podemos chegar à conclusão de que isso vem acontecendo desde a proclamação da tal república (bem, é como eu vejo, e ainda, essa ideia está em reflexão constante).

O assunto é bastante vasto, traz inúmeras reflexões e mais que isso, derruba barreiras internas onde nossas crenças são postas à prova e ficamos muitas vezes perplexos porque acreditávamos que as "teorias da conspiração" eram apenas teorias e hoje temos a percepção de que elas podem ser a verdade.

Hoje fica fácil notar o poder que a classe política possui - "...o crescimento constante do poder dos políticos para gratificar seus constituintes é acompanhado por um crescimento constante de seu poder para dominá-los.  Infelizmente, o declínio resultante na liberdade dos cidadãos  é gradual o suficiente  para evitar que o percebam."

O autor então faz a pergunta: "Por que as pessoas se deixam ser tão enganadas?" Ele responde : "... na ingenuidade da criança que persiste quando adulta, no pensamento fantasioso intrínseco à natureza humana, e nas distorções de compreensão que crescem para fora da dinâmica da mente."

"Algumas dessas concepções podem ser atribuídas à ignorância simples.  Mas outras surgem de processos mentais neuróticos ou irracionais, e não da falta de conhecimento em si.  Esses processos irracionais constituem em modos mal adaptados de se pensar, de se emocionar, de se comportar e de se relacionar com os outros.  Alguns são caracterizados por inveja e ciúmes, alguns por sentimentos de inferioridade, alguns pela luta por poder, dominação e vingança.  Alguns são dirigidos por instintos de criação mal orientados.  Outros consistem em percepções paranoicas de vitimização, ou na busca obsessiva de controle e regulação.  Alguns são caracterizados por ilusões de grandeza, ou por reivindicações infantis por direitos, indulgências e compensações."

Muitas pessoas afirmam e eu sou uma delas que o futuro da humanidade está na área educacional, na instrução, no exemplo de pais e parentela sobre a criança.  "Uma criança será afetada, por exemplo, ao observar outras pessoas em suas rotinas de vida." "Ela observará que alguns são auto-suficientes e cooperativos, alguns são dependentes e manipuladores, alguns hostis e exploradores, e alguns confiáveis e honestos."

E novamente, ele fala de competência: "é a capacidade bem desenvolvida de sustentar-se, de assumir responsabilidade por sua vida e bem-estar, de trabalhar com outros, de agir com integridade moral e de resolver os problemas da vida diária através da cooperação voluntária e sem apelar para a força do governo."

"O adulto competente confia em suas próprias habilidades para observar seu ambiente, avaliar seu significado, e responder a tudo logicamente e à luz dos objetivos racionais que tiver em mente, ajustados pelas proibições adequadas da consciência e das restrições da civilidade."

Em suma, "ao prover para seu próprio bem-estar material e interpessoal, e para o bem-estar daqueles para com quem assumiu responsabilidades, a pessoa competente não tem necessidade de serviços parentais.  Embora sempre humanamente falível e vulnerável, e sempre sujeita a falhas e perdas, seus esforços para tocar sua vida através de sua própria iniciativa são pessoalmente e suficientemente satisfatórios.  Em particular, ela não tem necessidade ou desejo de que o governo assuma uma tarefa que é capaz de fazer por si mesma, com ou sem a ajuda de outros.  Além de certas funções críticas e muito limitadas do governo, tais como a proteção da propriedade e dos direitos contratuais, a defesa militar contra outras nações, e a coordenação de alguns poucos assuntos que são mais bem regulados se tratados como bens públicos, o homem competente deseja apenas ser deixado em paz pelo governo, para continuar a viver sua vida como bem escolher - enquanto honra o direito dos outros a fazer o mesmo."

Boa semana!


 

sábado, 8 de fevereiro de 2025

UMA SOCIEDADE IDEAL (3)

Caros leitores,

Em continuidade ao livro de Lyle Rossiter, hoje discorreremos sobre a "Dependência e Competência na vida em comunidade".  Como foi dito no primeiro texto dessa série, o homem deve ser independente, saber cuidar de si, mas também levar em consideração a convivência pacífica com seus iguais e deve, na medida do possível, cooperar com os outros na execução de algumas tarefas. 

Assim, atualmente existem dois tipos de sociedades: "A sociedade fundamentada em princípios coletivistas onde o desenvolvimento da competência individual na população como um todo deve estar limitado para preservar uma relação dependente e submissa das pessoas para com um governo dominante" e "a sociedade livre fundamentada nos princípios individualistas onde o resultado apropriado do desenvolvimento de uma criança é uma pessoa adulta que é essencialmente autoconfiante: ela é minimamente competente para atuar economicamente, socialmente e politicamente através da cooperação voluntária numa comunidade de pessoas semelhantes, sob um governo constitucionalmente limitado." Cooperação Voluntária é "a habilidade para produzir e cooperar voluntariamente numa comunidade porque deseja, e não porque é forçado por uma autoridade governamental."

"A ordem social é (ou pelo menos deveria ser, eu entendo)uma consequência da cooperação e não da coerção."

Rossiter afirma que "A transformação de uma criança desamparada e dependente num adulto competente é uma das maravilhas da natureza humana." Uma vez "transformada" em adulto competente ela deve ter adquirido "padrões altos de comportamento ético e moral; capacidades auto regulatórias de uma consciência forte; capacidades instrumentais para trabalhar e se relacionar" e ter adquirido também a tal cooperação voluntária.  Esses fundamentos que criam um adulto competente são adquiridos no início da infância.

A dependência total de um indivíduo, salvo algumas exceções, deve existir somente na infância, onde, como foi dito anteriormente, há a preparação para a competência e para que esse indivíduo possa interagir no meio social dando o seu melhor na sua área de atuação e também sendo ajudado em áreas que ele ainda desconhece - isso, na minha opinião, leva ao crescimento dele como ser humano mas também à evolução da própria humanidade.  Portanto, a formação do caráter é imprescindível, onde caráter é "a disposição a agir com honestidade, integridade, responsabilidade, auto direcionamento e confiança nas interações com outros."

"Uma coisa especialmente destrutiva na busca da felicidade humana é o uso, pelo governo, da fraude ou da força física para violar a propriedade, os direitos contratuais e outras liberdades legítimas." "A destrutividade dos governos cresce a partir da concentração extraordinária de poder." 

"Isto é verdade tanto quando o poder for tomado pela conquista como quando mantido pela tirania, ou autorizado pela confiança voluntária mas mal orientada do povo que, por ignorância, cede a autoridade indevida aos outros com base na ilusão de um contrato social inválido.  Em qualquer um dos casos, os governos tendem inevitavelmente a explorar as massas.  Independente de quaisquer alegações de propósitos nobres para o bem público, os oficiais do governo agem tipicamente sobre o que concebem ser seu interesse próprio.  Mais frequentemente do que o razoável, eles desprezam o bem estar de longo prazo das pessoas a quem servem ostensivamente."

No próximo texto falaremos mais sobre a política social e o desenvolvimento infantil.

Até! Boa semana!





 

sábado, 1 de fevereiro de 2025

UMA SOCIEDADE IDEAL (2)

Olá leitores,

O segundo capítulo do livro do Dr. Rossiter trata, no geral, das regras sociais.

Ele explica que "...os arranjos sociais são produtos do pensamento racional; eles são derivados logicamente de observações válidas sobre a interação humana e as vulnerabilidades dos seres humanos."

Então, como regra social primordial ele faz uso da famosa Regra de Ouro - ele a subdivide em Regra de Ouro Negativa e a Regra de Ouro Positiva onde a primeira "exige que você não faça à outra pessoa aquilo que não deseja que ela faça com você" e a outra a positiva "exige que você trate as outras pessoas da mesma maneira que gostaria de ser tratado por elas, e geralmente implica na ética de ajudá-las e confortá-las, e não somente num pacto de não interferência."

Assim, "a obrigação moral da Regra de Ouro para com o outro é: respeite a outra pessoa como um ser consciente e soberano, como um sujeito independente intitulado ao mesmo tratamento positivo e às mesmas proteções emocionais e institucionais contra danos físicos que você reivindica para si mesmo." " A Regra reflete as inclinações naturais e evoluídas das pessoas racionais de viver em grupos sociais cooperativos através do acordo a certas restrições comportamentais."

Para melhor compreensão das ditas regras sociais, compreendamos a definição de moral dada pelo dicionário Aurélio: "Filos. Conjunto de regras de conduta julgadas válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo e lugar, quer para grupo ou pessoa determinada."

A definição de ética dada pelo mesmo dicionário também se faz útil ao texto: "Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, relativamente a determinada sociedade, ou de modo absoluto."

Para o Dr.Rossiter "o suposto (o grifo é meu) valor da vida, refletido no desejo normal de se viver e de se viver bem, é uma base necessária para qualquer moralidade racional, e está também implícito em todas as prescrições morais de base religiosa."

Em sendo assim, "Coisas boas produzem variedades de felicidade (gozo, paz interior, contentamento) por causa de seus efeitos sobre a natureza biológica, psicológica e social do homem e da condição humana.  Coisas ruins produzem dor e sofrimento desnecessários, pela mesma razão." "...atos bons ou ruins, e circunstâncias boas e ruins, são certos ou errados, bons ou ruins, apenas em relação à natureza do homem e às realidades da existência humana."

Como exemplo da necessidade de regras sociais, ele traz a história de Robinson Crusoé, o náufrago.  Enquanto ele estava sozinho na ilha ele tinha a liberdade para fazer o que quisesse na hora que quisesse e da maneira que desejasse - obviamente ele estava tentando sobreviver, então agia na ilha realizando o que precisava para obter sucesso em sua empreitada.  Entretanto quando aparece o silvícola, ao qual ele chamou de Sexta-Feira, sua atitude teve que mudar - ele não tinha exatamente a mesma liberdade de agir e as regras da vida tiveram que mudar.

"Certas coisas que cada homem faz afeta o outro, e por isso qualquer ação é uma fonte potencial de conflito.  Por compartilharem um ambiente material comum com recursos limitados, e pelo fato de cada um usar esse ambiente para produzir o que necessita, suas ações afetam economicamente um ao outro.  Mesmo se ambos forem bastante reclusos, é bem provável que se comuniquem de alguma maneira, e assim afetem-se um ao outro socialmente. No tocante ao surgimento de desacordos, terão de inventar meios para resolver suas diferenças; afetarão, portanto, um ao outro politicamente.  Em resumo, a liberdade absoluta não existe mais para Crusoé ou para Sexta-Feira.  Para manter a paz, cada um terá que limitar seus atos em algum grau.  Eles precisarão de algumas regras para se relacionar um com o outro em atividades em que a cooperação e o conflito são as alternativas essenciais." 

"O único propósito racional de tais regras é melhorar a cooperação social e reduzir o conflito entre as pessoas que estão interagindo.  Não há outra razão para restringir a liberdade individual."

Assim, Crusoé e Sexta-Feira devem "chegar a um conjunto de regras que suporte a cooperação e que sejam, de comum acordo, respeitadas por ambas as partes."

"Reconhecendo suas vulnerabilidades físicas, cada um concordará em não usar a violência contra o outro.  Reconhecendo que suas vidas, segurança e conforto dependem de que cada um deles possua controle sobre coisas materiais como terra, casas, roupas, comida, ferramentas, objetos pessoais, etc., eles eliminarão a possibilidade do roubo, da invasão e dos danos intencionais à propriedade do outro.  Reconhecendo sua necessidade por previsibilidade em troca das coisas que importam, decidirão honrar certos tipos de acordo entre si, especialmente os que envolvem a transferência de propriedade ou de controle sobre um bem material,..."

Então, no meu entender, uma das bases de uma sociedade sadia é a cooperação voluntária entre as pessoas - num grupo "cada um de seus membros se disponha a ajudar os outros da maneira que desejar, mas ninguém será forçado a isso ou será punido se optar por não fazê-lo.  Esta última regra expressaria uma ética de interesse mútuo, mas não coibiria ninguém diretamente a servir os outros."

Finalizando o texto de hoje, completo com o fim do segundo capítulo do Dr. Rossiter.

"...o reconhecimento crescente do outro não é apenas uma compreensão cognitiva de que as outras pessoas são como ele.  Em sua forma totalmente desenvolvida ele acarreta um respeito e um comprometimento moral profundos para com os outros seres humanos.  Estas são atitudes que compõem o fundamento da ordem social.  De fato, quando esse tipo de respeito e cuidado não faz parte dos ideais de desenvolvimento de uma cultura, então as massas podem ser seduzidas por qualquer agenda política que desumanize o indivíduo para poder dominá-lo ou matá-lo." "A atitude de tratar os seres humanos simplesmente como objetos a serem explorados tipifica o sociopata em seus esforços impiedosos para usar os outros como meios para seus fins."

Boa reflexão!


 

VISITA A SÃO PAULO

Caros leitores, Este ano, em nossa ida para Sampa para visitar amigos que lá deixamos, visitamos 15 pessoas.  O ano passado ficamos 6 dias e...