Caros leitores,
A segunda regra do novo livro de Jordan Peterson é simples e complexa ao mesmo tempo. Ele fala muito do mundo mitológico e como este retrata algumas situações do cotidiano. Para aquelas pessoas não familiarizadas com esse mundo, apenas informo que muitas histórias da mitologia mundial são retratos fiéis de como a humanidade caminha desde os tempos extremamente remotos até os dias atuais.
Assim para chegar nessa regra ele discorre sobre algumas cenas mitológicas antigas e atuais, entretanto não o farei aqui. Vamos direto à regra: "Imagine quem você poderia ser, e então mire diretamente nessa imagem."
A primeira pergunta a refletir é "Quem é você?" E o mais importante - "Quem você poderia ser, se você pudesse conceber qualquer ideia do que pudesse ser?"
"O antigo filósofo grego Sócrates acreditava que todo o aprendizado era uma forma de lembrança. Sócrates afirmou que a alma, imortal em sua essência, conhecia tudo antes de vir ao mundo como uma criança."
Bem, baseado nessa premissa de Sócrates, talvez já, inconscientemente, viemos cumprir uma missão...
Embora tenha afirmado no início que não iria discorrer sobre mitologia, entretanto mencionarei algo a respeito de heróis (Peterson discorre sobre isso para dar respaldo a essa regra) - na mitologia, nas histórias em quadrinhos, em contos de fada, em história infantis - em suma, todos têm o mesmo papel no final: matar o dragão/monstro/bandido e salvar a mocinha/princesa/a virgem indefesa.
Peterson traz vários exemplos de histórias de várias épocas da humanidade, as quais trazem a mesma temática Herói-Monstro-Donzela indefesa.
Afinal de contas, o que as histórias de heróis têm a ver com "Quem você poderia ser, se pudesse escolher ser qualquer coisa?" Em realidade muita coisa, na opinião de Peterson e na minha também.
A humanidade foi se desenvolvendo através de histórias contadas sobre fatos reais e também sobre fatos imaginários. Muitas mitologias parecem realmente histórias extremamente estranhas, entretanto elas também têm seu lado verdadeiro.
Peterson traz muitos exemplos da Bíblia e aqueles que já tiveram a curiosidade de ler algum trecho do Velho Testamento verão que ele se parece com histórias de Steven Spielberg tamanha quantidade de fantasias; entretanto muitas religiões seguem essa coletânea de livros e fazem de seus relatos um exemplo a ser seguido na vida cotidiana. O Novo Testamento também tem suas idiossincrasias, porém os fatos, exemplos e atitudes de Jesus, na minha opinião, são o modelo ideal de vida para aqueles que desejam uma vida relativamente feliz e para a vida em sociedade. Afinal de contas, Ele separou o calendário mundial em antes e depois Dele.
Assim, desde sempre a humanidade, em seu caminhar, observou e raciocinou sobre as tradições, as histórias passadas de geração em geração. A vida moral do planeta foi sendo construída no passado através de figuras, desenhos, imagens que contavam as histórias e o folclore dos povos. Depois do advento da escrita, as histórias foram transformadas em literatura que hoje, infelizmente está sendo apenas consumida através de filmes e séries cinematográficas; nada contra, podemos conhecer uma história completa vendo um filme de duas horas de duração, ao invés de levar alguns dias (para algumas pessoas meses ou anos...) para ler a mesma história num livro. Aqueles que já leram uma determinada história, ao verem o filme da mesma, percebem que, de longe, o livro é melhor. Sabem por quê? Ao ver o filme tenho a visão do diretor do filme e a imagem está na minha frente, mas quando leio o livro uso de minha imaginação, apesar da criatividade do escritor. Isso torna meus pensamentos mais criativos - começo a aprender a fazer escolhas próprias ao invés de "comprar" escolhas alheias. Reflitam sobre isso.
Bem, voltemos ao tema da regra de J. Peterson. Nos livros, nos filmes, nas histórias infantis, nos contos de fada e na mitologia temos fartos exemplos de muitos tipos de comportamento e podemos escolher aquele que consideramos melhor, mais adequado ao momento presente, o que melhor condiz com nossa personalidade em constante construção.
O modelo de história de herói-monstro-donzela traz muitos comportamentos, sendo o principal deles, a coragem. "Nós aprendemos a ver e agir do mesmo jeito que os heróis das histórias que nos cativam." Isso faz de nós uma criatura que é parte natureza e parte cultura.
Peterson afirma que "cada sociedade já está caracterizada por um comportamento padrão (por comportamento padrão, entendo a noção de virtude e vício como sendo praticamente universais); do contrário tudo seria puro conflito e não haveria "sociedade" como a conhecemos." Para ele, "a demolição da tradição é um convite ao reaparecimento do caos - quando a ignorância destrói a cultura, os monstros emergem."
"O ser humano pode e continuamente busca e encontra o novo, investiga e se adapta à ele, e até o torna parte dele mesmo."
Isso faz de nós criaturas em constante evolução - partes de nós morrem em situações de crises e conflitos, mas há o nascer ou o renascer de outras partes de nós continuamente - é um ciclo de Herói-Dragão-Morte e Renascimento. Em que etapa da vida você está? No herói matando o dragão; no dragão sendo morto; na morte de um processo ou de uma característica de personalidade que não serve mais ou no nascimento e/ou renascimento de uma nova forma de vida?
A história tem moldado a vida e a sociedade desde o início da humanidade e cada um de nós continua construindo-a. Entretanto, cada indivíduo busca ser feliz e há inúmeras maneiras diferentes de realizar essa construção - uns escolhem copiar a vida dos outros, dos livros, dos filmes; outros usam de imaginação e criatividade nessa busca; mas uma coisa é certa - nem todos caminham em direção a suas metas. Alguns encontram-se perdidos por vários motivos, mas acredito que o principal deles é a tal falta de coragem do herói falada aqui.
Então trago a vocês um roteiro, inspirado por Jordan Peterson, para que vocês possam iniciar vossa viagem em direção ao vosso objetivo; aquele que já atingiu seu alvo pode buscar outros, pois a vida é um eterno caminhar, um constante evoluir, tudo está em movimento. (Não nos esqueçamos que a Terra gira sobre si mesma, gira ao redor do Sol e nossa Galáxia se arrasta continuamente pelo Universo).
Assim, "para o melhor ou para o pior, você está numa jornada. Você está numa aventura e seria bom que seu mapa fosse preciso."
Vamos ao roteiro. Busque um objetivo futuro, faça planos para daqui a dez anos. Para facilitar coloque tudo num papel. Lembre-se de que nessa empreitada o passado, o presente e o futuro são importantes - afinal de contas, o ideal é tentar não incorrer em erros passados. Analise prós, contras, consequências - a curto e a longo prazo. Se no meio do caminho achar melhor fazer desvios, faça-os. O caminho até a meta final pode conter curvas, retas, pontes, encruzilhadas. Você pode até mudar o objetivo final, porque a ideia aqui é expandir, melhorar a sua pessoa. Com disciplina e vontade você fará sua vida ser significativa e produtiva e talvez ela até lhe traga momentos de satisfação e alegria. Com vontade e perseverança você poderá ser o herói de sua história, o viajante disciplinado, o transformador criativo, o benfeitor de sua família e da sociedade como um todo.
"Imagine quem você poderia ser, e então fixe seu olhar nessa imagem."
Boa semana a todos!
Devo estar com o dragão em fase terminal e características da personalidade entubadas, vislumbrando meu renascimento.
ResponderExcluirAhahahah.
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