Caros leitores,
Hoje iremos refletir sobre nosso relacionamento com nós mesmos.
Os pais têm um papel importante na educação e no processo de crescimento de toda criança. Todos nós já fomos crianças um dia e passamos pelo mesmo processo, ou seja, apreendemos aspectos da vida com nossos pais e com nosso ambiente familiar. Salvo exceções, muitos desses aspectos, principalmente os negativos, podem ainda estar nos influenciando inconscientemente, abalando nossa autoestima e até prejudicando nossa vida adulta no que diz respeito ao nosso relacionamento com os outros e às nossas empreitadas diárias. Quando disse salvo exceções, falo daquelas criaturas às quais isso não fez muita diferença no seu psiquismo, por serem indivíduos mais adiantados moral e espiritualmente e que conseguiram driblar essas dificuldades mais facilmente.
Hammed, um pensador, explica:"...carreguemos características de nossos pais; isso não quer dizer que devamos ser exatamente iguais a eles. Não somos e jamais seremos, pois temos reações e condutas individuais, uma maneira particular de pensar e agir, ou seja, uma personalidade própria."
Atualmente é sabido da importância da criança ser aceita com seus dons naturais. Entretanto, isso nem sempre se dá de maneira muito harmônica - umas são barulhentas e peraltas, outras são quietas demais. Todos nós gostaríamos que nossas crianças fossem comportadas, educadas, brincalhonas mas tranquilas, extrovertidas mas com momentos calmos para devida reflexão. Pais atletas não suportam crianças extrovertidas. Pais intelectuais não aguentam crianças ruidosas. Gostaríamos que nossos filhos fossem bem na escola, fossem sociáveis com os outros, obedientes à nossa ordem. Todos os nossos "desejos" podem ser alcançados com a devida atenção a elas, buscando descobrir junto com elas em que atividade elas se sobressaem para, assim, ajudá-las no seu desenvolvimento. Pais que trabalham juntamente com os filhos em suas escolhas sem tolherem o seu livre arbítrio são o ideal de vida de cada criança. Mas, às vezes, esse "ideal" está distante da realidade, quando pais não são orientados para esse tipo de observação.
Quando há desrespeito, falta de amor, atenção e carinho, a criança pode crescer acreditando não ser aceita, amada no mundo - ela pode desenvolver um "sentimento de autodepreciação".
Se pudéssemos ouvir a conversa íntima dessa criança com ela mesma poderíamos talvez ouvir os seguintes comentários: "Se as pessoas soubessem como eu sou realmente e o que quero, por certo não gostariam de mim." "Devo fazer as coisas bem feitas e com capricho para conquistar a admiração e o respeito dos outros." "Não sou uma pessoa importante e agradável. Não consigo encontrar uma razão para que alguém goste de mim." "Sinto que tenho que ser mais inteligente, produtiva e útil." "Eu deveria dar mais e receber menos, pois quando faço algo por mim mesma, sinto-me culpada."
Essas "conclusões" podem ser atribuídas a crianças que podem ter tido pais ocupados demais com seus negócios/trabalho, ou pais que foram mal preparados para dar aos filhos um crescimento saudável, ou pais "rigorosos que submeteram seus filhos à necessidade de crescer apressadamente e impuseram a eles uma postura competitiva e um desempenho exemplar nas relações com os outros. Instigavam a criança a uma "síndrome de crescimento rápido". Demonstravam amor somente quando ela desempenhava um script perfeito, e era rejeitada, de forma velada ou explícita, quando fracassava." Ou até mesmo pais que eram adultos infantilizados.
Todas essas experiências com esses pais e seus comportamentos e atitudes peculiares começam a fazer parte da personalidade das crianças sem ninguém notar. No momento em que essas crianças se tornam adultas terão uma tendência à autodesconsideração, à introversão, ao isolamento, à falta de interesse no trato social, aonde impera a "vergonha" ou até elas serem consideradas "sem graça".
Quando não nos valorizamos, criamos à nossa volta uma vibração negativa - um campo magnético com "energias negativas mantidas por pensamentos habituais de autodesvalorização." E pelo princípio de sintonia acabamos atraindo para nós acontecimentos inconvenientes que por sua vez atraem indivíduos semelhantes aos nossos pensamentos de autodepreciação. Acabamos então rodeados de circunstâncias infelizes que atestam nossos sentimentos de menos valia, e assim, acreditamos fielmente que não valemos nada, que não somos importantes nesse mundo, e que se nós não existíssemos não faria diferença para ninguém.
Quando repetimos sempre para nós mesmos que somos desprezíveis, indignos, tolos, infelizes, atraímos, obviamente, ondas mentais semelhantes a esses autoconceitos e assim entramos em faixas vibratórias similares de outras criaturas que pensam como nós mesmos - neste caso, vibramos contra nós mesmos!!!...
"A energia que dissipamos é que atrai a consideração, ou não, dos outros. Quanto mais nos rejeitamos, maior é a rejeição das pessoas para conosco." Nossa vida está onde está o nosso pensamento.
O melhor antídoto contra essas energias destrutivas é o amor a nós mesmos, a autoconsideração. Esse comportamento afetuoso por nós mesmos melhorará a qualidade de nosso relacionamento com os outros e com nós próprios. Vale a tentativa!
Cuidemos para não confundir autoconsideração com egoísmo ou narcisismo. Somos tão dignos de amor quanto nossos semelhantes. Em realidade, o egoísta e o narcisista são criaturas aparentemente com boa autoestima, mas sentem-se também tão desvalorizados e desconsiderados pelos outros, exatamente pelo princípio da sintonia. Tanto aquele que se despreza quanto aquele que se admira em excesso (narcisista) ou pensa só em si próprio (egoísta) vivem num mundo ilusório. Não somos melhores nem piores que os outros.
Quando nos autoconsideramos fazemos nosso "universo íntimo" girar ao redor do amor e por este motivo, atraímos energias e criaturas amorosas a nossa volta.
Bora tentar?
Boa semana!
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